A Turma das Quinas realizou este sábado no Estádio Nacional, no Jamor, o penúltimo jogo de preparação com vista à participação no Euro’2024, uma partida disputada frente à Croácia em que o resultado acabou por ser negativo para as cores lusas, com os croatas a vencerem por 2-1.
Modric, logo ao minuto 8′, converteu uma grande penalidade assinalada depois de uma alegada carga de Vitinha sobre Kovacic, um lance em que ficaram dúvidas quanto ao efectivo motivo para uma grande penalidade mas que mereceu do árbitro alemão Harm Osmers o apontar imediato da marca do castigo máximo.
Modric bateu Diogo Costa, colocou a Croácia em vantagem e Portugal teve que correr a partir daí atrás do resultado.
Curiosamente, o selecionador Roberto Martinez não condicionou o seu plano de trabalho em função do resultado e manteve os planos que traçou desde o início, seja para a colocação em campo de um onze bem distinto daquele que alinhou na passada terça-feira perante a Finlândia, seja também para as substituições feitas no segundo tempo em que colocou em campo seis das opções que tinha no banco.
Assim, como titulares neste embate com a Croácia, para além do guarda-redes Diogo Costa, a Turma das Quinas apresentou-se em 4x3x3 com Diogo Dalot, Rúben Dias, Gonçalo Inácio e Nuno Mendes na defesa, um trio de jogadores na linha média formado por Palhinha, Vitinha e Bruno Fernandes, e ainda João Félix, Gonçalo Ramos e Bernardo Silva, desta feita o “capitão” da nossa seleção.
Do lado da Croácia, o selecionador Zlatko Dalic apostou num onze com o guarda-redes Livakovic — a presença em jogo do guardião do Fenerbahçe foi um dos motivos que justificou a presença no Jamor do técnico português José Mourinho, ele que vai orientar exactamente os turcos do Fenerbahçe na próxima época –, uma linha defensiva com Stanisic, Sutalo, Pongracic e Gvardiol, ainda Brozovic, Modric e Kovacic na linha média e, na frente, Majer, Budimir e Kramaric.
Curiosamente, do onze inicial de Portugal, nem todos titulares deram a melhor resposta, com João Félix a passar de algum modo ao lado do jogo, Vitinha com alguns problemas em conseguir assumir o controlo do jogo por dentro face à oposição de Modric e Brozovic, ao mesmo tempo que Diogo Costa, o guarda-redes do FC Porto, este com intervenções de muita qualidade, acabou por evitar males maiores para as cores portuguesas, nesta partida no azul claro do equipamento alternativo, com motivos alusivos ao azulejos bem portugueses.
A Croácia entrou bem melhor no jogo, nos primeiros quinze minutos chegou à vantagem através da grande penalidade convertida por Modric e teve ainda duas oportunidades de golo que Diogo Costa negou, e só bem perto do minuto 25′ Portugal conseguiu reencontrar-se no jogo.
Ainda assim, a Turma das Quinas conseguia ter mais bola, mas era uma posse consentida por parte da Croácia que mostrava sentir-se bem a defender, procurando depois partir em transições rápidas quase sempre em superioridade numérica perante a defesa de Portugal.
A nossa Seleção, porém, só no último lance do primeiro tempo conseguiu um remate com algum perigo por parte de Bruno Fernandes, ainda assim anulado por Livakovic. O jogo avançava assim para o intervalo com a Croácia em vantagem, perante uma turma lusa que tinha algumas dificuldades em conseguir encontrar espaços para desenvolver o seu futebol perto da baliza croata.
Ultrapassado o intervalo no Jamor, o selecionador Roberto Martinez resolveu operar quatro mudanças na nossa Seleção, com as entradas de Rafael Leão, João Cancelo, Nélson Semedo e Diogo Jota, por troca com João Félix, Diogo Mendes, Diogo Dalot e Gonçalo Ramos. E a verdade é que estas mudanças acabaram mesmo por dar frutos, com Portugal a construir o lance do empate na partida com elementos vindos do banco ao minuto 48′.
Nélson Semedo recebeu uma solicitação de Bernardo Silva junto à linha lateral, avançou em velocidade e, já bem perto da linha de fundo, cruzou para interior da área onde apareceu Diogo Jota livre de marcação a fazer o golo para Portugal, ele que se estreou a marca pela Seleção em 2020 exactamente contra a Croácia.
A nossa Seleção estava agora bem mais forte, a jogar em velocidade pelos corredores, com Nélson Semedo e Rafael Leão nos corredores, abrindo o ataque de Portugal e obrigando a Croácia a alargar a sua linha média para procurar contrariar o bom jogo que Portugal estava por esta altura a conseguir.
À passagem do minuto 54′ também o selecionador croata resolvia mudar algumas das suas pedras, tirava do jogo Modric, Kramaric e Majer, e fazia entrar na turma croata Susic, Perisic e Pasalic, jogadores que dois minutos depois viriam a integrar um lance ofensivo da equipa visitante que resultou no segundo golo para a Croácia, a tirar partido de alguma desconcentração da nossa Seleção. Perisic cruzou para o interior da área de Portugal, Pasalic rematou à baliza de Portugal com Diogo Costa a conseguir defender a bola para a trave, e na recarga apareceu Budimir, um dos elementos titulares desta seleção croata que, de cabeça, fez o segundo golo da Croácia, voltando a colocar a turma forasteira em vantagem.
Estava escrito o resultado final do jogo, até porque nenhuma das equipas conseguiu depois disso construir lances de golo com eficácia. Aliás, talvez por isso quando faltavam ainda mais de 10 minutos para o final da partida e era já visível o público que começava a abandonar as bancadas do Jamor.
Roberto Martinez ainda utilizou neste jogo Pedro Neto, por troca com Bruno Fernandes, e Matheus Nunes na saída de Vitinha, mas o resultado não voltaria a sofrer alterações, acabando Portugal por somar a sua segunda derrota sob o comando de Roberto Martinez, isto depois de ter perdido frente à Eslovénia, também nessa altura num jogo de carácter amigável.
Mais do que o resultado o selecionador Roberto Martinez apostou neste jogo na consolidação de processos para a Seleção de Portugal, terá conseguido retirar daí alguns ensinamentos e se há que perder jogos o melhor mesmo é perder nestas partidas de preparação. Talvez por isso ninguém terá querido apontar o resultado negativo frente à Croácia para deixar previsões fatalistas, mas convenhamos… melhor mesmo teria sido a vitória de Portugal frente à Croácia e não o triunfo dos croatas, aquele que foi o primeiro de sempre desta seleção de Modric e companhia perante a Turma das Quinas.