SLB 1-0 EA 0069

Quase 60 mil na Luz viram o Benfica vencer o Estrela da Amadora… à tangente

Com 59.490 adeptos nas bancadas do Estádio da Luz, o Benfica garantiu a segunda vitória no presente campeonato, na recepção ao Estrela da Amadora, com um resultado tangencial (1-0) garantido com um golo do turco Kokçu ao minuto 19′ que acabaria por determinar a conquista dos três pontos, num jogo em que os encarnados perderam o concurso para os próximos jogos de Aursnes e Tiago Gouveia, jogadores que se lesionaram ao longo da partida e que irão ficar entregues ao departamento clínico dos encarnados. Quanto ao jogo, o Benfica voltou a conseguir um triunfo sem brilhar na exibição, mostrando haver ainda muito trabalho pela frente para a equipa às ordens de Roger Schmidt conseguir os melhores objectivos desportivos no futebol doméstico e na UEFA.

À partida para este jogo frente ao Estrela da Amadora, Roger Schmidt cumpriu o que tinha “prometido” ao deixar de fora dos convocados o médio João Mário, surgindo no seu lugar Kokçu, curiosamente com o turco a aparecer não nas costas de Pavlidis mas descaído para o lado esquerdo do ataque, ocupando a mesma posição em que apareceu João Mário nos jogos anteriores dos encarnados, surgindo atrás do ponta-de-lança o argentino Prestianni, com Aursnes a procurar criar desequilíbrios pelo lado direito. Sobre Kokçu, aliás, procurou algumas vezes visar a baliza à guarda de Brígido, mas pecou ainda assim pela falta de enquadramento no remate.

Di Maria começou o jogo no banco de suplentes, alinhando no onze inicial Tomás Araújo e Otamendi no centro da defesa, ladeados por Bah e Carreras, com Barreiro e Florentino no meio do terreno. Do outro lado, o Estrela da Amadora entrou em campo com Nani como titular, com o guarda-redes Brígido, uma linha de quatro defesas — Danilo Veiga, Miguel Lopes, Ferro e Nilton Varela —, ainda Leonel Buca e Léo Cordeiro no “miolo”, surgindo André Luiz, Gustavo Henrique e Nani a jogar no apoio a Rodrigo Pinho.

O jogo começou com o Benfica a dominar mas de uma forma ainda assim inconsequente, pelo que acabou por ser necessário chegar ao minuto 19’ para que os encarnados chegassem ao golo. O grego Pavlidis fez uma assistência para o turco Kokçu para o corredor esquerdo, acabando este por fazer um remate sem grande força mas que terá surpreendido Bruno Brígido, o guarda-redes do Estrela da Amadora que deixou a ideia de que poderia ter feito mais na defesa deste remate. O Benfica chegava assim à vantagem frente ao conjunto tricolor, num jogo até esta altura de sentido único em que o Estrela pouco conseguiu fazer para contrariar a vantagem entretanto conseguida pelos encarnados.

Ao minuto 24’ o Estrela da Amadora, na sequência de um pontapé livre apontado por Nani, Miguel Lopes conseguiu apareceu isolado na área do Benfica, fazendo o primeiro remate da turma visitante à baliza de Trubin, acabando a bola por sair pela linha de fundo. Era afinal a tentativa de resposta dos forasteiros ao golo de Kokçu, ficando o aviso para Trubin para a necessidade de manter a atenção para eventuais surpresas para as redes da sua baliza. Ainda assim, o Estrela da Amadora mostrava-se pouco capaz para ter posse de bola e, a partir daí, poder construir lances de ataque.

Aursnes lesiona-se
e dá o lugar a Tiago Gouveia

À passagem da meia-hora o técnico Roger Schmidt via-se perante a necessidade de operar uma mudança forçada na equipa do Benfica, isto porque Aursnes teve que sair lesionado, acabando por entrar para o seu lugar Tiago Gouveia, uma substituição que obrigou Kokçu a passar para o lado direito do ataque, ficando Gouveia agora no corredor esquerdo.

O Benfica mantinha o maior domínio no jogo, por esta altura com o árbitro Hélder Malheiro a surgir como protagonista, com amarelos mostrados sem critério. Por esta circunstância, aliás, Carreras começou por ver um cartão amarelo num lance inconsequente de disputa de bola com André Luís, com os dois jogadores a verem a cartolina, situação que pouco depois levou o árbitro a deixar no bolso o cartão amarelo quando, aí sim, Carreras o deveria ter visto, por falta cometida no meio-campo do Estrela da Amadora. Os jogadores da formação visitante protestaram, pois seria então o segundo amarelo a Carreras e o consequente vermelho, perdendo-se por aqui Hélder Malheiro no comando desta partida.

Já nos minutos de compensação antes do intervalo, o Benfica chegou de novo ao golo, por Pavlidis, mas o golo foi anulado já que o avançado grego, num lance confuso dentro da pequena-área da baliza tricolor, deu um toque na bola quando esta já estava nas mãos de Brígido, considerando o árbitro que houve uma falta sobre o guarda-redes do Estrela da Amadora.

O jogo chegava assim ao intervalo com o Benfica a garantir uma vantagem mínima, num jogo em que o Estrela pouco ou nada fez em termos ofensivos, perante uma equipa da casa que criou alguns lances de golo mas pouco esclarecidos na finalização. O Benfica teve uma entrada forte no jogo, assumiu o comando do mesmo, mas com uma finalização ainda assim algo frouxa, com a bola a circular rápida no ataque mas sem grandes esclarecimento no momento do remate ao golo.

No regresso ao jogo os dois técnicos mantiveram os respectivos onzes, prosseguindo o Benfica no domínio do jogo, construindo mesmo a primeira oportunidade de golo ao minuto 53’ com Tiago Gouveia a obrigar Bruno Brígido a uma enorme defesa quando a bola seguia sobre a relva para a baliza tricolor. O Benfica manteve a superioridade no jogo, mas ainda assim sem conseguir a melhor finalização perante um Estrela da Amadora que fazia pouco em termos ofensivos, também porque os encarnados não permitiam grandes liberdades aos tricolores no meio-campo defensivo da equipa da casa.

Sobre o minuto 56’, o técnico Filipe Martins fez entrar Kikas para o lugar de Rodrigo Pinho e Alan Ruiz por troca com Gustavo Henrique, procurando o Estrela ganhar outra capacidade ofensiva, nomeadamente pela possibilidade de Kikas aparecer nas costas da defesa dos encarnados.

Renato Sanches regressou
debaixo de forte aplauso

Lentamente o conjunto tricolor dava a ideia de que ganhava algum alento, frente a um Benfica que não conseguia fechar a discussão da partida com um segundo golo. Neste aspecto, aliás, o jovem argentino Prestianni aparecia como um elemento importante na equipa do Benfica a construir, mas muito perdulário, quer por perder muitas bolas, quer por rematar à baliza contrária sem direcção nem critério.

Ao minuto 70’ acabou por se viver no relvado da Luz um momento alto, com os adeptos a aplaudirem como se de um golo se tratasse a entrada no jogo de Renato Sanches por troca com Florentino, na mesma altura em que Di Maria entrou igualmente na partida por troca com Prestianni.

O problema para o Benfica é que a entrada de Di Maria provocou a perda de capacidade de pressão na zona central do ataque quando os encarnados perdiam a bola, e quanto a Renato Sanches, que entrou em campo com a camisola dentro dos calções à imagem de João Neves, o agora jogador do Paris Saint-Germain, para além de precisar ainda de ganhar ritmo, ficou desde logo evidente que precisa também de perder alguns quilos que trouxe a mais no seu regresso ao Benfica oito anos depois de ter deixado os encarnados.

Lesões e assobios
no final do jogo na Luz

O Benfica tardava em conseguir o golo que pudesse fechar o resultado, e colocava-se mesmo jeito para uma eventual surpresa. Surpreendente, mas pela negativa pela contrariedade para o jogador, acabou por ser a lesão sofrida por Tiago Gouveia sobre o minuto 85, ele que se lesionou no ombro esquerdo e que teve que sair da partida, com uma lesão aparentemente complicada, acabando por dar o seu lugar a Rollheiser, na mesma altura em que Arthur Cabral entrou também, aqui por troca com Pavlidis.

Até ao final do jogo tudo prosseguiu um pouco aos repelões, o árbitro deu mais cinco minutos de compensação mas pelo meio houve que dar assistência ao central tricolor Miguel Lopes, o que atrasou um pouco mais o final da partida, e esse momento chegou mesmo com o Benfica a somar nova vitória mas com uma exibição suficiente sem conseguir empolgar os adeptos. Isso mesmo acabou por justificar os muitos assobios que se ouviram das bancadas dirigidas a Roger Schmidt no final do jogo, com o Benfica a tirar de positivo desta partida a conquista dos três pontos mesmo que com uma vitória tangencial.

O Benfica terá agora que se deslocar ao terreno do Moreirense na próxima jornada, uma ronda em que este Estrela da Amadora irá receber no seu terreno a turma do Casa Pia. Hélder Malheiro, o árbitro desta partida, assinou uma prestação igualmente suficiente neste jogo, com Kokçu a merecer a nomeação também da nossa equipa de homem do jogo, quer porque resolveu a partida, quer porque foi um dos elementos que mais trabalho na frente de ataque dos encarnados. A vitória do Benfica foi tangencial, terminou com uma imagem algo “desfocada” na fotografia do jogo, mas conseguiu ainda assim um triunfo merecido perante um Estrela da Amadora que deixou o Estádio da Luz sem conseguir um único remate enquadrado à baliza de Trubin.

Uma nota importante a reter deste jogo para o Benfica resulta das lesões de Aursnes e Tiago Gouveia, este último a fraturar a clavícula esquerda e com isso a ter que ficar certamente ausente da equipa encarnada para os próximos tempos, dois jogadores que discutem a mesma posição e que deixam a equipa do Benfica fragilizada no lado esquerdo da linha média ofensiva dos encarnados.

texto: Jorge Reis
fotos: Luís Moreira Duarte

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