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Presidente da República entregou Prémios Literários e Cidadania Cultural da Estoril Sol

Em cerimónia solene no Auditório do Casino Estoril, realizada na passada quinta-feira, 17 de Outubro, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, entregou os Prémios Literários Fernando Namora e Agustina Bessa-Luis, respectivamente, a Lídia Jorge e Francisco Mota Saraiva, mas também o Prémio Vasco Graça Moura – Cidadania Cultural a José Pacheco Pereira, distinções instituídas pela Estoril Sol e referentes a 2023.

Antes mesmo das entregas dos galardões, logo na abertura da cerimónia, Mário Assis Ferreira, em nome da Estoril Sol lembrou que a realização anual desta cerimónia de entrega dos Prémios Literários aos vencedores nas três modalidades instituídas pela Estoril Sol “é uma solenidade especialmente gratificante para esta Empresa que sempre apostou na Cultura enquanto complemento natural da sua actividade.”

“Apesar das incertezas dos últimos anos − desde os efeitos corrosivos da pandemia, à feroz concorrência do jogo online, aos constrangimentos inerentes a um novo e mais oneroso contrato de concessão – a Estoril Sol nunca interrompeu a atribuição anual dos Prémios Literários, ao contrário de tantas outras entidades do sector”, acrescentou Mário Assis Ferreira, destacando que “o gosto pelo desafio em contraciclo faz parte do ADN desta Empresa, e o investimento na Cultura integra, até hoje, uma linha conceptual em que a Estoril Sol se revê e, oxalá, assim possa continuar, valorizando a Literatura, as Artes e o Entretenimento.”

“De facto, sem essa estreita ligação à Cultura, que é a nossa “imagem de marca” e tem moldado o prestígio da Estoril Sol, ficaríamos alheios ao ensejo de retribuir o muito que devemos ao Turismo e à Cidadania”, concluiu aquele que é o grande responsável pela aposta em redor da cultura pela Estoril Sol.

Reconhecendo o papel da Estoril Sol como entidade que tem apostado ao longo da sua existência na defesa e promoção da cultura nas suas mais variadas áreas, também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no discurso que proferiu no fecho da cerimónia, destacou esta ação preponderante da Estoril Sol pela aposta feita ao longo de décadas “na literatura, nas artes plásticas, na música, no teatro“, acolhendo fraternalmente a cultura nacional e internacional.

Apontando um dos responsáveis por esta aposta, Marcelo Rebelo de Sousa deixou uma palavra “devida em particular, a Mário Assis Ferreira” o responsável máximo pela programação cultural da Estoril Sol, “por ter sido o símbolo dessa coerência e consistência”. “O meu reconhecimento por aquilo que é uma vida dedicada à cultura de forma intensa e apaixonada, por vezes discreta, mas sempre coerente e consistente”, disse.

No enquadramento das obras vencedoras, Guilherme d’Oliveira Martins, Presidente do Júri, referiu que “Misericórdia”, vencedor do Prémio Fernando Namora, “é um livro que se espera de uma grande escritora e todos lhe estamos muito gratos. Trata-se, de facto, de uma obra maior na bibliografia da escritora Lídia Jorge”. Já sobre Francisco Mota Saraiva, galardoado com o Prémio Revelação Agustina Bessa Luís, realçou que a obra “Aqui Onde Canto e Ardo” evidencia um conjunto de referências narrativas, das quais é de destacar “a riqueza vocabular e os cruzamentos com figuras da cultura ocidental que dão ao texto uma maturidade estilística com assinalável alcance literário”.

Em relação ao vencedor do Prémio Vasco Graça Moura – Cidadania Cultura, enalteceu o percurso de vida de José Pacheco Pereira, “no tocante ao empenhamento em prol da defesa do bem comum, em especial quanto ao conhecimento histórico e à preservação do património cultural. Graças à criação da Biblioteca e Arquivo Ephemera tem sido possível a reunião de documentos e objectos únicos, indispensáveis para a compreensão dos acontecimentos da história política portuguesa”.

Após o momento solene da entrega dos prémios aos três vencedores pelo Presidente da República, foi Lídia Jorge quem usou da palavra, manifestando a sua “alegria” pelo galardão: “Só tenho de agradecer que um livro meu tenha merecido este Prémio Fernando Namora, e fique a fazer parte, daqui em diante, da sua genealogia. Oxalá este prémio se prolongue por mais 26 edições”.

Já Francisco Mota Saraiva, num discurso literariamente elaborado que prendeu todos aqueles que o escutaram, proferido de uma forma séria mas ao mesmo tempo descontraída a motivar até um ou outro sorriso, sublinhou que “felizmente há entidades, como a Estoril Sol e a Gradiva, que há mais de 16 anos continuam a acreditar no poder das palavras – encimando-as com o nome único de Agustina Bessa-Luís”.

Por seu lado, José Pacheco Pereira referiu que o Prémio Vasco Graça Moura – Cidadania Cultural que recebeu, transportando o nome daquele que foi um seu amigo, Vasco Graça Moura, será colocado ao serviço da Ephemera, “um trabalho de militância da memória, na convicção, voltando ao princípio, de que se dermos espessura com o passado ao presente na democracia, teremos a única coisa que os homens podem esperar da sua passagem pela terra, melhor vida, como se dizia antigamente, mais paz, mais pão, melhor povo e mais liberdade”.

A cerimónia foi seguida de um jantar de homenagem aos premiados, um momento de convívio em que se falou de literatura, artes e ideias, mantendo afinal bem sólidos os alicerces desta iniciativa que culmina todos os anos com atribuições a valores inconformáveis da literatura mas também dos valores da cidadania e cultura, mantendo vivos os nomes de Agustina Bessa-Luís, Fernando Namora e Vasco Graça Moura.

Jorge Reis / LusoNotícias

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