Naquele que foi o primeiro de três jogos de preparação para o Campeonato da Europa de 2024, a realizar na Alemanha já a partir do próximo dia 14, a Seleção de Portugal defrontou esta terça-feira no Estádio de Alvalade, em Lisboa, a sua congénere da Finlândia, num jogo em que a turma lusa venceu por 4-2. Sem contestação, esta vitória foi merecida e resultou do domínio quase absoluto da Turma das Quinas que, ainda assim, sofreu dois golos em cinco minutos, quando já vencia por 3-0, num curto período de menor concentração que deverá dar que pensar ao selecionador Roberto Martinez e aos 26 jogadores da nossa Seleção.
Tendo entrado em campo no relvado de Alvalade com um onze por certo ainda muito distante do que será a formação da Seleção de Portugal no Euro’2024, esta formação lusa que alinhou frente à Finlândia quis, ainda assim, dominar o jogo desde o pontapé de saída, instalando-se no meio-campo defensivo do conjunto finlandês e procurando aí rondar a baliza à guarda de Lukas Hradecky.
Nuno Mendes e Rafael Leão pelo flanco esquerdo, João Cancelo e Francisco Conceição pela direita, e com Diogo Jota a entrar pelo meio com João Neves e Vitinha nas suas costas, Portugal foi construindo o seu jogo ofensivo, inicialmente num ritmo claramente de estudo do adversário que, ainda assim, raramente conseguia sacudir a pressão da formação lusa para trás da linha de meio-campo.
Aos 10 minutos, Diogo Jota ganhou de cabeça uma bola na grande-área finlandesa e deixou um primeiro aviso a Hradecky, o guarda-redes finlandês para quem ficou claro que precisava de ter em atenção o avançado do Liverpool. Pouco depois, ao minuto 15’, foi Vitinha que tentou servir o mesmo Diogo Jota na pequena-área, valendo à Finlândia o posicionamento do seu guarda-redes que não permitiu o cruzamento, interceptando a bola e impedindo o primeiro golo de Portugal.
O aviso estava ainda assim bem dado e o público, que por esta altura já fazia a tradicional ‘Ola’ mexicana, só teve que esperar mais dois minutos para que a Turma das Quinas abrisse a contagem. Pontapé de canto do lado esquerdo do ataque batido por Vitinha para o segundo poste e Rúben Dias, livre de marcação, acabou por se baixar para finalizar de cabeça para o 1-0. Estavam decorridos 18 minutos e Portugal estava na frente do resultado deste jogo de preparação para o Euro’2024.
À beira do intervalo, e já depois do árbitro ter marcado um livre cometido sobre Chico Conceição, junto à linha de grande-área mas do lado de fora desta, o VAR reviu o lance e deu instruções ao árbitro no sentido deste mandar marcar uma grande penalidade. Sem contestação dos finlandeses, até porque o jogo visava mais a preparação das duas seleções do que o resultado, a bola foi colocada na marca do penálti, Diogo Jota assumiu a marcação do castigo máximo e, no último lance do primeiro tempo, Jota bateu a bola e Portugal chegou de novo ao golo, para o 2-0 ao intervalo.
Roberto Martinez determinou
cinco substituições ao intervalo
Para o segundo tempo deste particular entre Portugal e Finlândia, o selecionador luso operou cinco alterações na formação da Seleção, tendo chamado a jogo Gonçalo Inácio, Diogo Dalot, Bruno Fernandes, Pedro Neto e Gonçalo Ramos após o intervalo, deixando nos balneários Rúben Dias, Nuno Mendes, João Palhinha, Rafael Leão e Diogo Jota.
E foi já com o novo figurino da Turma das Quinas que João Cancelo teve nos pés por aquela altura a melhor oportunidade para marcar, com um remate forte desferido no interior da área a obrigar Hradecky a uma excelente intervenção, desviando a bola pela linha de fundo.
Portugal continuava a dominar, a encostar a formação finlandesa à sua linha de baliza, ficando claro que seria mais uma questão de tempo para que também este “renovado” onze de Portugal chegasse aos golos, dilatando a vantagem que se mantinha por esta altura no 2-0 com a turma lusa a jogar instalada no meio-campo defensivo da Finlândia.
Os indicadores de golo estavam lá todos e poucos se surpreenderam por isso quando, ao minuto 56’, e depois de uma jogada de conjunto em que bola rodou toda a grande-área da Finlândia, Gonçalo Ramos deixou em Francisco Conceição e este, vendo Bruno Fernandes isolado à entrada da área, colocou-lhe a bola com uma assistência perfeita para um remate certeiro que o camisola 8 da Seleção de Portugal e agora “capitão” – com a saída de Rúben Dias a braçadeira passou para Bruno Fernandes – rematou a contar para o terceiro golo de Portugal.
O jogo continuava a ser disputado apenas em metade do relvado, do lado da baliza da Finlândia, Francisco Conceição continuava a justificar a alcunha de “espalha brasas” pela forma como desmontava por completo o último sector da seleção finlandesa com as suas entradas pelo corredor direito. O jogo continuava a ser dominado por completo pela formação de Portugal, num Estádio de Alvalade com 43.125 adeptos nas bancadas a acompanharem eufóricos o primeiro de três jogos de preparação para a Seleção Nacional visando a participação no Euro’2024.
Finlândia surpreende e marca
dois golos em cinco minutos
A vencer por 3-0, Portugal perdeu o foco por instantes o que se revelou determinante na história do jogo. Permitindo que a Finlândia subisse no terreno, ao minuto 73’, completamente contra a corrente do jogo, Teemu Pukki, o camisola 10 da formação visitante que entrara no jogo ao intervalo, conseguiu receber a bola nas costas da defesa de Portugal, bateu Gonçalo Inácio que ficou mal na fotografia ao deixar o jogador finlandês isolar-se em frente a José Sá e, sem marcação directa, Pukki picou a bola para um chapéu sobre José Sá a dar o golo para a Finlândia quando nada o fazia adivinhar.
Portugal passava por uma fase menos assertiva do jogo, permitia alguma liberdade aos homens da Finlândia e, ao minuto 77’, o mesmo Teemu Pukki, claramente o homem mais clarividente por esta altura da turma forasteira, conseguiu recuperar uma bola dentro da grande-área de Portugal para um remate que fez a bola passar sobre o corpo de José Sá para o segundo golo da formação visitante. Pukki mostrava o porquê de ser tido como o melhor jogador desta seleção finlandesa e reduzia a diferença para 3-2, permitindo que a sua equipa reentrasse na discussão do jogo.
Portugal voltava a cair no erro cometido nos jogos mais recentes nos quais sofreu sempre dois golos, algo que também aqui aconteceu em Alvalade, ficando por aí um objecto de estudo a ser feito pela equipa de trabalho de Roberto Martinez, que terá que encontrar um antídoto a estes golos que, em jogos a sério, poderão revelar-se determinantes.
Neste jogo, e depois de sofrer os dois golos apontados por Teemu Pukki, a Seleção de Portugal recuperou o controlo das operações, assumiu de novo o domínio territorial que vinha manifestando desde o início da partida, e dava resposta à necessidade de assentar o seu jogo e dar mais tranquilidade ao jogo de Portugal. Francisco Conceição continuava a ser o jogador mais irrequieto junto da linha defensiva da Finlândia e, com a baliza à sua mercê, rematou muito por cima da trave, quando já havia adeptos a gritar o que seria o quarto golo. A bola, porém, ganhou altura e perdeu-se nova oportunidade para o golo com as cores lusas.
Roberto Martinez operara uma derradeira alteração na Seleção de Portugal, com a entrada de Danilo para o lugar de António Silva, e foi num lance iniciado por Danilo na linha média que a bola foi parar a Francisco Conceição, sempre pelo lado direito do ataque. O camisola 26 fez nova assistência para Bruno Fernandes que apareceu à entrada da grande-área e o camisola oito, com um remate claramente em jeito, fez a bola entrar na baliza junto ao poste esquerdo da baliza da Finlândia sem possibilidades de defesa para Hradecky, assinando o 4-2 que viria a ser o resultado final.
Francisco Conceição ainda causou alguma apreensão ao receber assistência médica depois de um lance mais disputado, já perto do final do jogo junto à linha lateral, e o público não lhe regateou um enorme aplauso, merecido pela forma assertiva como o pequeno extremo portista se entregou ao jogo, ele que mesmo sem ter marcado esteve presente em três dos quatro golos de Portugal, oferecendo mesmo dois golos “com açúcar” em assistências para Bruno Fernandes que este se encarregou de validar. Aliás, por tudo isto, Francisco Conceição e Bruno Fernandes, com destaque para o pequeno extremo portista, acabaram mesmo por ser os melhores elementos em campo neste embate entre Portugal e a Finlândia.
Portugal aproximava-se assim do final do jogo a vencer por 4-2, o público pedia “só mais um” a partir das bancadas e o árbitro dava mais quatro minutos num jogo em que a Turma das Quinas continuava a dominar. Pedro Neto primeiro, e Francisco Conceição depois, este último a enviar a bola à base do poste esquerdo da baliza finlandesa, estiveram à beira de fazer mesmo o quinto golo para a Turma das Quinas, acabando o jogo por terminar sem mais golos, com Portugal a pecar por aqueles cinco minutos em que permitiu que surgisse a qualidade de Pukki a fazer os dois golos para a Finlândia.
Portugal volta a jogar no próximo sábado, no Estádio Nacional, em Oeiras, naquele que será o segundo jogo de preparação para o Euro’2024, desta feita frente à seleção da Croácia, quando o grupo de trabalho de Roberto Martinez já estará completo, com Cristiano Ronaldo e Rúben Neves, eles que irão chegar na véspera a Lisboa. Outros jogadores, como Bernardo Silva, João Félix, Matheus Nunes, Diogo Costa e Rui Patrício, que neste encontro com a Finlândia não saíram do banco, poderão vir a alinhar na partida de sábado frente à Croácia, num jogo a acompanhar, naturalmente, pelo LusoNotícias, isto quando estamos, também nós, a agilizar processos para acompanhar toda a participação da Turma das Quinas no Campeonato da Europa, em directo da Alemanha para os nossos leitores.