Neste dia 25 de Agosto, mas de 1988, Lisboa vivenciou um dos momentos mais trágicos da sua história recente: o incêndio que devastou o coração da cidade, o Chiado. Há 36 anos, este evento marcou profundamente a vida dos lisboetas e deixou uma cicatriz no património cultural da capital.
Com início nos Armazéns Grandella, na Rua do Carmo, o incêndio ganhou uma dimensão enorme, com as chamas a serem alimentadas por materiais inflamáveis e pela madeira dos antigos edifícios alastrando-se rapidamente e consumindo cerca de 18 edifícios e uma área equivalente a oito campos de futebol.
As causas do incêndio nunca foram totalmente esclarecidas, mas a falta de manutenção dos edifícios, a presença de materiais inflamáveis e a configuração da Rua do Carmo, com canteiros altos que dificultaram o acesso dos bombeiros, contribuíram para a sua rápida propagação.
E se as causas ficaram sempre por esclarecer, já as consequências foram devastadoras, com perdas de vidas — um bombeiro e um eletricista perderam a vida no combate às chamas —, até à destruição do património, isto porque vários edifícios históricos, lojas centenárias e livrarias foram completamente destruídos, causando um prejuízo incalculável ao património cultural de Lisboa. Houve ainda um forte impacto social e económico, isto porque milhares de pessoas perderam os seus empregos e casas, tendo a economia local sofrido um duro golpe.
Após o incêndio, iniciou-se um longo processo de reconstrução, que visou recuperar a identidade e o encanto do Chiado. A reabilitação dos edifícios históricos, a criação de novos espaços culturais e a revitalização da vida comercial foram algumas das medidas implementadas, numa zona da cidade de Lisboa em que as marcas do incêndio permaneceram, servindo como um lembrete da importância da preservação do património e da necessidade de investir na segurança dos edifícios.
O Incêndio do Chiado ficou como um marco na história de Lisboa, um evento que nunca será esquecido e que continua a inspirar reflexões sobre a importância da prevenção e da proteção do património cultural.