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Estrela e Boavista empatam (2-2) sem forças (nem ideias) para mais

O Estrela da Amadora recebeu esta segunda-feira a formação do Boavista, no Estádio José Gomes, na Reboleira, num jogo que terminou com um empate (2-2) entre duas equipas sem forças e ainda com menos ideias para conseguirem algo mais.

Do lado dos tricolores, valeu a inspiração de Nani que provou que quem sabe nunca esquece, tendo sido dele o primeiro golo da equipa da casa na altura a valer o empate a uma bola.

Já em relação aos axadrezados, com uma equipa recheada de juventude (o guarda-redes Tomé, com apenas 17 anos, passa a ser o mais jovem guarda-redes titular em jogos da I Liga), tirou o melhor partido das ofertas que lhes foram dadas, nomeadamente pelo guarda-redes Bruno Brígido, e conseguiram dois golos que por duas vezes permitiram ao Boavista adiantar-se no marcador, acabando o Estrela por conseguir sempre correr atrás do prejuízo e chegar ao empate.

Sobre o jogo propriamente dito, depois do pontapé de saída dado pelo Boavista, começou por ser o Estrela a conseguir ter posse de bola, num jogo que desde o início deu conta de uma toada equilibrada e sem grande emoção.

À passagem do minuto 19’, Bruno Onyemaechi, claramente o jogador mais esclarecido da turma boavisteira, apareceu bem colocado na grande-área do Estrela da Amadora a cabecear a bola sobre a barra da baliza de Brígido, na sequência de um lançamento pela lateral a partir do lado esquerdo. A bola, porém, saiu sobre a trave e o jogo prosseguiu sem motivo para outros reparos.

Ficava ainda assim dado o aviso de como é que o Boavista iria procurar chegar ao golo, e se naquele lance ao minuto 19’ nada aconteceu, terão sido aí tiradas as medidas para algo mais eficaz, isto porque pouco depois, à passagem do minuto 22’, novo lançamento a partir da linha lateral, uma vez mais a partir do lado esquerdo do ataque do Boavista, fez a bola cair junto aos pés de Onyemaechi que, no meio dos dois centrais do Estrela da Amadora, Cissokho e Tiago Gabriel, conseguiu ainda assim espaço para meter o pé e enviar a bola para dentro da baliza de Bruno Brígido, batido por aquele toque do jogador do Boavista desferido na pequena-área da equipa da casa.

Em desvantagem, nem por isso o Estrela da Amadora conseguiu crescer no jogo, mantendo-se pouco intenso e sempre muito lento na construção. Num jogo sem grandes motivos de interesse, acabou por surgir novo golo, agora para o Estrela, a partir de um lance individual de Nani, ele que inventou todo o lance de golo, acabando por puxar a bola do lado esquerdo para uma zona mais central onde, ainda antes da meia-lua da área axadrezada, rematar ao segundo poste tirando a bola do alcance de Tomé para a concretização do golo para os tricolores, repondo a igualdade na partida. Ao minuto 34’, Nani acreditou, foi lá buscar a bola e, com tempo para tudo, assinou um golo de grande qualidade, provando afinal que quem sabe não esquece.

Com o jogo de novo empatado, os adeptos nas bancadas do Estádio José Gomes, na Reboleira, acreditaram que a sua equipa pudesse conseguir alavancar a sua exibição e com isso chegar ao primeiro triunfo na presente temporada.

Só que à beira do fim, no último dos quatro minutos de compensação dados pelo árbitro Tiago Martins, o guarda-redes do Estrela cometeu um erro crasso, deixando cair a bola à sua frente e permitindo que Vukotic, sobre o limite da pequena-área da baliza dos tricolores, conseguisse aparecer a fazer um golo fácil e claramente “oferecido” pelo guardião dos tricolores.

Numa bola bombeada para a pequena área da sua baliza, Bruno Brígido, ao invés de apanhar a bola, deixou-a cair para a sua frente e Vukotic, com o esférico ao seu alcance, não perdoou, voltando o Boavista para a frente do marcador para desespero dos adeptos da equipa da casa.

Filipe Martins, o técnico do Estrela da Amadora, tinha que fazer algo mais para mudar o rumo dos acontecimentos, para uma equipa que chegou a este jogo da quinta jornada com apenas um golo marcado e logo na primeira jornada em Braga, no jogo em que os tricolores garantiram o primeiro e único ponto na I Liga antes deste embate com os axadrezados.

Assim, Igor Jesus foi chamado ao jogo por troca com Keliano num jogo em que o Estrela precisava de dar a volta ao resultado, algo mais complicado depois do erro cometido por Bruno Brígido sobre o final do primeiro tempo.

À passagem do minuto 50′, Nani conseguiu fazer um passe em profundidade, “rasgando” a defesa contrária e solicitando a entrada de Kikas que, nas costas dos defesas do Boavista, rematou em força mas à figura do jovem guarda-redes Tomé, que defendeu com os pés desviando a bola pela linha de fundo, merecendo as felicitações dos seus companheiros.

À passagem do minuto 67′ o técnico do Boavista voltou a mexer na sua equipa, retirando do jogo o marcador do segundo golo, Vukotic, apostando em João Barros. Todavia, acabou por ser o Estrela da Amadora que, no minuto seguinte, voltou a festejar o golo, com Kikas a fazer o 2-2, ele que desta vez não falhou depois de receber a bola já dentro da área dos axadrezados onde, livre de marcação, teve tempo e espaço para rematar a bola colocada para o poste mais distante sem deixar possibilidade de defesa para Tomé.

As duas equipa voltavam a estar empatadas no marcador, num jogo muito discutido na linha média mas pouco esclarecido no capítulo da finalização. Felipe Martins, o treinador do Estrela da Amadora, tirou do jogo Nani ao minuto 70′ para a entrada de Jovane Cabral, mas ficou evidente que este jogador precisa de recuperar o ritmo que já demonstrou no passado, tendo aparecido nesta partida algo lento e sem ligação com os seus companheiros.

Num jogo que levou até às bancadas do recinto da Reboleira 3476 adeptos, na sua larga maioria a apoiarem o Estrela da Amadora — no Estádio José Gomes estiveram pouco mais de uma centena de adeptos axadrezados —, houve ainda tempo para um lance em que Onyemaechi, o autor do primeiro golo para o Boavista, começou por ver um cartão vermelho direto, depois de uma carga sobre Kikas, acabando Tiago Martins por ser alertado pelo VAR, André Narciso, para o caráter exagerado daquele cartão em face da falta cometida, acabando o árbitro por retirar o vermelho direto advertindo o jogador do Boavista apenas com um cartão amarelo.

Do pontapé livre nada resultou para a baliza axadrezada, tendo o jogo terminado com o empate entre as duas equipas, afinal um resultado que se ajusta ao que se passou dentro das quatro linhas na reboleira, num jogo de fraca qualidade em que ficou claro que tanto Felipe Martins, do lado do tricolores, como Cristiano Bacci, como técnico dos axadrezados, terão ainda muito trabalho pela frente para encontrar o melhor rumo para os respectivos conjuntos.

texto: Jorge Reis
fotos: Diogo Faria Reis

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