Três golos sem resposta frente aos espanhóis do Athletic de Bilbao, no relvado do Estádio de Alvalade, foi o resultado que permitiu ao Sporting a conquista de mais uma edição do Troféu Cinco Violinos, evento que começou com a apresentação do plantel dos leões para a nova temporada e que culminou num jogo bem disputado que o Sporting venceu justamente. Sobre a marcha do resultado, este começou por ser desenhado ainda no primeiro tempo, com golo de Pedro Gonçalves ao minuto 11’, e concluído na fase final com mais dois golos, aos minutos 80’ e 83’, respectivamente por Marcus Edwards e Francisco Trincão.
Para este jogo que funcionou também como partida de apresentação do novo plantel dos leões aos seus adeptos, o técnico Rúben Amorim escalou um onze no habitual esquema técnico de três centrais, com Kovacevic na baliza, Eduardo Quaresma, De Bast e Gonçalo Inácio na primeira linha defensiva, Morita e Hjulmand no “miolo” com Geny Catamo e Geovany Quenda nas alas, sobrando para a linha mais adiantada Pedro Gonçalves, Trincão e Gyokeres.
Já o Athletic apareceu em Alvalade com um esquema táctico idêntico ao do Sporting, mas a revelar menos entrosamento. Padilla foi o guarda-redes, com uma linha de três centrais formada por Gorosabel, Yeray e Lekue, ainda Yuri, Prados, Jauregizar e Iñaki Williams, este o irmão mais velho do jovem campeão europeu Nico Williams, ainda a gozar as suas férias, aparecendo na frente de ataque Sancet, Berenguer e Guruzeta.
Com estes “onzes”, foi o Sporting quem entrou melhor no jogo, com maior objectividade, e com uma equipa claramente de tracção à frente “puxada” por Viktor Gyokeres com os apoios de Pedro Gonçalves e Trincão. Acabou assim por surgir naturalmente o primeiro golo do Sporting, ao minuto 11′, apontado neste caso não por Viktor Gyokeres, mas construído pelo sueco, com um passe a rasgar linhas e a encontrar Pedro Gonçalves nas costas da defesa do Athletic para uma finalização simples e eficaz.
Gyökeres não marcou mas assistiu
Gyokeres começou assim a assistir e só não marcou porque foi alvo de uma marcação cerrada por parte dos homens da turma basca, de tal forma que levaram o sueco a protestar de forma veemente junto do árbitro Tiago Martins pelas várias entradas mais duras que sofreu. O problema é que Tiago Martins quis mostrar ao vivo e a cores uma das mudanças das regras, que esta época obrigam a que apenas se dirija ao árbitro o capitão da equipa e nenhum outro jogador, e quando Gyokeres protestou mostrou-lhe mesmo o cartão amarelo, tendo explicado a Morten Hjulmand, o novo capitão dos leões, que apenas este poderia dialogar com o árbitro.
Tiago Martins teve razão em fazer o que fez, terá tido até o que se poderá considerar uma acção profilática lembrando aos jogadores do Sporting uma regras que terão que ter em conta durante o campeonato, mas esqueceu-se depois de usar o mesmo critério quando alguns jogadores do Athletic também protestaram e dialogaram com o árbitro da Associação de Futebol de Lisboa. Acabou assim Tiago Martins por receber fortes assobiadelas por parte dos adeptos leoninos, que não gostaram de ver no juiz de Lisboa dois pesos e duas medidas.
Ao minuto 26′, o Athletic esteve perto de conseguir empatar a partida, num lance em que Guruzeta ainda fez o golo para a sua equipa, com este a ser anulado por um alegado fora-de-jogo, num jogo em que não houve VAR para tirar todas as dúvidas, ficando válidas as indicações do trio de arbitragem. O golo de Guruzeta não valeu e foi o Sporting a andar perto de marcar de novo ainda antes do intervalo, ao minuto 33’, quando Gonçalo Inácio primeiro e Geovany Quenda depois enviaram a bola aos ferros da baliza do Athletic. A bola não entrou e até ao intervalo o jogo manteve-se com o Sporting a segurar a vantagem mínima frente a um adversário que não conseguiu incomodar de forma efectiva o guardião Vladan Kovacevic.
Atenção aos equipamentos
Para o segundo tempo, Rúben Amorim começou por operar uma única alteração, fazendo entrar Fresneda para o corredor esquerdo onde estava Geny Catamo, mantendo toda a restante equipa dos leões neste jogo com a mesma toada clara de início de época, com as duas formações a procurarem os melhores ritmos e as combinações mais eficazes nas respectivas movimentações.
O Sporting alinhava agora com o equipamento todo de branco, mas com uma falha gritante, isto porque os números desenhados nas camisolas por jovens do Pólo EUL, Academia Cristiano Ronaldo e Sporting para Todos, visando a possibilidade das camisola serem leiloadas na plataforma MatchWorn Shirt após o jogo, para que o valor angariado pudesse reverter, através da Fundação, para os jovens atletas do Pólo EUL e do Sporting para Todos, essas camisolas simplesmente não tinham qualquer leitura a uma distância média. Em termos práticos, era como se as camisolas não tivesses numeração. A intenção foi boa, o objectivo foi meritório, mas deveria o Sporting ter acautelado a necessidade das camisolas poderem ser identificadas a partir da bancada. Fica a referência ao erro crasso que deverá ser corrigido em situações futuras.
Com maior ou menos dificuldade em identificar os jogadores do Sporting a partir da bancada, o jogo prosseguiu e ao minuto 58’ foi a vez de Viktor Gyokeres dar o seu lugar a Rodrigo Ribeiro, o jovem avançado dos leões que Rúben Amorim está a lapidar procurando descobrir um diamante para o ataque. Gyokeres deixava a partida sem conseguir marcar qualquer golo e Rodrigo Ribeiro entrava a prometer marcar, nomeadamente ao minuto 64’, num remate em que a bola saiu ligeiramente sobre a trave da baliza do Athletic, num remate do avançado dos leões quando os adeptos já clamavam pelo golo que não apareceu.
Rúben Amorim voltou a mexer na sua equipa pouco depois, ao minuto 68’, altura em que chamou ao jogo Franco Israel, Matheus Reis, Daniel Bragança, João Muniz e Marcus Edwards, permitindo assim o descanso a Kovacevic, Gonçalo Inácio, Marcus Hjulmand, Geovany Quenda e De Bast. O jogo continuava por esta altura algo confuso e lento, mantendo-se desse modo após as alterações na equipa do Athletic determinadas ao minuto 73’ pelo técnico Ernesto Valverde.
Acabaram por ser os miúdos do Sporting a desbloquear o resultado, primeiro ao minuto 80’, quando Daniel Bragança levou a bola até à entrada da área do Athletic para, já quase sobre a linha de área, soltar para a esquerda onde apareceu Matheus Reis e completar a triangulação colocando em Marcus Edwards que, na pequena-área só teve que encostar para a baliza à guarda de Alex Padilla.
Pouco depois, ao minuto 83’, o Sporting voltava a celebrar o golo, num jogo muito idêntico, agora por Francisco Trincão, uma vez mais num lance de passes curtos com a bola a chegar ao lado esquerdo do ataque leonino onde Matheus Reis, uma vez mais, agora depois de um passe do miúdo Rodrigo Ribeiro, viu que Trincão estava solto de marcação junto à marca da grande penalidade e fez o passe que motivou o remate de Trincão para o 3-0.
Rodrigo Ribeiro bem integrado no ataque
O Athletic de Bilbao encaixava assim três golos, a bem da verdade nunca conseguiu construir oportunidade claras de golo que justificassem um resultado mais equilibrado, acabando o Sporting por conquistar o nono Troféu Cinco Violinos em 12 edições desta competição, permitindo uma boa carga anímica para os pupilos de Rúben Amorim quando estão a uma semana de começar a competição a sério, já no próximo sábado, 3 de Agosto, em Aveiro, onde irão defrontar o FC Porto no jogo da Supertça Cândido de Oliveira.
O Sporting ganhou justamente sobre este Athletic de Bilbao, mas ficou clara a convicção de que o FC Porto poderá colocar dificuldades mais evidentes e reais aos pupilos de Rúben Amorim, que terão que se aplicar mais e melhor se quiserem começar o ano a conquistar o primeiro título da época, uma decisão que só conheceremos no final da noite do próximo sábado num jogo que, naturalmente, também o LusoNotícias irá acompanhar no Estádio Municipal de Aveiro, sábado, às 20h15.
Notas finais ainda sobre este embate entre Sporting e Athletic de Bilbao, para as boas prestações de Viktor Gyokeres ainda que muito “travado” ao longo dos primeiros 45 minutos que esteve em jogo, também de Zeno Debast e Geovany Quenda, bem assim como de Pedro Gonçalves e Trincão. No segundo tempo acabaram por se evidenciar Matheus Reis, Daniel Bragança e Rodrigo Ribeiro.