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Arsenal dá goleada em Alvalade (1-5) com banho de bola ao Sporting

O Sporting consentiu esta terça-feira no Estádio de Alvalade uma derrota pesada, por 1-5, frente aos ingleses do Arsenal, em jogo da quinta jornada da fase de liga da Liga dos Campeões, um resultado inteiramente justo por aquilo que se passou no relvado leonino onde os gunners se apresentaram sempre mais esclarecidos no futebol praticado, nomeadamente no primeiro tempo, quando cilindraram a defesa sportinguista com um verdadeiro banho de bola, chegando ao intervalo a vencer por três golos sem resposta.

No jogo de estreia nas provas da UEFA do agora técnico sportinguista João Pereira, a formação de Alvalade ainda procurou reagir e reduziu a desvantagem para 1-3, com um golo de Gonçalo Inácio no arranque do segundo tempo. Só que uma falta cometida por Diomande sobre Odegaard ao minuto 64′ resultou numa grande penalidade indiscutível a favor do Arsenal que Bukaio Saka converteu, passando a turma inglesa a vencer por 1-4.

Depois, antes do final, o Arsenal ainda concretizou o quinto golo, fechando o triunfo com um resultado pesado para os leões, curiosamente o mesmo resultado de 1-5 que Rúben Amorim consentiu no seu jogo de estreia em provas da UEFA pelo Sporting, em Setembro de 2021 então frente ao Ajax.

À partida para este jogo, João Pereira escalou, pelo menos em teoria, o seu melhor onze disponível, com Franco Israel entre os postes, Diomande, Gonçalo Inácio e St. Juste na primeira linha defensiva, um losango no meio-campo com Hjulmand atrás, Morita à frente e ainda Quenda e Maxi Araújo nas alas, aparecendo na frente Marcus Edwards e Trincão no apoio a Viktor Gyokeres. Do outro lado, Mikel Arteta escalou um onze do Arsenal com o guarda-redes David Raya, um quarteto defensivo formado por Timber, Saliba, Gabriel Magalhães e Calafiori, ainda Odegaard, Partey e Declan Rice na linha média, aparecendo na frente Bukaio Saka, Havertz e Martinelli.

Com um excelente ambiente em Alvalade de enorme confiança entre os adeptos, alicerçada na vitória que os leões tinham conseguido frente ao Manchester City, ainda com Ruben Amorim ao leme do barco leonino, o embate entre leões e gunners começou, todavia, com a exibição de um cartão amarelo ao central Diomande, depois deste se envolver numa discussão com um jogador do Arsenal quando o jogo se encontrava parado.

Os nervos ficavam assim evidentes na formação leonina, num jogo que começava com a presença do Arsenal no meio-campo defensivo do Sporting, procurando encontrar brechas na defesa dos leões a partir do corredor direito do ataque.

Bukaio Saka, sempre pelo lado direito dos gunners, fez a cabeça em água a Maxi Araújo, com este a sentir enormes dificuldades em parar o extremo do Arsenal e a impedir os cruzamentos venenosos para a pequena-área junto à baliza de Franco Israel.

À frente de Araújo, Marcus Edwards foi um elemento quase sempre desaparecido do jogo, permitindo que o Arsenal tirasse partido desse desequilíbrio do Sporting para chegar aos golos, nomeadamente o primeiro logo aos sete minutos. Martinelli recebeu um cruzamento de Saka, sempre ele, a partir da direita, a defesa leonina ficou completamente apática, Franco Israel ficou a meio caminho na saída à bola e acabou por permitir um golo fácil à formação inglesa, num erro do guardião leonino que transmitiu a partir dali um défice de confiança aos seus companheiros.

A exemplo do que já tinha acontecido no jogo perante o Manchester City, também aqui o Arsenal começava o jogo melhor, adiantando-se no marcador bem cedo na partida. Curiosamente, o golo do Arsenal até permitiu o acordar dos leões, que reagiram e procuraram instalar as suas linhas no meio-campo do Arsenal, trocando a bola em frente à baliza à guarda do espanhol David Raya.

Só que a formação inglesa foi fechando sempre muito bem os caminhos do Sporting para a saída de bola, obrigando a que os leões apostassem nos corredores laterais para construir lances de ataque ficando impedidos de lances mais verticais entre linhas. Gyokeres era assim um elemento mais facilmente anulável na frente porque a bola não chegava lá, e ao mesmo tempo Trincão e Edwards, principalmente este, não recebiam a bola de forma capaz para criarem perigo para a baliza do Arsenal.

Tochas e fogo de artifício queimaram
os cofres de Alvalade perante a UEFA

À passagem do primeiro quarto-de-hora do jogo, os adeptos do Sporting acenderam diversos engenhos pirotécnicos na bancada atrás da baliza de Franco Israel, algo que poderá resultar na interdição de um sector do Estádio de Alvalade num próximo jogo da Champions, afinal mais um prejuízo infligido ao Sporting pelos seus próprios adeptos.

O jogo era agora mais discutido a meio-campo, com o conjunto leonino a ter que se preocupar com as entradas de Saka no corredor direito do ataque dos gunners, acabando por ser este a fazer a assistência ao minuto 22′ para o segundo golo do Arsenal, tirando partido de mais um erro de Franco Israel, ele que de novo não saiu ao lance mas também não ficou entre os postes, ficando perdido a meio caminho enquanto Bukaio Saka deixava a bola nos pés de Kai Havertz, que só teve que encostar para o 2-0 favorável ao Arsenal.

O resultado surgia mais negativo, tão negativo afinal quanto as consequências da atitude dos adeptos leoninos que, agora na bancada do topo norte, voltaram a insistir em artefactos pirotécnicos, lançando mesmo fogo de artifício atrás da baliza do Arsenal para a zona de baliza dos gunners, uma situação incompreensível se tivermos em conta os avisos que a UEFA fez ao clube de Alvalade ameaçando com a interdição de sectores do Estádio de Alvalade caso houvesse insistência dos adeptos neste tipo de atitudes.

Sobre o jogo, o Arsenal prosseguia uma exibição claramente superior à do Sporting, Bukaio Saka continuava a provocar enormes problemas a Maxi Araújo, e Franco Israel ia tremendo sempre que a bola rondava a sua baliza. Ao minuto 44′ o Sporting conseguiu finalmente o único remate enquadrado de todo o primeiro tempo com a baliza do Arsenal, num lance em que Quenda, depois de um passe em profundidade de Maxi Araújo, obrigou David Raya a uma excelente defesa, desviando a bola por cima da trave.

Gabriel Magalhães marcou
e provocou Viktor Gyokeres

Na resposta ao remate de longe de Quenda, o Arsenal subiu ao meio-campo do Sporting, ganhou um pontapé de canto do lado esquerdo do ataque, Declan Rice bateu o canto para a pequena área e Gabriel Magalhães, o central brasileiro do Arsenal, apareceu a surpreender um atarantado Franco Israel assinando o 3-0. E como se o golo sofrido para o Sporting já não fosse suficientemente mau para os leões, o central brasileiro do Arsenal ainda festejou o golo com uma provocação a Gyokeres, isto porque fez o gesto da máscara celebrizado pelo avançado sueco, com o detalhe que o fez a tapar os olhos, porventura assinalando a forma como ele próprio, junto da baliza do Arsenal, tapou os caminhos ao camisola 9 dos leões.

O primeiro tempo terminou logo depois, com o Sporting a perder por três golos, num jogo que deixava claras indicações de que o segundo tempo tinha tudo para que a noite do Sporting fosse ainda mais negra. Franco Israel mostrava-se incapaz de dar segurança à sua equipa, a linha defensiva permitia as aproximações em velocidade dos homens do Arsenal nas costas de Gonçalo Inácio e Diomande, faltava a capacidade de saída de bola em lances de construção, Maxi Araújo era incapaz de se juntar aos homens da frente perante as incursões de Bukaio Saka, e lá na frente Gyokeres era anulado pela defesa dos gunners, nomeadamente por Gabriel Magalhães, ao mesmo tempo que Marcus Edwards, inconsequente, assinava uma prestação quase nula.

O Sporting recolhia aos balneários a perder por 3-0, um resultado por esta altura perfeitamente justificado por parte do Arsenal, sendo esta uma equipa mais organizada, mais acutilante e com combinações assertivas que lhe permitiram três golos afinal fáceis e consentidos por uma defesa leonina que andou aos papéis, nomeadamente o seu guarda-redes.

Início da segunda parte…
e golo do Sporting

O segundo tempo começou praticamente com um remate de Morita a obrigar Raya a desviar a bola pela linha de fundo, para um pontapé de canto a partir do lado direito do ataque leonino. Ficava claro que o Sporting entrava em jogo para fazer algo de diferente relativamente ao que tinha feito até então, e isso mesmo foi cumprido exactamente na sequência desse pontapé de canto. A bola foi batida por Trincão a meia altura para a pequena-área e Gonçalo Inácio, com o pé esquerdo, rematou para o primeiro poste e fez o golo para o Sporting, permitindo uma excelente entrada dos leões neste segundo tempo.

A formação leonina iniciava assim a segunda metade da partida com um golo, um “booster” de confiança para os leões perante um conjunto arsenalista que acusou claramente o golo sofrido, conseguindo o Sporting nos primeiros dez minutos do segundo muito mais do que havia feito na primeira metade do jogo, face a um Arsenal que se mostrava incapaz de responder a preceito ao jogo leonino que fazia mesmo o Arsenal recuar para o seu meio-campo defensivo.

Só que a formação inglesa, jogando com o resultado, foi pausando o jogo, retirando gás ao querer dos homens do Sporting, o guarda-redes David Raya chegou a ver um cartão amarelo por demorar em repor a bola em jogo e o árbitro, farto com tantas perdas de tempo, chegou mesmo a reverter um lançamento de bola pela linha lateral que era para o Arsenal num lançamento para o Sporting, em face do tempo perdido em repor a bola em jogo. Esta lentidão, contudo, levou a que a turma leonina perdesse o ímpeto com que regressara dos balneários, e para complicar ainda mais a missão do conjunto às ordens de João Pereira o central Diomande cometeu uma grande penalidade que acabaria por “matar” a discussão do jogo.

À passagem do minuto 63′, Diomande atingiu Odegaard por trás, num lance sem margem para dúvidas que o árbitro sancionou de imediato com uma grande penalidade. Chamado a converter o penálti, Bukaio Saka, com um remate de pé esquerdo, não perdoou. Franco Israel ainda adivinhou o lado certo do remate mas nem com asas chegaria à bola, que só parou no fundo das redes da baliza do Sporting para o 4-1, um golo em clara contracorrente com aquilo que o Sporting vinha a procurar conseguir até então no segundo tempo desta partida.

Daniel Bragança reclama
titularidade em Alvalade

João Pereira precisava agora de mexer na sua equipa, permitindo outra frescura e novas ideias, motivo pelo que, ao minuto 68′, chamou a jogo Daniel Bragança e Geny Catamo, para as saídas de Maxi Araújo e Marcus Edwards, confirmando a actuação menos conseguida que estes dois elementos tiveram até ali. Na resposta, o técnico do Arsenal, Mikel Arteta, tirou do jogo Deklan Rice e Martinelli para fazer entrar Mikel Merino e Trossard.

Refira-se que Bragança veio dar outra capacidade do meio-campo do Sporting, não porque Hjulmand e Morita não tivesse até então a mesma capacidade de destruir o jogo do Arsenal, mas porque Daniel Bragança continuou a destruir o jogo adversário, mas também a construir mais para as iniciativas de ataque da equipa da casa.

O Sporting equilibrava agora o jogo e Morten Hjulmand obrigava mesmo Raya a uma defesa de recurso desviando a bola para a linha de fundo à passagem do minuto 72’. Só que os pontapé de meia-distância eram o único recurso válido, isto porque nos últimos 30 metros o Sporting não conseguia a melhor finalização e o Arsenal ia gerindo a vantagem num jogo cada vez mais resolvido conforma os ponteiros indicavam a aproximação ao final do jogo. Ao minuto 78′ o japonês Hidemasa Morita saiu para dar entrada a Conrad Harder, respondendo Arteta com as entradas de Nwaneri e Zinchenkopor troca com Odegaard e Calafiori.

O Sporting procurava agora pressionar alto, mas deixava muito espaço no seu meio-campo, uma situação que o Arsenal acabaria por aproveitar ao minuto 82′ quando Mikel Merino, num remate forte desferido a mais de trinta metros da baliza, levou Franco Israel a defender para a sua frente, permitindo que ali aparecesse Trossard a fazer uma recarga fácil para o quinto golo.

O Arsenal fechava assim a contagem com o quinto golo em cima de mais uma falha de Franco Israel, claramente o elo mais fraco na exibição do Sporting neste jogo, fechando assim da pior forma o jogo de estreia de João Pereira enquanto técnico dos leões em provas da UEFA, com o Sporting a consentir cinco golos frente a um adversário inglês, dois anos depois de ter perdido por 5-0, também em Alvalade, mas então frente ao Manchester City, a 15 de Fevereiro de 2022, então num jogo dos oitavos de final da Champions.

Viktor Gyokeres apareceu
com um remate… aos ferros!

Antes do final da partida, Viktor Gyokeres ainda procurou resgatar o seu orgulho ferido e, num jogo que levou a Alvalade inúmeros olheiros dos grandes clubes europeus, procurou deixar a sua assinatura no jogo ao visar com êxito a baliza do Arsenal. Só que, perante os 47.386 adeptos presentes em Alvalade, o remate do sueco, feito depois de ultrapassar a oposição de Kivior, levou a bola ao encontro do ferro da baliza do Arsenal.

João Pereira ainda operou mais duas alterações na sua equipa, com as entradas de Matheus Reis e João Simões ao minuto 88’, para as saídas de Gonçalo Inácio e Francisco Trincão. À beira do fim o guarda-redes Franco Israel ainda fez nova defesa para a sua frente, num lance em que por pouco o Arsenal conseguia o sexto golo, e do outro lado Morten Hjulmand desferiu também ele um remate de longe, aos 90’+03′, obrigando David Raya a desviar a bola uma vez mais por cima da trave, terminando o jogo logo de seguida.

Depois de um primeiro tempo em que o Arsenal dominou a seu belo prazer, o Sporting ainda quis regressar ao jogo após o intervalo, o golo de Gonçalo Inácio poderia ter permitido outro alento, mas o Arsenal soube colocar gelo no jogo, acabando por deitar por terra as pretensões leoninas com a grande penalidade assinalada perante a falta de Diomande sobre Odegaard.

O Arsenal foi muito melhor do que o Sporting, mereceu a vitória, restando agora ao Sporting acreditar que este foi um percalço num caminho que tem sido francamente positivo, sendo certo que este desaire não coloca em causa nenhum dos objectivos dos leões na presente época e apenas deixa uma ferida no orgulho dos pupilos de João Pereira.

O remédio para esta ferida passa agora por conseguir um resultado positivo já na próxima sexta-feira em Alvalade, frente ao Santa Clara, em jogo da 12ª jornada do campeonato da I Liga. Os adeptos do Sporting que apoiaram João Pereira e os seus pupilos no final do jogo com os ganires apesar da goleada sofrida, sem dúvida que assim o exigem!

texto: Jorge Reis / LusoNotícias
fotos: Diogo Faria Reis

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