O segundo dia do festival NOS Alive 2024, no Passeio Marítimo de Algés, com o nome de Dua Lipa em pano de fundo como um dos nomes principais do cartaz para esta sexta-feira, cumpriu essa expectativa, mas foi muito para além disso, num dia marcado pelo arranque em português no palco principal, com T-Rex a subir ao palco com a sua característica energia contagiante.
De gorro, óculos escuros e uma camisola com uma das suas letras inscrita nas costas, este rapper e produtor da Linha de Sintra, que liderou a lista dos artistas portugueses mais ouvidos no Spotify em 2023 e ganhou o prémio de Melhor Álbum nos Prémios Play com “Cor D’Água”, expressou constantemente a sua gratidão ao público, que considera a sua “família” e fez questão de assim se referir ao mesmo, sempre que a eles se dirigia. Foi a sua estreia no palco principal do festival, mas não propriamente no NOS Alive, uma vez que já passou pelo palco WTF Clubbing Stage numa edição anterior do evento. Desta vez, ao artista lusófono juntou-se a Mafia 73, a sua “outra família”.
Com um espetáculo focado no seu aclamado álbum “Cor D’Água”, T-Rex sublinhou a importância de elevar a Língua Portuguesa e as bandeiras de Angola e Portugal, consolidando-se como uma figura essencial no rap português e no rap lusófono como um todo.
Prosseguindo em frente ao palco principal no Passeio Marítimo de Algés, os focos foram apontados para Ashton Nicole Casey, cantora norte-americana mais conhecida pelo seu nome artístico Ashnikko, ela que proporcionou uma viagem ao mundo fantástico e distópico do seu primeiro álbum, “Weedkiller”, lançado em agosto de 2023.
A artista avisou desde logo que esteve doente durante toda a semana e que precisaria da ajuda dos fãs, que trata pelo nome carinhoso de “demidevils”. “Se eu tossir, vocês não ouviram”, brincou, enquanto ia tomando uma bebida de gengibre para confortar a garganta que o vento de fim de tarde não ajudava muito.
Sem prejuízo nenhum por estar doente, Ashnikko assegurou um espetáculo frenético com muita dança junto das suas duas bailarinas, sendo esta a sua estreia em Portugal. Começou desde logo com “You Make Me Sick!” e o hit viral no TikTok “Stupid”, cantando também “Don’t Look at It”, “Slumber Party”, “Tantrum” e “Daisy”, e ainda uma das suas primeiras músicas, “Invitation”, lançada em 2018, que mantém na ‘setlist’ como dedicatória ao seu “eu” mais novo.
Ao pôr do sol, e agora já fora do palco principal, a legião de fãs da cantora e compositora norueguesa Aurora inundou o Palco Heineken e mostrou que era merecido para esta artista um lugar no palco principal.
Numa representação inigualável das suas canções, Aurora fez o público dançar como se não estivesse ninguém a olhar – assim como a própria cantora faz, descalça e com um vestido vermelho fluído.
Para além de temas como “Runaway”, “Cure For Me” e “Starvation”, a artista cantou ainda “Murder Song”, depois de anos e anos sem interpretar esta canção ao vivo, atendendo à promessa que havia feito a um fã.
Como não vinha a Portugal há muito tempo e gosta tanto deste público onde se sente “assoberbada pelo amor”, aproveitou ainda para anunciar o seu regresso em maio do próximo ano, ao que a multidão respondeu com um entusiasmo ensurdecedor. Sem revelar mais detalhes, resta-nos também a nós que gostámos da sua atuação aguardar ansiosamente.
O segundo dia deste festival de verão prosseguia e chegávamos a Arlo Parks, uma entrada de última hora no cartaz, na sequência do cancelamento de Tyla por “motivos de força maior” apenas dois dias antes do concerto.
A substituição foi rápida e eficaz. Apesar de não agradar a todos os festivaleiros que tinham o objetivo de ver Tyla em palco, Arlo mostrou estar à altura do desafio e superou expectativas.
Perto da meia noite, a tão aguardada estrela do pop finalmente subiu ao palco. Dua Lipa, claro que é dela que falamos, transformou o recinto numa imensa discoteca ao ar livre, num espetáculo que foi muito para além de música – também teve muita dança, espetáculos de lasers e luzes, pausas ao som de tecno e acabou em fogo de artifício.
Por entre saltos e palmas coordenadas, o público cantou em coro durante todo o concerto, que começou com “Training Season” e acabou em “Houdini”, passando por outros temas tanto do álbum de lançamento mais recente, “Radical Optimism”, quanto dos álbuns “Furute Nostalgia” e “Dua Lipa”.
Já pela madrugada a dentro, um dos últimos grandes nomes que animou esta sexta-feira o Passeio Marítimo de Algés foi Gloria Groove, no Palco Heineken, outro nome que não causará admiração a ninguém se regressar em breve ao recinto de Oeiras e então para actuar no palco principal do festival da Everything Is New.
fotos: NOS Alive
Desta vez Gloria Groove ficou-se pelo Palco Heineken, um espaço que encheu de boa música, complementada a determinada altura com a sua convidada em palco, Sara Correia, também ela plena de energia contagiante para o público.
Este segundo dia já foi também o penúltimo dia do festival, que se estende por três dias apenas, pelo que este sábado será já o último dia, um fecho que se espera repleto de clássicos atemporais e imperdíveis. A ver vamos… para contarmos como foi!