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Diogo Costa  seen saving penalty during UEFA Euro 2024 Round of 16  game between national teams of Portugal and Slovenia at Deutsche Bank Park, Frankfurt, Germany (Maciej Rogowski)

Diogo Costa foi herói e Portugal segue para os quartos do Euro

Três penáltis defendidos no derradeiro desempate com a Eslovénia depois de 120 minutos sem golos, foi a contribuição ímpar do guarda-redes Diogo Costa para o apuramento de Portugal aos quartos-de-final do Euro2024 depois de um jogo muito sofrido. Antes, durante os 120 minutos de jogo, Cristiano Ronaldo falhou uma grande penalidade ainda durante o jogo, uma falha que deixou o capitão de Portugal lavado em lágrimas, com um choro compulsivo que não conseguiu evitar.

Pepe, por seu turno, depois de uma boa exibição, cometeu um erro já no prolongamento e valeu também aqui Diogo Costa com uma enorme defesa. E quanto ao jogo, há que dizer que a prestação da Turma das Quinas esteve alguns furos abaixo do que se poderia esperar para este jogo, em que Portugal eliminou a Eslovénia deste Europeu, agendando agora um encontro com a França na próxima sexta-feira.

À beira do fim do prolongamento, quase com duas horas de jogo disputado, Diogo Costa ainda defendeu um lance decisivo ao minuto 115′, quando Sesko apareceu isolado à sua frente a rematar para a baliza de Portugal, depois de ter deixado para trás o central Pepe. O guarda-redes da Turma das Quinas segurou Portugal na competição, e voltaria a fazê-lo de uma forma determinante, no desempate através dos pontapés da marca da grande penalidade.

Com a Eslovénia a ser a primeira a bater a bola, Diogo Costa começou por defender um remate de Ilicic, respondendo depois afirmativamente Cristiano Ronaldo ao ser o primeiro a bater um penálti já depois de antes ter falhado. O capitão de Portugal assumiu a sua responsabilidade, foi o primeiro a marcar e deixou logo ali Portugal em vantagem, acabando por não festejar a cobrança deste penálti preferindo pedir desculpa ao público pela falha que tinha tido antes.

A Eslovénia tinha que marcar na segunda oportunidade para não permitir maior distância para Portugal, pelo que Balkovec não podia falhar. O jogador esloveno rematou e Diogo Costa defendeu o segundo penálti, com Bruno Fernandes a reponder a preceito marcando o 2-0 para Portugal. Voltava a ser a Eslovénia a tentar a sua sorte, agora por Verbic, e de uma forma incrível eis que Diogo Costa defende o terceiro penálti, revelando-se uma verdadeira parede na defesa de Portugal, batendo também ele um recorde ao defender três penáltis seguidos num desempate de um jogo.

Restava a Portugal marcar o terceiro penálti para terminar logo ali este desempate e Bernardo Silva, chamado a bater a grande penalidade, enviou a bola para um lado com Oblak a cair para o outro fazendo o 3-0 e fechando a discussão deste jogo dos oitavos-de-final de uma forma favorável a Portugal. Depois de todo o sofrimento, Portugal podia exultar num festejo de toda uma nação elevada pelas mãos de Diogo Costa, o herói de todos os portugueses.

Portugal repetiu o “onze”
que tinha ganho à Turquia

Antes da lotaria das grande penalidades, em que Diogo Costa resolveu assegurar com as suas mãos o Euromilhões ao futebol português, o jogo prometia uma vitória de algum modo tranquila para a Turma das Quinas. Portugal regressava aparentemente ao esquema de quatro defesas, repetindo a equipa que tinha alinhado frente à Turquia no jogo em que a Turma das Quinas venceu por 3-0, e esperava-se que Cristiano Ronaldo e seus pares conseguissem impor-se com um triunfo construído em cima da superioridade de Portugal perante a Eslovénia.

E a verdade é que Portugal começou bem, instalando-se no no meio-campo defensivo da Eslovénia, jogando com três homens atrás nos momentos de posse de bola, uma linha que subia para cinco elementos quando a formação eslovena tinha bola. Rafael Leão e Cristiano Ronaldo, mais descaídos para o corredor esquerdo nos lances ofensivos, empolgaram o público nos primeiros 10 minutos e as primeiras oportunidades foram mesmo para Portugal, nomeadamente para Ronaldo e Bruno Fernandes quando ambos falharam a resposta a preceito a um cruzamento de Bernardo Silva, num lance que saiu um pouco mais alto do que o pretendido.

Depois do primeiro quarto de hora a Eslovénia conseguiu subir um pouco no terreno do jogo, com Portugal a sentir alguma dificuldades em conseguir ligar o jogo entre sectores. Ainda assim, continuava a ser Portugal a assinar os lances mais bonitos e com isso mais empolgantes para o público maioritariamente luso nas bancadas da Arena de Frankfurt.

Certo é que o jogo passou a ser mais discutido e mais equilibrado à passagem da meia-hora, com a Eslovénia a conseguir ligar mais o seu jogo perante uma seleção de Portugal com mais posse de bola mas, ainda assim, a sentir dificuldades em entrar na área de baliza à guarda de Oblak de forma consequente.

Ao minuto 33′, Rafael Leão foi carregado à entrada da área eslovena depois de um lance do jogador do AC Milan em velocidade, Portugal ganhou um pontapé livre perigoso ao jeito do capitão da nossa Seleção, Drkusic viu um cartão amarelo e, na transformação do livre directo, apareceu Cristiano Ronaldo a ameaçar aquele que seria o primeiro golo para Portugal.

Fomos fracos a atacar
e mais fracos ainda a rematar

Ao longo de todo o primeiro tempo foi Portugal quem esteve melhor e construiu os lances ofensivos mais consequentes, mas apesar disso a Eslovénia conseguiu segurar sempre os homens mais adiantados da Turma das Quinas, acabando o jogo por chegar ao final do primeiro tempo com o nulo a prevalecer no marcador, num jogo em que Portugal jogou bem mas sem conseguir chegar ao golo.

Jogando melhor e tendo mais posse de bola, Portugal passava ainda assim por alguns equívocos, com Nuno Mendes a aparecer muitas vezes como terceiro central, sem nunca ser aproveitado na profundidade como faz no Paris Saint-Germain.

No seu corredor, Bernardo Silva aparecia muitas vezes encostado à linha sem jogar pelo meio, acabando o médio do Manchester City por passar muito tempo ao lado do jogo.

Já no segundo tempo, Roberto Martinez aumentava os equívocos, ao tirar Vitinha, um dos melhores elementos em campo para chamar a jogo Diogo Jota, uma mudança que retirou qualidade ao meio-campo de Portugal, apostando pouco depois, ao minuto 76′, em Sérgio Conceição para o lugar de Rafael Leão, colocando o “espalha-brasas” estranhamente do lado esquerdo onde nunca conseguiu fazer a diferença.

Martinez somou equívocos
e terá que fazer melhor frente à França

Roberto Martinez somou equívocos, esperou até perto do final do prolongamento para fazer mais duas alterações, não para mudar as ideias da sua equipa mas, como explicou no final, pensando já nos jogadores que iriam bater as grandes penalidades, e valeu a Portugal a inspiração e o instinto de Diogo Costa.

O guarda-redes da Turma das Quinas acabou por defender três penáltis recorrendo ao seu instinto, através da leitura corporal que fez dos jogadores da Eslovénia como explicou já depois do jogo, garantindo para Portugal os quartos-de-final do Euro2024 e, para ele próprio, o estatuto cada vez mais reconhecido de um dos melhores guarda-redes do Mundo.

Resta agora ao selecionador de Portugal garantir que a Turma das Quinas faça bem melhor do que tem feito até aqui neste Campeonato da Europa, sendo que terá na próxima sexta-feira um adversário bem mais complicado, a França, que ainda assim poderá jogar olhos nos olhos frente à nossa Seleção, algo que poderá jogar a favor das pretensões do grupo de trabalho de Roberto Martinez. É certo que Portugal não poderá facilitar, mas tem tudo em aberto para continuar neste Euro2024.

texto: Jorge Reis
fotos: Maciej Rogowski
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