A 10ª edição do Rock In Rio Lisboa chegou este domingo ao seu quarto e último dia neste de muito calor no Parque Tejo onde foram muitos os nomes que justificaram que os bilhetes mais uma vez tivessem esgotados, entre eles Doja Cat, Camila Cabello, Ne-Yo, Luísa Sonza, Veigh e MC Cabelinho.
Despedimo-nos da Cidade do Rock numa festa que começou logo às 15h00 com Danni Gato e se prolongou até para lá da 01h00 da manhã na companhia de Pedro Sampaio.
A festa no Palco Mundo começou com Aitana, conhecida como a “Princesa Pop Espanhola”. A artista não escondeu a surpresa de ver tanta gente na plateia e anunciou em um português quase perfeito que queria dar-se a conhecer melhor e que toda a gente se divertisse e dançasse muito.
Após Danni Gato, o segundo artista a apresentar-se no Palco Tejo foi Veigh, ele que disse nunca ter imaginado estar em outro país a cantar no Rock In Rio e trouxe consigo uma legião de fãs maior do que aquilo que esperava.
Convidou Bárbara Bandeira para cantarem o dueto “Fumaça”, lançado há pouco mais de um mês, e ainda aproveitou a deixa para pedir que o público cantasse os parabéns à artista que completou neste dia 23 anos.
Ne-Yo, emblemático cantor e compositor norte-americano, vencedor de três prémios Grammy, com o seu chapéu e aquilo a que chama de “clássicos-clássicos”, proporcionou uma hora de canções entoadas em uníssono e a plenos pulmões por uma multidão em volta do palco principal que não tinha fim, em “celebração da vida, do amor e da música”. Foi uma sessão nostálgica dos anos 2000 com temas como “Closer”, “So Sick” e “Miss Independent”, bem como trechos de outras músicas clássicas escritas pelo compositor como “Irreplaceable” (gravada por Beyoncé) e “Take a Bow” (gravada por Rihanna).
E no fim da actuação deste cantor e compositor, apesar de ainda não ser noite, o público deu tudo o que tinha como manda a música “Give me Everything (tonight)”, com que Ne-Yo acabou o concerto.
Outro artista a realizar o seu sonho de tocar no Rock In Rio foi MC Cabelinho, que nunca tinha pensado que o fosse fazer ainda mais em Lisboa. Cabelinho motivou pela terceira vez nova multidão junto ao Palco Tejo, com todos a dançar e a saltar ao longo de todo o concerto apesar do calor quase insuportável que se fazia sentir.
O Rock In Rio Lisboa ia-se desenvolvendo ao longo de todo o recinto do Parque Tejo prosseguindo também no palco com o mesmo nome, o Palco Tejo, onde o público teve o privilégio de ouvir “Minha Cura”, música que Cabelinho fez para a sua ex-namorada, Bella Campos, que já não cantava nos seus concertos há cerca de um ano. Ainda se fez novamente ouvir a canção dos parabéns, desta vez para dois fãs aniversariantes que foram chamados ao palco.
A noite acabou por cair, permitindo que aparecesse no horizonte, por entre os pilares da ponte Vasco Da Gama uma bonita lua cheia, numa altura em que o Palco Mundo passava a receber a “señorita” Camila Cabello, acompanhada de várias dançarinas e adereços. A ex-integrante do grupo Fifth Harmony vem tendo sucesso na sua carreira a solo, e começa agora uma nova fase com o seu quarto álbum intitulado “C, Xoxo”, a lançar já no dia 28 de junho deste ano. A par de alguns temas exclusivos do novo álbum, não foram esquecidos êxitos já mais antigos como “Havana”, “In The Dark” e “Bam Bam”, numa prestação em que Camila teve tempo para provar um pastel de nata em palco.
Pelo recinto ouviram-se algumas críticas quanto à presença em palco da cantora, que pareceu dedicar muito mais a sua atenção às câmaras do que ao mar de gente que tinha à sua frente, tornando a sua atuação muito impessoal, o que fez com que fosse perdendo público. Afinal, logo depois de Camila Cabello terminar seria a vez de acompanhar a prestação de Luísa Sonza no Palco Galp e era preciso optar entre acompanhar a prestação de Camila ou encontrar o melhor lugar para ver o espectáculo de Sonza. Ora, entre uma e outra, Luísa Sonza ganhou claramente aos pontos e Camila Cabello acabou por assinar uma prestação pouco convincente nesta passagem pelo Rock In Rio Lisboa.
Mal Camila Cabello se despediu do Palco Mundo, a tão aguardada, e para alguns a verdadeira cabeça de cartaz do dia, Luísa Sonza, iluminou o Palco Galp. De lenço na cabeça e óculos escuros, começou por cantar “Mulher do Ano”, o que parece ser bastante verdade dada a multidão que esperava por ela junto ao palco muito tempo antes.
Luísa, que começou por ser a “rainha dos covers” no Youtube aos 16 anos, vem ocupando cada vez mais espaço no topo, tendo o seu “Escândalo Íntimo” como o álbum mais ouvido no Brasil. A partir do Palco Galp, a cantora expressou a alegria que sente em ver a sua música “atravessando o oceano” e todo o amor com que foi recebida pelo público português, tanto que trouxe uma bandeira lusa para pôr aos ombros.
Enquanto isso, quase à mesma hora subia ao palco ProfJam, ele que mostrou ter verdadeiros fãs mesmo com uma concorrência tão grande do outro lado do recinto. Numa energia ímpar, “Tou Bem”, “Cabaret”, “Dakar” e “Malibu” foram verdadeiros pontos altos num concerto que não teve de todo pontos baixos.
O último dia desta 10ª edição do Rock In Rio Lisboa aproximava-se do fim e era tempo para que a excêntrica e inigualável Doja Cat fechasse o Palco Mundo com uma apresentação superlativa, até porque não era de se esperar menos dela. Com uma maquilhagem fora do comum – o nariz a “sangrar” – e um cenário algo inusitado de fardos de palha feitos de cabelos loiros, cantou “Ain’t Sh*t”, “Streets”, “Say So”, “Tia Tamera” e o seu mais recente single “Paint The Town Red”.
A estreia da rapper norte-americana em Portugal conquistou corações e Doja deixou o palco ao som de uma ovação ensurdecedora, conseguindo fazer regressar à beira do Palco Mundo nova enchente de público com o calor dos aplausos na derradeira prestação no espaço principal do festival do Parque Tejo.
Estava quase a chegar ao fim esta edição do Rock In Rio Lisboa pelo que, depois de mais uma sessão de fogo de artifício a enquadrar um medley de temas de muitos dos que marcaram edições anteriores deste festival, houve ainda tempo para terminar em grande esta edição ao som do DJ e cantor Pedro Sampaio, ele que deu o último espetáculo, marcando novo recorde de público à frente do Palco Galp, circunstância que levou o músico a não conseguir conter a emoção.
Com os últimos acordes permitidos pela música de Pedro Sampaio, assim passou a edição do vigésimo aniversário do Rock In Rio Lisboa, um festival marcado pela mudança de casa para a Cidade do Rock, este ano a e partir de agora no Parque Tejo, numa edição da qual ficam já as saudades, nomeadamente destes dias incríveis.
Daqui a dois anos, em 2026, e como anunciou a organização deste festival o Rock In Rio Lisboa vai regressar, mantendo-se no Parque Tejo, ficando a promessa de Roberto Medina de que serão implementadas melhorias no recinto, com a colocação de relva sintética e a implementação de alguns pontos de sombra, indo ao encontro de alguns dos principais pedidos dos festivaleiros para este espaço ribeirinho que irá ser aberto ao público ainda este verão para que os lisboetas e aqueles que visitam a capital possam desfrutar deste espaço à beira Tejo. Quanto ao festival e à música… em 2026 há mais e lá estaremos!