Em jogo a contar para a Liga das Nações, a Seleção AA de Portugal venceu este domingo a sua congénere da Escócia por 2-1 num jogo em que os escoceses foram os primeiros a marcar, logo aos 7′ minutos, e no qual Portugal teve grandes dificuldades em conseguir a reviravolta no resultado, algo que só aconteceu no segundo tempo com golos de Bruno Fernandes ao minuto 53′, e de Cristiano Ronaldo, ele que entrou apenas ao intervalo, e que marcou ao minuto 88′, garantindo para Portugal um importante triunfo nesta competição.
À partida para este jogo, o selecionador Roberto Martinez operou quatro alterações relativamente ao onze que fez alinhar na passada quinta-feira frente à Croácia, deixando de fora Diogo Dalot, Gonçalo Inácio, Vitinha e o “capitão Cristiano Ronaldo, escalando para o embate com a Escócia o lateral Nélson Semedo, o central António Silva, o médio Bruno Palhinha e o avançado Diogo Jota, eles que se juntaram assim a Diogo Costa, Rúben Dias, Nuno Mendes, Bruno Fernandes, Bernardo Silva, Pedro Neto e Rafael Leão.
Do lado a Escócia, o selecionador Steve Clarke formou o onze com o guarda-redes Gunn, uma linha de quatro defesas formada por Ralston, Hanley, McKenna e Robertson, ainda Gilmour e McLean à frente da defesa, e também Christie, McTominay e McGinn nas costas do ponta-de-lança Lyndon Dykes. A equipa de arbitragem para este jogo foi italiana, liderada por Maurizio Mariani.
Com estes esquemas das duas seleções, o jogo começou praticamente com o primeiro golo e para a Escócia, logo ao minuto 7’. Na sequência de um cruzamento de Kenny McLean a partir do lado esquerdo do ataque da Escócia para as costas da defesa de Portugal, McTominay, claramente o jogador mais esclarecido desta formação da Escócia, depois de iludir a linha defensiva lusa, apareceu sem qualquer marcação a cabecear a bola para o fundo da baliza de Diogo Costa, inaugurando o marcador com um golo em que a linha mais recuada de Portugal foi claramente apanhada a dormir.
A Escócia entrava assim no jogo em vantagem frente a uma Turma das Quinas que precisava a partir dali de correr atrás do resultado, num jogo que teria que ser mais aberto para ambos os conjuntos. Portugal teria que ir à procura dos golos, e com isso deixava mais espaço no seu meio-campo para que os escoceses tentassem surpreender Diogo Costa.
E a verdade é que, em desvantagem, Portugal passou a jogar quase a tempo inteiro sobre o meio-campo defensivo da Escócia, que ainda assim mostrava boa consistência defensiva e procurava, sempre que possível, subir até à baliza de Diogo Costa para procurar dilatar a vantagem que por esta altura se mantinha tangencial. Portugal dominava, mas fazia-o de forma inconsequente, quase sempre a falhar pela ausência de eficácia no último passe ou no último toque antes do remate para a baliza à guarda de Angus Gunn.
Rafael Leão era o homem mais perigoso para a seleção escocesa e provou isso mesmo ao minuto 20’, quando obrigou o guarda-redes escocês a uma defesa apertada a desviar a bola para a linha de fundo. Portugal precisava por isso de algo mais, frente a um adversário que fechava bem a sua defesa e revelava-se oportuno no contra-ataque, procurando sempre explorar qualquer espaço que lhe fosse concedido. Ao mesmo tempo, os adeptos escoceses — cerca de três mil (na sua maioria com os tradicionais ‘kilts’) a ocupar um sector do topo norte das bancadas no Estádio da Luz —, pareciam acreditar que poderiam festejar novo golo para a sua seleção e faziam-se ouvir com os seus cânticos tradicionais.
Portugal continuava a falhar na finalização, num jogo em que por duas vezes António Silva apareceu a cabecear a bola com a baliza à sua mercê mas a dirigir sempre o esférico por alto, muito por cima da trave da baliza à guarda de Angus Gunn. Diogo Jota, à passagem da meia-hora, pôde, também ele, cabecear para golo, com Gunn a responder com uma boa intervenção a negar o que seria o empate para Portugal, mantendo-se a vantagem tangencial dos escoceses num jogo que a nossa Seleção dominava mas sem conseguir traduzir isso no resultado.
À passagem do minuto 37’ o selecionador Roberto Martinez deu indicações para que Cristiano Ronaldo começasse a aquecer. O público de imediato brindou CR7 com um enorme aplauso, depositando nele as esperanças para um jogo que não encontrava outro rumo depois do golo da seleção da Escócia desde o minuto 7’, o tal golo que fez o resultado que levou o jogo até ao intervalo.
Bruno Fernandes fez 30 anos
e teve direito a prenda de aniversário
Para o segundo tempo, Roberto Martinez apostou desde logo em Rúben Neves e no “capitão” Cristiano Ronaldo, deixando no balneário ao intervalo João Palhinha e Pedro Neto. Curiosamente, Diogo Jota, o homem que no ataque de Portugal foi o menos assertivo nos primeiros 45 minutos, prosseguiu em campo, porventura porque Pedro Neto continua sem condições para jogar um jogo completo de 90 minutos.
E foi com Cristiano Ronaldo em campo que o jogo de Portugal começou a ser mais assertivo, ainda que tenha também sido marcado por duas situações em que a bola viria a ser travada peloos ferros da baliza escocesa, num jogo em que a sorte parecia não querer nada com Portugal.
Colocando a sorte de lado e apostando na eficácia, eis que ao minuto 53’, numa altura em que a Escócia se limitava a defender, Rafael Leão apareceu a fazer um cruzamento para trás, colocando a bola em zona frontal à grande-área da formação visitante, onde apareceu Bruno Fernandes que, de primeira, com um remate rasteiro, enviou a bola para junto do poste esquerdo da baliza de Gunn. O guarda-redes escocês não conseguir travar o esférico, foi mesmo mal batido, e a bola acabou no fundo das redes da Escócia para o empate no jogo.
Um pontapé enrolado de Bruno Fernandes, aniversariante neste jogo, e eis que Angus Gunn dava um presente ao jogador do Manchester United, com Portugal a voltar a ter tudo em aberto para conseguir, a partir daquele minuto 53’, avançar para a conquista de mais três pontos neste jogo da Liga das Nações. Era ainda assim necessário mais um golo e este não parecia ser fácil de conseguir.
Com o empate no marcador, o jogo voltou a perder alguma velocidade, com Portugal sem conseguir impor largura no ataque. Roberto Martinez ter-se-á apercebido disso mesmo e voltou a mexer na Turma das Quinas, apostando nas entradas de João Félix e João Neves, eles que foram ocupar os lugares de Rafael Leão e Bernardo Silva. Portugal precisava de maior velocidade e mais objectividade no ataque, frente a um adversário que estava a conseguir enrolar o jogo impedindo novas oportunidades de golo junto à baliza de Angus Gunn.
Toque de bola de CR7
ainda faz toda a diferença
A Escócia estava, ao invés, a conseguir chegar mais vezes até à área de baliza de Diogo Costa e Portugal tinha que conseguir outro ímpeto, num jogo em que começava a ficar claro que apenas um rasgo individual poderia permitir uma situação potencial de golo. O selecionador escocês apostou então em dois elementos mais frescos, um dos quais bem conhecido dos portugueses, o “baixinho” Ryan Gauld, ele que jogou em Portugal no Sporting, Vitória de Setúbal, Aves e Farense. Em jeito de resposta, Roberto Martinez fez entrar Diogo Dalot por troca direta com Nélson Semedo, e com isto ficavam a faltar pouco mais de 10 minutos para o final da partida.
Por esta altura Cristiano Ronaldo assumia claramente o comando das operações na Turma das Quinas, jogando e fazendo jogar, conferindo outra capacidade ofensiva ao jogo de Portugal. Sob a batuta de CR7, eis que ao minuto 78′ apareceu João Félix, depois de um passe de Cristiano Ronaldo de calcanhar, a aparecer isolado frente a Gunn, acabando por permitir a defesa do guarda-redes escocês, isto numa altura em que o jogo entrava na fase final com o conjunto português a acusar algum nervosismo pela incapacidade de dar a volta ao resultado. Ainda assim, sobre o minuto 82’, Angus Gunn fez uma defesa soberba, já depois de ter visto Cristiano Ronaldo enviar a bola ao poste esquerdo da sua baliza, acabando por defender a bola sobre a linha de golo, num lance em que Cristiano Ronaldo e João Félix estiveram perto de marcar o que seria o segundo de Portugal.
A Turma das Quinas entrava nos últimos cinco minutos claramente por cima no jogo, a ameaçar o segundo golo, agora perante um adversário que só se preocupava em fechar todos os caminhos para a sua baliza. Com esse objectivo, Steve Clark voltava a mexer na sua formação, tirando do jogo Ryan Christie para a entrada de Lewis Morgan, mas eis que ao minuto 88’, Ronaldo, só poderia ser ele, apareceu na pequena área a responder a preceito a um cruzamento do lado esquerdo de Nuno Mendes, aparecendo Diogo Jota a falhar um primeiro desvio e surgindo na pequena área Cristiano Ronaldo a fazer o golo da vantagem da Turma das Quinas.
Nota máxima claramente para o cruzamento de Nuno Mendes, ele que já contra a Croácia fizera a assistência para o golo 900 de CR7, e resposta perfeita de Cristiano Ronaldo a fazer mais um golo ao serviço da Seleção de Portugal, assinando assim o golo 901 na carreira.
Portugal passou finalmente para o comando deste jogo em termos de resultado, levou a partida até ao final garantindo a vitória e pôde assim assegurar a liderança do grupo A da Liga das Nações, com seis pontos, mais três do que a Croácia e a Polónia, ambos agora com três pontos, dois conjuntos que se defrontaram também este domingo num jogo em que os croatas venceram o conjunto polaco por 1-0.
O árbitro Maurizio Mariani deu mais cinco minutos de compensação neste jogo entretanto já com o resultado favorável a Portugal, Cristiano Ronaldo ainda teve tempo para empolgar o público do Estádio da Luz com lances em que apareceu em acções de recuperação de bola quando foi preciso jogar de forma mais defensiva, arrancando com isso enormes aplausos vindos das bancadas que não deixaram de reconhecer o empenho do capitão da Nossa Seleção, o mais velho jogador às ordens de Roberto Martinez mas ainda com muito para dar, como deixou claro neste jogo frente à Escócia.
Duas notas finais, a primeira para a escolha do LusoNotícias como “Homem do Jogo”, a recair no lateral esquerdo Nuno Mendes, ele que foi sempre um pêndulo de precisão num jogo em que a única mancha na sua prestação terá acontecido no lance do golo de McTominay, onde toda a defesa ficou a ver o escocês faturar o primeiro golo da partida. Ultrapassando esse momento no jogo, o lateral do Paris Saint-Germain arrancou para uma exibição sem outra mácula, acabando por servir na perfeição para o golo que deu a vitória a Portugal apontado por Cristiano Ronaldo.
A segunda nota final vai para a invasão de campo por parte de um indivíduo com os seus 40 anos, já na fase final do jogo depois do segundo golo de Portugal. O indivíduo entrou pela linha de fundo saltando por cima dos fotógrafos, correu para junto de Cristiano Ronaldo num momento em que Portugal desenvolvia um lance de ataque e o capitão da Seleção de Portugal se preparava para receber a bola ao segundo poste, e numa situação que poderia dar um potencial golo para a Turma das Quinas, o indivíduo interrompeu o jogo de uma forma nada oportuna. É claro que o invasor, envergando a camisola 7 do seu ídolo, acabou ainda assim por ser agarrado por um segurança, mesmo depois deste ter escorregado por três vezes antes de apanhar o “espontâneo”, Cristiano Ronaldo não gostou nada da “brincadeira” pois colocou em causa um lance de ataque para Portugal, e aquela atitude em nada beneficiou o jogo ou o espectáculo, sendo a todos os títulos uma atitude reprovável de alguém que já tinha idade para ter juízo.
O próximo compromisso de Portugal na Liga das Nações acontecerá no próximo dia 12 de Outubro, na Polónia.