Portugal venceu esta quinta-feira a formação da Croácia por 2-1, na jornada inaugural da Liga das Nações, frente ao mesmo adversário que há três meses bateu a Turma das Quinas no Estádio Nacional, na preparação para o Europeu de 2024. Diogo Dalot marcou o primeiro golo para Portugal, logo ao minuto 7′, e Cristiano Ronaldo assinou o 2-0 à passagem do minuto 30′, um golo ainda mais importante já que foi o golo 900 do capitão da Seleção Nacional, aplaudido em êxtase pelo público presente no Estádio da Luz com Ronaldo a festejar com emoção mais esta marca sem dúvida ímpar na carreira do internacional português que é, sem dúvida, um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos. Ainda no primeiro tempo a Croácia reduziu a desvantagem, fez o 2-1 e reentrou na discussão da partida, mas Portugal soube segurar a vantagem e venceu com justiça.
Sobre o jogo, e depois da cerimónia de lançamento do mesmo, após os hinos das seleções da Croácia e de Portugal, e já depois de uma homenagem a Pepe, que esteve no relvado onde ouviu (e cantou) A Portuguesa, que tantas vezes entoou de camisola das Quinas vestida, ele que deixou de jogar futebol aos 41 anos depois de 141 internacionalizações, o árbitro turco Umut Meler pôde dar ordem para o início da partida, com Portugal a aparecer em campo com Diogo Costa entre os postes, Dalot, Rúben Dias, Gonçalo Inácio e Nuno Mendes na linha defensiva, ainda Bernardo Silva, Vitinha e Bruno Fernandes no meio-campo, aparecendo na frente Pedro Neto e Rafael Leão com Cristiano Ronaldo a entrar pelo meio em busca dos golos, e desde logo o tal golo 900 na sua carreira que viria a aparecer pouco depois.
Do lado da Croácia, o técnico Zlatko Dalic escalou um “onze” com Livakovic, uma linha de três centrais com Sutalo, Pongracic e Gvardiol, com Jackie e Sosa nos corredores laterais, Kovacevic à frente da linha defensiva, e três homens numa linha mais ofensiva — Pasalic, Modric e Baturina — no apoio ao ponta-de-lança Kramaric.
Com estes dois esquemas, Portugal entrou melhor no jogo e logo aos 7’ minutos, depois de uma assistência de Bruno Fernandes, Diogo Dalot apareceu na pequena-área, vindo do lado direito com uma diagonal para a esquerda, a bater o guarda-redes croata Livakovic para o 1-0, faturando o primeiro golo do jogo e colocando Portugal em vantagem. Fazendo o desequilíbrio, o lateral direito apareceu no ataque e surpreendeu o conjunto croata, assinando o primeiro golo da Turma das Quinas.
Portugal chegou assim bem cedo à vantagem sobre a seleção croata, num jogo em que o conjunto visitante tardou em conseguir chegar à grande-área de Portugal, deixando claro que o objectivo desta seleção lusa é ter bola e comandar o jogo, sem dar grandes chances à turma croata, procurando impedir que a Croácia conseguisse no relvado da Luz o mesmo que conseguiu no Estádio Nacional ainda durante a preparação do Europeu.
Ainda assim, ao minuto 14’, Modric teve a oportunidade para fazer um remate em zona frontal à baliza de Diogo Costa e esteve perto de acontecer o golo do empate para a Croácia, com a bola a passar muito perto do poste esquerdo da baliza de Portugal. Certo é que, depois de chegar à vantagem, a seleção lusa recuou um pouco, permitindo maior liberdade de movimentos à Croácia na linha média, ainda que sem espaço para criar perigo real para a baliza de Diogo Costa. Contudo, à passagem da meia-hora, Kramaric conseguiu encher o pé para um remate à baliza de Diogo Costa, obrigando este a responder com uma excelente defesa a desviar a bola pela linha de fundo.
O jogo surgia por esta altura equilibrado, bem disputado pelos dois conjuntos e eis que, à meia-hora, Cristiano Ronaldo marcou mesmo o golo 900. Depois de um passe a partir do lado esquerdo por Nuno Mendes, eis que o capitão de Portugal apareceu a rematar de primeira para o 2-0 para a Turma das Quinas, assinando o seu golo 900, levando o capitão de Portugal a ajoelhar e a ficar no chão claramente emocionado, a ser saudado por todos os seus companheiros ao mesmo tempo que das bancadas do Estádio da Luz vinha um aplauso enorme do público.
Portugal vencia agora por 2-0, num jogo que controlava mas sem lhe conseguir dar o golpe final, com o terceiro golo que não apareceu para fechar a questão. Ao invés, a seleção verde-rubra, neste jogo a jogar com o equipamento em tons de azuis com a referência aos azulejos tão portugueses, recuou no terreno e permitiu que, aos 41’ minutos, numa bola que cruzou toda a área de Portugal da direita para a esquerda do ataque da Croácia, aparecesse Sosa a colocar a bola na pequena área com Diogo Dalot a tocar a bola de calcanhar e a fazer um auto-golo, reabrindo o jogo que parecia estar perto de estar resolvido para Portugal.
A Croácia voltou assim ao jogo perante uma Seleção lusa que continuava ainda assim a dominar. A ilustrar isso mesmo esteve à vista ao minuto 44’ o terceiro golo de Portugal, num lance em que Pedro Neto, depois de um arranque em velocidade que deixou toda a linha defensiva croata para trás, rematou forte, com o guarda-redes Livakovic a fazer uma excelente defesa, levando a bola para a trave da baliza e perdendo com isso a Turma das Quinas o terceiro golo naquele lance, num jogo que viria a chegar ao intervalo com Portugal a vencer por 2-1.
Martinez tira motores de velocidade
e chama a jogo elementos para “segurar”
Para o segundo tempo o selecionador de Portugal, Roberto Martinez, começou por surpreender ao tirar os dois avançados que tinham dado largura e velocidade ao ataque da Turma das Quinas, Pedro Neto e Rafael Leão, colocando em campo João Neves e João Semedo. No final, Martinez viria a justificar a saída de Pedro Neto pelo facto de estar há muito tempo sem fazer um jogo completo, depois da lesão que o afectou, mas a verdade é que pelo meio este mesmo jogador foi já ao Europeu convocado para uma competição em que teria que estar em pleno.
Com estas duas alterações, Portugal perdia a capacidade de alargar a sua frente de ataque e de criar lances em velocidade, optando o selecionador por duas substituições algo estranhas que só mesmo Roberto Martinez terá compreendido. É que Portugal perdia a partir dali os dois homens que tinham velocidade para rasgar a defesa croata, passando a afunilar muito mais o jogo pelo meio do terreno.
Portugal perdia em velocidade, ainda que ganhasse em capacidade de controlo do jogo e posse de bola, numa partida em que um golo dos croatas, ainda que fortuito, colocaria em xeque toda a estratégia da Turma das Quinas, que se colocava a jeito para cair perante um imprevisto próprio do futebol.
Ainda assim, a Croácia jogou mais de 15 minutos no segundo tempo sem conseguir ter bola, num jogo que seguia perfeitamente controlado pela Turma das Quinas, algo que só mudou depois do selecionador croata mexer no seu conjunto.
Assim, já depois do técnico croata Zlatko Dalic ter feito duas alterações no seu conjunto, com as entradas de Matanović ao minuto 61′, por troca com Baturina, e de Sucic, ao minuto 68′, para o lugar de Pasalic, voltou a mexer ao minuto 78′, com as entradas de Perisic e Sucic para os lugares de Jakic e Luka Modric, com este a receber um grande aplauso a partir das bancadas.
Na Seleção de Portugal a resposta era dada por Roberto Martinez com a chamada ao jogo de António Silva numa troca directa por Gonçalo Inácio a visar dar alguma frescura à linha defensiva de Portugal.
Afinal, a Croácia entrava nos últimos dez minutos do jogo a ter mais posse de bola, num jogo que se revelava perigoso para a Turma das Quinas, isto porque se colocava a jeito para que os croatas, com um lance ofensivo, pudesse fazer o golo que empatasse a partida. Roberto Martinez percebeu a necessidade de mudar algo no jogo de Portugal na fase final do jogo, apostando então em Pedro Gonçalves e Diogo Jota, entrando este por troca com Cristiano Ronaldo, e Pote a render Vitinha, ele que deveria entrar para a saída de Bruno Fernandes, o que não aconteceu já que o médio do Paris Saint-Germain se lesionou e forçou a sua saída.
A Croácia sentia que podia chegar ao golo que deitaria por terra a pretensão de vitória dos portugueses, e por instantes pairou sobre o relvado da Luz a imagem do golo da turma visitante, a que se opôs sempre com eficácia os comandados de Roberto Martinez, nomeadamente o guarda-redes Diogo Costa, sempre muito atento entre os postes.
O árbitro deu mais quatro minutos de compensação, a Croácia terminou o jogo a pressionar o último reduto de Portugal, mas no fim a Turma das Quinas pôde mesmo festejar a primeira vitória neste jogo inaugural da Liga das Nações, competição que prossegue já no próximo domingo com Portugal a jogar frente à Escócia, uma vez mais no Estádio da Luz.
A Seleção de Portugal venceu, Cristiano Ronaldo celebrou com inteira justiça o seu golo 900, ele que neste jogo ganhou justamente o cognome de CR900, alguns jogadores portugueses primaram por exibições particularmente positivas, como os laterais Diogo Dalot ou Nuno Mendes, mas também Vitinha enquanto esteve em campo, frente a uma seleção croata em que se destacaram Modric, Sosa e Kramaric.