Depois de ter recebido aquilo que o próprio classificou como uma “proposta desportivamente sedutora”, o treinador João Mota chegou a acordo com o Al-Tadamon, do Koweit, para um contrato válido por uma época, pelo que irá assumir já a 1 de julho o comando técnico do novel clube primodivisionário com sede na cidade de Farwaniya. Para trás fica, assim, o projeto olímpico do Sudão.
No Koweit, o treinador português, de 57 anos, sucede no cargo a outro português, no caso Miguel Leal, que garantiu a subida de divisão (2.º lugar) mas não prolongou a ligação contratual ao Al-Tadamon. Com João Mota, integram a equipa técnica o adjunto Marco Delgado, que há muito acompanha o antigo jogador formado no Barreirense e Sporting, e o preparador de guarda-redes Sérgio Miranda.
Depois de cerca de um mês em Jeddah, na Arábia Saudita, para abraçar o projeto das seleções de formação do Sudão, que, dada a instabilidade social e política que se vive no país africano, treinam-se divididas por três países (Sudão, Marrocos e Arábia Saudita) e dois continentes (África e Ásia), João Mota terá sentido muitas dificuldades, nomeadamente nas questões de logística, para iniciar e colocar em prática o seu projeto estratégico para o futebol de formação do Sudão, acabando por não resistir ao insistente apelo, nos últimos dias, dos responsáveis do clube do Koweit, que lhe apresentaram um desafio desportivamente aliciante.
No Al-Tadamon, João Mota terá oportunidade, de novo, de construir o plantel e assumir a preparação diária da equipa, desde o primeiro momento da pré-temporada. “Trabalhar numa seleção era um desafio que queria muito experienciar mas com outras condições. As dificuldades do Sudão, nesta altura, condicionam sobremaneira o trabalho de qualquer treinador”, reconhece o português.
Ao decidir-se pelo projeto do Al-Tadamon, João Mota procura, também, “estabilidade” na sua carreira de treinador, depois de recentes passagens desportivamente bem sucedidas mas interrompidas antes do final dos respetivos campeonatos, sobretudo por Al-Hilal Omdurman (participação efetiva no bicampeonato do Sudão) e Al-Hussein (pela primeira vez campeão da Jordânia).
Assim, João Mota não hesita em apontar o seu objectivo: “Quero levar este projeto do Al-Tadamon do início ao fim!”
LusoGolo
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