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FC Porto perde pela terceira vez esta época frente ao Estoril Praia

O Estoril Praia recebeu e venceu o FC Porto, este sábado, no relvado do Estádio António Coimbra da Mota, por 1-0, num jogo dirigido pelo árbitro António Nobre que terminou com apenas um golo marcado mas com 16 cartões exibidos (ou 17 se pensarmos que um segundo amarelo permitiu a exibição do consequente vermelho), com três jogadores expulsos e com muita polémica à mistura que promete dar muito que falar nos próximos dias senão mesmo nas próximas semanas. Em termos práticos, esta foi a terceira vez em quatro jogos que os dragões perderam esta época frente ao Estoril.

Uma grande penalidade inicialmente assinalada a favor do FC Porto, ao minuto 57′, e quando a nós mal revertida pelo árbitro António Nobre, por intervenção do VAR Tiago Martins, foi o ponto de partida para outro jogo, a partir dali confuso e cheio de conflitos, em que o FC Porto acabou por perder prejudicado pelo penálti que não foi assinalado, é certo, mas prejudicado principalmente pela cabeça perdida dos seus jogadores que a partir de determinada altura focaram-se muito mais em protestar do que em jogar mais e melhor do que o Estoril Praia.

Francisco Conceição e Diogo Costa do FC Porto e Vital do Estoril Praia foram os jogadores expulsos, mas outros poderiam ter visto o cartão vermelho num jogo em que a falta de educação para com o árbitro e, porventura pior do que isso, a falta de formação foi uma constante a partir de determinada altura, principalmente por parte dos elementos da equipa visitante que, mesmo tendo existido uma decisão errada por parte do árbitro, não podiam assumir atitudes que justificavam ainda mais expulsões do que aquelas que António Nobre determinou.

No momento em que Francisco Conceição foi expulso, por exemplo, ao minuto 89′, e depois de já ter sido poupado a uma expulsão mais do que merecida ao minuto 79′ pelos impropérios que dirigiu ao árbitro António Nobre no momento em que viu o primeiro amarelo, a verdade é que a par da expulsão do camisola 10 do FC Porto outros jogadores dos dragões deveriam ter sido advertidos pelo árbitro e visto pelo menos o cartão amarelo, isto porque não é admissível que vários elementos do plantel portista, com o capitão Pepe à frente, mas com outros como Evanilson, tenham ostensivamente aplaudido a decisão de António Nobre numa atitude anti-desportiva que deveria ter sido sancionada.

Para as contas do campeonato fica a vitória do Estoril Praia, por 1-0, com um golo apontado por Cassiano na transformação de um pontapé livre direto, batendo o guarda-redes Cláudio Ramos que tinha acabado de entrar para o lugar do igualmente expulso Diogo Costa. Os canarinhos marcaram um só golo, mas um golo que valeu três importantes pontos para a turma do Estoril Praia nesta fase final do campeonato da I Liga em que para muitas equipas um ponto pode ser a diferença entre a esperança da permanência na I Liga e o calvário do caminho abaixo da linha de água com a despromoção em perspectiva.

Golo de Cassiano ditou o resultado final

Olhando para o jogo, o Estoril Praia soube sofrer, deu a posse de bola ao adversário e apenas pela certa procurou transições rápidas para as costas da defesa do FC Porto com os laterais e os alas rápidos a procurarem explorar os corredores para cruzamentos para as entradas de Cassiano e Heriberto. Já da parte do FC Porto, muito jogo afunilado, insistindo em Francisco Conceição, um jogador que foi perdendo o descernimento com o decorrer da partida, resultou numa maior dificuldade em bater a linha defensiva da equipa da casa sempre bem comandada pelo guarda-redes Marcelo Carné.

No histórico dos embates entre Estoril Praia e FC Porto, os canarinhos entraram para este jogo com alguma confiança. Afinal de contas, o Estoril Praia venceu no jogo da primeira volta, no Estádio do Dragão, foi responsável pela eliminação dos dragões da Taça da Liga e mesmo depois de ter perdido por 4-1 no jogo referente à Taça de Portugal tinha condições para fazer um resultado positivo pela terceira vez frente aos dragões nesta partida. Logo ao minuto 7′ Cassiano deu o primeiro sinal daquilo que pretendia a sua equipa, ao receber a bola vinda do corredor esquerdo do ataque para, de primeira, rematar contra o corpo de Diogo Costa, naquela que foi a primeira oportunidade de golo desta partida.

O Estoril Praia conseguia explorar o flanco esquerdo do ataque, com Mateus Fernandes e Tiago Araújo, os dois melhores jogadores em campo, a aparecerem quase sempre em velocidade num corredor em que Francisco Conceição aparecia balanceado para o ataque, sem grande capacidade de resposta para vir atrás, com João Mário nas suas costas a revelar-se lento perante as descidas do Estoril Praia por aquele corredor. Ainda assim, com o decorrer do jogo o FC Porto foi assentando o seu futebol, instalando-se no meio-campo defensivo do Estoril Praia, num domínio afinal consentido pela equipa da casa.

Ao minuto 24’, um remate à meia-volta de Pepê em zona frontal à baliza, já dentro da grande-área da baliza do Estoril Praia, obrigou a nova intervenção do guarda-redes Marcelo Carné, com uma resposta a preceito desviando a bola por cima da trave da sua baliza e impedindo assim o golo ao FC Porto. Os dragões insistiam mas fosse por falta de pontaria, como aconteceu com Alan Varela quando, ao minuto 28’, rematou a partir da zona frontal à baliza do Estoril com a bola a passar rente ao poste esquerdo mas saindo pela linha de fundo, fosse pela intervenção dos defesas estorilistas, como aconteceu ao minuto 33′ quando Mangala impediu o golo do FC Porto por duas vezes, colocando-se na linha da bola e impedindo o golo primeiro a Evanilson e depois a Francisco Conceição, o nulo foi prevalecendo ao longo do jogo e para lá do intervalo.

Curiosamente, o segundo tempo começava quase como o primeiro, com Cassiano a ter uma boa oportunidade para marcar, ao minuto 50′, acabando ele primeiro e Heriberto depois a falhar o que surgia como um golo fácil para o Estoril Praia. Depois de uma incursão de Rodrigo Gomes pelo corredor esquerdo, dá-se o cruzamento que levava a bola direitinha para Heriberto, só que Cassiano antecipou-se, tentou o toque, e a bola acabou por passar pelos dois avançados do Estoril sem que nenhum conseguisse de facto desviar para o golo.

VAR reverteu penálti bem assinalado

Chegávamos asim ao minuto 57′ ao lance em que Francisco Conceição se envolveu numa luta de posição com Mangala que viria a mudar por completo o rumo do jogo. Evanilson cruzou para a zona central onde corria Francisco Conceição, este ganhou a frente do lance a Mangala e o defesa do Estoril meteu o braço direito no pescoço do jogador do FC Porto.

Os dois jogadores acabaram por cair, é certo que o camisola 10 tocou na perna de Mangala levando a que este também caísse, mas foi o primeiro toque do braço do defesa estorilista que provocou a queda de Francisco Conceição, tal como terá visto o árbitro António Nobre que assinalou de imediato a grande penalidade a favor do FC Porto. Só que o VAR Tiago Martins terá considerado que não houve falta, deu essa indicação ao árbitro da partida que, depois de rever o lance no monitor por indicação do VAR, anunciou que não houve falta e o jogo iria prosseguir com bola ao solo. A decisão, tomada apenas após mais de sete minutos e quanto a nós errada, deixou os ânimos mais quentes dentro das quatro linhas e a partir dali nada foi igual em termos de discernimento por parte dos protagonistas deste jogo.

Logo depois da grande penalidade revertida viria a acontecer o outro lance capital do jogo, ao minuto 65′, aqui num erro claro dos elementos do FC Porto. Otávio Ataíde, junto a linha lateral, fez um atraso sem grande cuidado para o guarda-redes Diogo Costa, esteu recebe a bola com a canela, permitindo que o esférico saltasse para a sua frente, e Wagner Pina, bem colocado, adiantou-se a Diogo Costa, tirando a bola do alcance do guarda-redes acabando por ser derrubado por este quando a baliza iria ficar à mercê do homem do Estoril Praia. O árbitro António Nobre não teve outra solução senão mostrar o cartão vermelho direto ao guarda-redes do FC Porto, assinalou o consequente pontapé livre direto em zona frontal à baliza, Diogo Costa deu o seu lugar a Cláudio Ramos que entrou no jogo fruto da saída de Galeno, e Cassiano, chamado a bater o livre, rematou a bola a meia-altura rente à barreira, tocando ainda em Wendell, levando a bola a entrar na baliza do FC Porto bem junto ao poste direito, sem que Cláudio Ramos tivesse elasticidade suficiente para chegar à bola.

O Estoril Praia adiantava-se assim no marcador, frente a um adversário que começava a ficar de cabeça perdida, sem capacidade de pensar o jogo para ultrapassar o futebol mais calculista dos canarinhos. Ao minuto 74′ foi Rodrigo Gomes quem se antecipou em velocidade à linha defensiva do FC Porto, entrando pelo corredor direito e, perante Cláudio Ramos, tentou já sem ângulo fazer o golo. Não fez o golo nem serviu Cassiano que vinha um pouco mais atrás e não teve oportunidade de corrigir a trajectória da bola, mas era um novo susto para a turma portista num jogo que ganhava maior emoção para os 4578 adeptos presentes nas bancadas do Estádio António Coimbra da Mota.

A partir dali e até ao minuto 89′, cinco cartões amarelos exibidos por António Nobre e oito substituições nas duas formações, quatro em cada, foram permitindo o passar do tempo sem que o marcador conhecesse qualquer alteração, com o FC Porto a pressionar mas atancando muito mais com o coração do que com a cabeça. Acabou aliás por ser num lance sem cabeça alguma a pensar que o jogo conheceria novo momento de exaltação.

Francisco Conceição expulso por acto infantil

Ao minuto 89′, Francisco Conceição, quanto tentava fazer um lançamento pela linha lateral, foi importunado por Wagner Pina que se colocou aos saltos impedindo-o de lançar a bola. Acto contínuo, Francisco Conceição deu um “chega para lá” na cara do jogador do Estoril, uma atitude infantil que era perfeitamente escusada e que resultou na natural expulsão de que apenas Conceição foi o culpado. O jogador do Estoril, ao sentir a mão de Conceição na sua cara, caiu de imediato agarrado ao rosto, e António Nobre mostrou o segundo cartão amarelo e o consequente vermelho ao camisola 10 do FC Porto, perante o aplauso quase generalizado dos jogadores do FC Porto, numa atitude também ela reprovável e merecedora de uma atitude disciplinar por parte do árbitro que simplesmente a ignorou.

A equipa visitante ficava reduzida a nove elementos, e nem os 10 minutos de compensação dados por António Nobre (acabariam por ser jogados mais 13′) viriam a ser suficientes para que o FC Porto impedisse nova derrota neste campeonato. Ao minuto 90’+03′ foi o defesa estorilista Bernardo Vital a ver o cartão vermelho direto por derrubar Namaso quando este tinha caminho aberto para avançar para a baliza à guarda de Marcelo Carné, ele que ao minuto 90’+10′ defendeu sobre a linha de golo um cabeceamento defeituoso de Volnei que quase marcava na própria baliza.

O jogo terminava pouco depois, acabando por dar lugar a novas cenas lamentáveis em redor da equipa de arbitragem, com jogadores como Pepê ou Wendell de cabeça completamente perdida a tentarem chegar até António Nobre e apenas impedidos de o fazer pelos árbitros auxiliares, tal como aconteceu como o diretor do FC Porto, Luís Gonçalves, ele que terá mesmo sido expulso pelo árbitro já depois do jogo ter sido dado por concluído. Verdade seja dita que a escalada de violência só não aumentou porque Sérgio Conceição e o seu adjunto, Vítor Bruno, foram agarrando os jogadores do FC Porto impedindo-os de se abeirarem do árbitro da partida, que permaneceu no relvado atrás dos seus auxiliares de conde saiu apenas depois das duas equipas abandonarem o relvado.

Vitória no final merecida pelo Estoril Praia, num jogo em que António Nobre e o VAR Tiago Martins cometerem um erro com influência no resultado, mas em que o juíz da partida não teve pulso para o que se passou dentro das quatro linhas, permitindo que lhe fosse dirigidos todo o tipo de impropérios por parte dos elementos do FC Porto perante uma passividade no mínimo discutível.

Os jogadores do Estoril, sem culpa perante as polémicas, festejaram os três pontos conquistados, ao mesmo tempo que o FC Porto terá visto fugir em absoluto o possível segundo lugar que dá acesso a um lugar na Liga dos Campeões, isto porque depois desta derrota fica a nove pontos do Benfica e a 10 do Sporting sendo que os leões têm ainda um jogo a menos. Curiosamente, a hipótese ainda em aberto para que os dragões cheguem à milionária Champions, passa pela conquista da Liga Europa por parte do Benfica, algo naturalmente muito improvável, mas que seria irónico já que seriam as águias a permitir a chegada dos dragões à prova máxima da UEFA.

Nota ainda para facto de que Sérgio Conceição não prestou quaisquer declarações no final deste jogo, acabando por ser Pinto da Costa a tecer duras críticas à prestação do árbitro António Nobre e do VAR Tiago Martins, afirmando entre outras coisas que o VAR “não pode servir para dar lugar a árbitros reformados”, deixando em aberto uma polémica que promete prosseguir para os próximos capítulos logo depois da Páscoa que se celebra amanhã, domingo.

texto: Jorge Reis
fotos: Diogo Faria Reis

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