Sem querer classificar a exibição do FC Porto frente ao Arsenal, na noite desta quarta-feira no Estádio do Dragão, como “de gala”, porque na verdade foi de acerto e plena de eficiência, foi afinal uma “exibição de Galeno” que marcou esta partida que os dragões venceram por 1-0 com um golo ao minuto 90’+04′. Com um golo de qualidade superior, foi o camisola 13 do FC Porto que resolveu o jogo frente aos ‘gunners’ britânicos, com um golo convertido com um pontapé perfeito no último dos minutos de compensação desta partida, quando tudo indicava que o jogo iria terminar com um empate sem golos.
Num jogo intenso, o FC Porto teve menos posse de bola mas nem se pode dizer que o Arsenal massacrou, porque não teve oportunidade de o fazer. É certo que o conjunto britânico chegou ao Estádio do Dragão transportando um currículo temível, com 21 golos marcados nos últimos cinco jogos da Premier League, para além de que na presente campanha da Liga dos Campeões tinha, até hoje, marcado golos em todos os jogos. Só que o conjunto portista, apresentando-se extremamente solidário, com uma exibição colectiva de nível elevado, conseguiu anular os jogadores mais adiantados do Arsenal que, na verdade, não tiveram uma oportunidade de golo digna desse nome ao longo de todo o jogo.
Aliás, a grande oportunidade de golo durante o jogo aconteceu ainda no primeiro tempo e para o FC Porto, uma vez mais por Galeno que, ao minuto 22’, enviou a bola ao poste da baliza do Arsenal acabando por fazer ele mesmo a recarga para a bola sair rente ao ferro mas pela linha de fundo. Para além de Galeno, num onze com Diogo Costa entre os postes, o FC Porto entrou em campo com João Mário, Pepe, Otávio e Wendell na linha defensiva, dois homens no “miolo” do terreno – Alan Varela e Nico –, e ainda Francisco Conceição, Pepê e Galeno sobrando Evanilson para surgir nas acções mais ofensivas.
Do lado do Arsenal, com o ex-portista Fábio Vieira no banco de suplentes ao lado do também português Cédric Soares, o técnico Mikel Arteta escalou um onze com o guarda-redes Raya, um quarteto defensivo formado por Ben White, Saliba, Gabriel e Kiwior, ainda Declan Rice, Odegaard e Havertz formando um triângulo no meio-campo, aparecendo na frente Saka e Martinelli a procurarem municiar para os golos o avançado Trossard.
Só que o FC Porto foi resistindo ao jogo ofensivo do Arsenal, procurou responder à altura quando teve oportunidade para tal, jogando sempre de uma forma inteligente e acabou por chegar ao golo já depois do minuto 90’, numa altura em que o árbitro tinha dado quatro minutos de compensação, acabando o golo por aparecer mesmo para os dragões no último minuto dos descontos.
Galeno, sem dúvida o homem do jogo, com um pontapé desferido de fora da área do Arsenal a partir do lado esquerdo, fez a bola descrever um arco, sempre fora do alcance do guarda-redes Raya, acabando por entrar junto ao poste mais distante, num golo indefensável.
O FC Porto garantiu assim um importante triunfo, vai poder ir jogar ao Emirates Stadium, em Londres, em vantagem no marcador, e tem por isso tudo em aberto para garantir a passagem aos quartos-de-final da Champions League, curiosamente frente a um adversário que já no ano passado foi eliminado então da Liga Europa, nos oitavos de final, frente a uma formação portuguesa, na altura o Sporting, que deixou pelo caminho o “poderoso” Arsenal já então orientado por Mikel Arteta. Agora foi o FC Porto de Sérgio Conceição a travar o Arsenal, técnico que apostou em elementos como Otávio no lugar de Fábio Cardoso ao lado do “gigante” Pepe, ou Alan Varela, um jogador que se revelou um verdadeiro pêndulo perfeito no meio-campo portista.
Começando quase todos os lances a partir de Diogo Costa, que procurou sempre “chamar” os homens do Arsenal ao meio-campo portista para que os dragões pudessem depois encontrar menos elementos no meio-campo defensivo do Arsenal em lances de contra-ataque, o FC Porto acabou mesmo por levar a água ao seu moinho num jogo em que, será importante frisar, o Arsenal não conseguiu nunca rematar de forma enquadrada à baliza de Diogo Costa.
Nota final para o facto de Pepe ter batido mais um recorde neste jogo, ele que se tornou no jogador mais velho de sempre a jogar os oitavos de final da Champions, uma marca ímpar do capitão portista que esqueceu uma vez mais os seus quase 41 anos para assinar uma exibição superlativa no conjunto dos dragões, uma vez mais a arrancar uma exibição de luxo na Champions League.