Com dois golos marcados no segundo tempo por Viktor Gyokeres, aos 72′ na transformação de uma grande penalidade, e aos 90’+03′ por Geny Catamo, o Sporting venceu o primeiro clássico da presente temporada da I Liga, frente ao FC Porto, conseguindo com este triunfo chegar à liderança isolada do campeonato da I Liga com quatro vitórias em igual número de jogos e 12 pontos acumulados. Já o FC Porto, que somava por vitória até agora os três jogos disputados, consentiu a primeira derrota somando nove pontos à quarta jornada.
Num jogo bem disputado, em que o FC Porto até entrou bem na partida, acabou por ser o Sporting a assumir o comando do mesmo, passando a ter mais posse de bola e instalando-se no meio-campo defensivo do FC Porto após os primeiros 17′ minutos, altura em que o Sporting construiu o primeiro lance efectivo de golo. Até aí, há que referir que os dragões conseguiram assumir o jogo, mas ainda assim sem conseguirem criar reais oportunidades para bater Kovacevic, perante uma equipa leonina que se mostrou eficaz a defender, e muito mais perigosa no ataque, com o trio ofensivo formado por Trincão, Pote e Gyokeres sempre muito bem apoiado pelos dois laterais, Geny Catamo e Geovany Quenda.
Há que referir, aliás, que obre as escolhas dos dois técnicos não houve grandes surpresas, com Rúben Amorim a fazer regressar à equipa o capitão Hjulmand, depois de recuperado da lesão que o afastou dos primeiros jogos do campeonato, apresentando assim um onze com Kovacevic na baliza, Eduardo Quaresma, Diomandé e Gonçalo Inácio na defesa, Geny Catamo, Morita, Hjulmand e Quenda na linha média, e na frente o trio já referido, com Trincão e Pote no apoio a Victor Gyokeres. Nuno Santos voltava entretanto a estar disponível para o técnico leonino, também ele depois de uma lesão contraída durante a pré-temporada, mas começava este jogo no banco de suplentes.
Do lado do FC Porto, a alinhar em Alvalade com o equipamento alternativo todo laranja, Vítor Bruno trouxe para este jogo o reforço Samu Omorodion que começou a partida no banco de suplentes, optando por apresentar uma equipa com o guarda-redes Diogo Costa, ainda Martim Fernandes Zé Pedro, Otávio e Galeno, também Alan Varela e Vasco Sousa, jogando ainda Ivan Jaime, Nico González e Pepê com Namaso como o homem mais diante do no terreno de jogo. Nota para a presença no banco de suplentes de Wendell, o lateral esquerdo que não jogou e que por via disso fez “encostar” à lateral esquerda o brasileiro Galeno.
Leões sempre mais assertivos no ataque
Com estes dois esquemas nas equipas presentes no relvado de Alvalade, o jogo começou pautado pelo equilíbrio, sem que nenhum dos conjuntos conseguisse agarrar o jogo nos primeiros minutos. Ainda assim, o FC Porto entrou melhor no jogo e o primeiro lance de perigo para uma das balizas aconteceu ao minuto 13’ quando Vasco Sousa rematou à baliza de Kovacevic com Pedro Gonçalves a desviar a bola pela linha de fundo para um pontapé de canto de que não resultou qualquer consequência para a baliza dos leões.
À passagem do minuto 17, e depois de antes a bola ter andado na pequena-área do Sporting com algum perigo para um pouco atento Kovacevic, o Sporting teve a melhor oportunidade de golo com Trincão a ter a baliza à sua mercê, apenas com Zé Pedro na sua frente quando Diogo Costa já estava batido, e acabou por ser o central do FC Porto a impedir o que parecia ser o primeiro golo dos leões neste jogo. Depois deste lance o Sporting passou a ter maior capacidade de ter posse de bola, conseguindo jogar no meio-campo defensivo do FC Porto, isto num jogo que, com o correr dos minutos, começou a tornar-se um pouco mais quezilento a justificar cartões amarelos, nomeadamente para Geny Catamo no Sporting e Alan Varela no FC Porto.
Com mais posse de bola e a jogar cada vez mais perto da baliza de Diogo Costa, o Sporting foi assumindo o jogo e construindo momentos de golo que só não permitiram a festa aos adeptos leoninos por alguma falta de eficácia no último toque. Os golos pareciam eminentes em Alvalade e para o Sporting, os adeptos empolgavam-se com o bom futebol da turma leonina, mas o intervalo acabou mesmo por chegar sem que o nulo fosse desfeito.
Retomado o jogo, e depois de algum atraso do FC Porto no regresso ao relvado de Alvalade, a equipa visitante quis repetir a melhor entrada no jogo que tinha protagonizado no primeiro tempo, perante um Sporting que agora não demorou tanto a assumir a posse de bola e o domínio posicional no relvado. À passagem do minuto 52′ Gyokeres pôde mesmo rematar à baliza portista quando Diogo Costa estava já fora do lance, aparecendo o argentino Alan Varela a esticar a perna para negar o golo a Gyokeres com um corte em cima da linha de baliza.
Força de Gyokeres obrigou Otávio
a cometer penálti decisivo
O Sporting estava ainda assim por cima no jogo, algo que justificou o lance em que, ao minuto 70′, Gyokeres, com a força que lhe é conhecida não confronto individual, conseguiu deixar Otávio Ataíde para trás, dirigindo-se em velocidade para a grande-área do FC Porto, onde o mesmo Otávio acabou por ser obrigado a carregar o avançado sueco por trás. A falta foi evidente e levou o árbitro Luís Godinho a apontar de imediato para a marca da grande penalidade, exibindo o cartão amarelo ao central portista.
Assumindo a conversão do castigo máximo, Viktor Gyokeres bateu com frieza, marcando o primeiro golo do jogo, com a bola a entrar para o lado direito de Diogo Costa quando este já se lançava para o lado contrário, permitindo a Gyokeres festejar com a já famosa máscara.
Ficava evidente que o FC Porto tinha que fazer algo mais se quisesse repor a igualdade, tendo que correr atrás do prejuízo. Vítor Bruno apostou então em Samu Omorodion e Eustáquio, mas também em João Mário e Gonçalo Borges, ao minuto 74′, retirando do jogo Ivan Jaime, Namaso, Martim Fernandes e Vasco Sousa. A equipa visitante tinha que arriscar mais, subindo no terreno, mas deixando mais espaço nas costas da defesa, num jogo que ganhou mais velocidade e um incremento no espectáculo.
Rúben Amorim também mexeu na sua equipa, à passagem do minuto 79’, altura em que Debast e Matheus Reis entraram para os lugares de Eduardo Quaresma e Geovany Quenda, aplaudidos pela grande maioria dos 46430 espectadores presentes neste jogo nas bancadas de Alvalade.
Sem resultado da procura de maior pressão para o jogo do FC Porto, Vítor Bruno voltou a mexer na sua equipa, com Alan Varela a sair ao minuto 84′ para dar o seu lugar a Fran Navarro, deixando a turma azul e branca a jogar com dois avançados junto do sector mais recuado dos leões, perante uma equipa em que Rúben Amorim também mexia ao reter, no minuto 86′, Morten Hjulmand para a entrada de Daniel Bragança. Pouco depois seria Francisco Trincão a dar o seu lugar a Nuno Santos, isto numa altura em que o Sporting tentava gerir os derradeiros minutos da partida para conseguir levar a vantagem até ao final, num jogo em que o árbitro Luís Godinho deu mais cinco minutos de compensação.
Geny Catamo fechou a discussão
com golaço nos descontos
O FC Porto não conseguia responder de forma assertiva ao melhor futebol do Sporting, e foi mesmo a equipa de Alvalade a fazer o segundo golo, aos 90’+03’, um golaço de Geny Catamo, num lance em que o lateral partiu do corredor direito para o meio para, de frente para a baliza, rematar por entre os centrais portistas fazendo a bola entrar bem junto ao poste esquerdo da baliza à guarda de Diogo Costa sem que este pudesse fazer o que quer que fosse.
O Sporting carimbava assim a quarta vitória no presente campeonato, um resultado de particular importância se pensarmos que aconteceu perante um adversário direto na corrida ao título, o que acontecer para o Sporting será a obtenção do bicampeonato, algo que foge aos leões há mais de 70 anos. Já a equipa do FC Porto, foi incapaz de anular o melhor ataque leonino, e não conseguiu tirar o melhor partido de alguma intranquilidade do sector mais recuado do futebol do Sporting, mesmo quando Kovacevic cometeu uma ou outra falha na reposição da bola em jogo a partir da sua baliza. Galeno ainda procurou surpreender a partir da sua posição de lateral esquerdo, mas também por isso não pôde dar o seu melhor à equipa portista que nunca encontrou na frente de ataque os melhores intérpretes para a estratégia que Vítor Bruno delineou, e que saiu derrotada de Alvalade.
O campeonato da I Liga pára agora por duas semanas para os compromissos das seleções, regressando com a quinta jornada em que o Sporting se desloca na sexta-feira, dia 13 de Setembro, ao terreno do Arouca, enquanto que o FC Porto irá receber o Farense no domingo, dia 15.