Num jogo que só foi resolvido no prolongamento, o FC Porto garantiu este domingo no Estádio Nacional, em Oeiras, frente ao Sporting, a conquista da Taça de Portugal com uma vitória por 2-1.
Numa partida marcada por erros dos leões que se revelaram fatais para a concretização das suas ambições, até foi o Sporting quem marcou primeiro, logo aos 20 minutos, por St. Juste. Só que o FC Porto respondeu com um golo de Evanilson seis minutos depois, com o avançado brasileiro a tirar o melhor partido de um erro de Geny Catamo para repor a igualdade.
Sem mais golos no tempo regulamentar foi preciso levar o jogo para prolongamento, período em que o FC Porto voltou a marcar, uma vez mais na sequência de novo erro dos jogadores do Sporting, erros que se revelaram determinantes no desfecho desta final da Taça de Portugal da favor dos dragões.
À passagem da meia-hora, e já depois das duas equipas terem conhecido o sabor do golo, o defesa central dos leões Jeremiah St. Juste, ele que assinou outros dos erros fatos do Sporting, acabou por ser expulso depois de uma falta cometida sobre Galeno quando este se isolava em frente ao guarda-redes Diogo Pinto.
Inicialmente o árbitro Fábio Veríssimo ainda assinalou uma grande penalidade, mas corrigido pelo VAR acabou por reverter esta decisão marcando um livre direto, já que a falta aconteceu ainda fora dos limites da grande-área leonina. A expulsão, no entanto, manteve-se, pelo que o Sporting ficou a jogar depois da primeira meia-hora do encontro reduzido a 10 unidades.
Expulsão de St. Juste
foi duro golpe na estratégia leonina
St. Juste passava assim de herói a vilão para os sportinguistas, ele que tinha marcado o golo da sua equipa e que, com a falta cometida sobre Galeno e a consequente expulsão, dava um forte golpe na estratégia delineada por Rúben Amorim.
Para reorganizar a sua equipa, o treinador leonino chamou ao jogo Eduardo Quaresma, retirando Morita do centro do terreno, passando o Sporting a jogar com um solitário Gyokeres em cunha perante a defesa do FC Porto. Só que sem apoio, o avançado sueco passou a ser uma preocupação bem menor para a linha defensiva portista, nomeadamente para o central Zé Pedro que teve sempre a missão de vigiar de perto o camisola 9 dos leões.
Com mais um elemento dentro das quatro linhas, o FC Porto passou a dominar um jogo em que o Sporting teve que recuar, assumidamente com menor capacidade de concretização junto da baliza à guarda de Diogo Costa.
Os leões continuavam a defender bem e a conseguir tapar os caminhos para a sua baliza, anulando Francisco Conceição e Galeno nos corredores laterais, obrigando-os muitas vezes a fletir para o meio do terreno onde ficavam sem espaço para visarem com eficácia a baliza de Diogo Pinto. Contudo, quase sempre bem a defender, faltava depois à equipa de Rúben Amorim a capacidade ofensiva para construir lances de perigo efectivo para o guarda-redes portista Diogo Costa.
O FC Porto passou a jogar mais perto do último reduto do Sporting, ainda que debatendo-se com a bem montada estratégia defensiva dos leões, ao mesmo tempo que o conjunto verde e branco mantinha-se incapaz de ter a melhor eficácia ofensiva face à sua inferioridade numérica.
Pontualmente, um ou outro lance junto de ambas as balizas permitia a ideia de que a igualdade poderia ser desfeita, com o Sporting a mostrar-se particularmente perigoso em lances de bola parada, face ao FC Porto que foi mantendo sempre a defesa leonina em alerta máximo, prosseguindo o jogo com a igualdade a prevalecer.
Taremi marcou o golo da vitória
no último jogo pelo FC Porto
Foi preciso seguir para prolongamento neste jogo entre FC Porto e Sporting referente à final da taça de Portugal para que fosse encontrado um vencedor, uma resolução que chegou ao minuto 97′ quando o guarda-redes do Sporting, Diogo Pinto, saiu de entre os postes ao encontro de Evanilson, quando este surgiu isolado na área leonina a partir do corredor direito. O jovem guarda-redes tentou socar a bola mas, tendo saído à bola de forma precipitada, acabou por atingir o jogador portista, levando o árbitro Fábio Veríssimo a assinalar de imediato a grande penalidade mais do que evidente.
Antes mesmo de ser batido o castigo máximo, e enquanto Evanilson recebia assistência depois de ter sido “atropelado” por Diogo Pinto, o árbitro Fábio Veríssimo ainda teve tempo para expulsar o técnico portista Sérgio Conceição. O treinador saiu da sua área técnica até bem perto da linha de fundo do terreno, acabando por isso por ver o cartão vermelho, ficando impossibilitado de terminar este jogo junto da sua equipa.
Chamado a converter a grande penalidade, o iraniano Mehdi Taremi, que entretanto havia entrado na equipa do FC Porto no início do segundo tempo por troca com João Mário, rematou para o meio da baliza batendo Diogo Pinto que não conseguiu evitar o segundo golo dos dragões. A decisão da final da Taça de Portugal ficava cada vez mais perto de estar conseguida com este golo de Taremi, num jogo que se tornava mais quezilento com Fábio Veríssimo por vezes um pouco perdido nas suas decisões.
Já com Sérgio Conceição fora do terreno do jogo, o treinador do FC Porto ainda pôde dar instruções aos seus jogadores no intervalo do prolongamento, altura em que chamou a sua equipa para junto do muro que limita o terreno de jogo para as bancadas, local onde deixou algumas recomendações aos jogadores azuis e brancos. Os elementos do Sporting bem que protestaram junto do árbitro Fábio Veríssimo, mas o jogo foi retomado pouco depois sem qualquer reparo do árbitro. A equipa leonina continuou incapaz voltar a marcar, o que poderia levar a decisão da final da Taça de Portugal para pontapés da marca da grande penalidade, terminando o jogo com a vitória dos dragões.
Erros cometidos pelo Sporting
aproveitados a preceito pelo FC Porto
Concluídos os 120 minutos do jogo e do prolongamento, Fábio Veríssimo apitou para a conclusão deste jogo permitindo a festa aos dragões, após uma conquista que resultou da capacidade dos jogadores de Sérgio Conceição em tirarem o melhor proveito dos erros cometidos pela equipa leonina. Geny Catamo errou quando deixou a bola ao alcance de Evanilson permitindo que este fizesse por aquela altura o golo do empate (1-1), o central St. Juste errou ao carregar Galeno quando este avançava isolado para a baliza à guarda de Diogo Pinto, um erro que levou à expulsão do defesa neerlandês, e como não há uma sem duas nem duas sem três, também o guarda-redes Diogo Pinto errou quando “atropelou” Evanilson ao minuto 97′.
Os erros dos jogadores do Sporting, colocados num prato da balança em comparação com o peso do jogo consolidado do FC Porto, que aqui e ali ainda tremeu perante alguns lances de bola parada por parte dos leões bem pensadas mas ainda assim anuladas pelos dragões, resultaram no desequilíbrio do jogo a favor da equipa de Sérgio Conceição, terminando esta final da Taça de Portugal com a justa vitória dos portistas que assim garantiram a 20ª Taça de Portugal no seu palmarés.
Para a história ficam os onzes iniciais das duas equipas, tendo o FC Porto começado o jogo com Diogo Costa, João Mário, Otávio, Zé Pedro, Wendell, Francisco Conceição, Nico González, Varela, Galeno, Pepê e Evanílson. Já o Sporting entrou em campo com o seguinte onze titular: Diogo Pinto, St. Juste, Coates Inácio, Geny Catamo, Morita, Hjulmand, Nuno Santos, Trincão, Gyökeres e Pedro Gonçalves.
Fica fechada a época de 2023/2024, curiosamente com os quatro títulos que estiveram em jogo a serem conquistados pelos quatro clubes que ocuparam as primeiras posições no campeonato da I Liga: o Benfica ganhou a Supertaça, o Sporting de Braga garantiu a conquista da Taça da Liga, o Sporting venceu o campeonato da I Liga e o FC Porto assegurou a vitória na Taça de Portugal. A próxima época arranca nos primeiros dias de Agosto.