“A saúde, a educação primária, a educação superior e a formação melhorou. Isto é importante porque têm sido as áreas em que se tem falado mais que as coisas estão difíceis”. A afirmação, peço desculpa, é da responsabilidade de um tal Nuno Crato
, nomeado ministro e que antes vociferava contra o “eduquês” e agora, talvez para disfarçar os disparates introduzidos na Educação, se expressa em “politiquês barato” para nos atirar areia aos olhos.
Embora não apeteça, sejamos justos: O senhor que tutela a pasta da Educação fez uma síntese à actuação do Governo nas referidas áreas, durante as jornadas conjuntas do PSD e do CDS-PP, em Portalegre. Reconheceu dificuldades mas destacou que Portugal (dele e, provavelmente, só dele) melhorou na educação e na saúde. Para fundamentar Crato recorreu aos dados apresentados pelo “Economic World Fórum”, estatísticas em que Portugal aparece em quinto lugar como país que “tem o menor número de dias necessários, em simplificação administrativa, para começar um negócio”. Porreiro, pá! Quantos dias são precisos para afundar o mesmo negócio?
E acrescenta: Portugal ocupa a 33ª posição na “qualidade da educação básica”. E as escolas que ele foi fechando pelo interior? E os serviços públicos que encerraram portas? E os balcões da Caixa Geral de Depósitos que voltaram a ter filas de espera que tinham ficado esquecidas há 30 anos? E o funcionamento deficiente dos centros de saúde e das urgências hospitalares? E tantas outras coisas fundamentais a uma vida normal que vão faltando no dia-a-dia dos portugueses?
Mesmo que a bem da Nação, afirmar que este País está melhor é um exercício de hipocrisia. Seja ele (o exercício) feito à direita ou à esquerda.
O País está melhor! Então, não está?
Carlos Trigo