O Benfica perdeu esta quarta-feira no Allianz Arena, o estádio do Bayern de Munique, por 1-0, o jogo referente à quarta ronda da Liga dos Campeões, uma partida para a qual o técnico do Benfica, Bruno Lage, escalou uma equipa completamente diferente daquela com que vinha alinhando nos 11 jogos até agora disputados desde que assumiu o comando técnico dos encarnados, apostou claramente num onze defensivo, com três centrais, cinco médios, que normalmente passavam a seis quando Arjturkoglu era chamado a acções defensivas, e apenas um homem na frente, o internacional suíço Amdouni.
Desde cedo ficou claro que Bruno Lage quis evitar uma derrota pesada em Munique a poucos dias de ter que defrontar o FC Porto para o campeonato, apostando por isso em jogar para empatar o jogo. Porém, como acontece quase sempre no futebol, equipa que joga para empatar acaba por perder e foiisso mesmo que aconteceu ao Benfica, equipa que ao longo de todo o jogo não conseguiu fazer um único remate enquadrado com a baliza à guarda de Manuel Neuer.



Jogadores como Pavlidis, que nos últimos dois jogos tinha regressado aos golos e marcou por duas vezes, também Beste, que tem conseguido mexer com a equipa e chegou mesmo à titularidade nos jogos do campeonato, e o argentino Di Maria, elemento particularmente influente no onze benfiquista, começaram o jogo no banco. Desse modo, Bruno Lage optou por uma equipa com Trubin entre os postes, António Silva, Otamendi e Tomás Araújo na defesa, Carreras e Kaboré nos corredores laterais, Aursnes, Renato Sanches e Kokçu na linha média, sobrando Arkturkoglu e Amdouni para as acções mais ofensivas que não aconteceram, permitindo com este onze no relvado todas as condições para que o Bayern controlasse o jogo e o transformasse numa partida de sentido único para a baliza de Anatolii Trubin.
Nem um remate enquadrado
do Benfica à baliza de Neuer
As oportunidades de golo aconteceram todas na baliza à guarda de Trubin, com o guardião ucraniano a assinar uma excelente exibição poupando o Benfica à humilhação de uma goleada, e nem no segundo tempo, quando Bruno Lage resolveu finalmente conferir outra capacidade à equipa benfiquista, esta conseguiu mudar o rumo do jogo. Lage fez entrar Beste para o lugar de Kaboré, que já tinha visto um cartão amarelo, apostando num esquerdino para o corredor direito – Bah não pôde dar o seu contributo à equipa por se encontrar lesionado –, fazendo entrar ainda Pavlidis por troca com Amdouni.
A verdade é que Pavlidis ainda conseguiu levar a bola até à área de baliza de Manuel Neuer, algo que fez poucas vezes até porque Bruno Lage tirou do jogo Arturkoglu ao minuto 56′, porventura para o poupar para o jogo com o FC Porto no próximo domingo, e Di Maria, que entrou por esta altura, não trouxe a mesma capacidade de criar roturas ao jogo do Benfica como o extremo turco tem feito em jogos anteriores.



O Bayern de Munique continuou a ter capacidade de posse de bola, mantinha o jogo distante da sua baliza, dominava o meio-campo onde o internacional Palhinha foi sempre um jogador fundamental, sem dúvida um dos melhores jogadores em campo, anulando os lances em que o Benfica procurava conseguir alguma transição e permitindo outra tranquilidade à formação bávara, acabando mesmo por ser esta a chegar ao golo que viria a ditar o resultado final da partida.
Musiala marcou para o Bayern
após assistência de Harry Kane
À passagem do minuto 67′, um lance com várias combinações entre os jogadores do Bayern terminou com um cruzamento já dentro da área de Sané para a frente de baliza de Trubin, Kane ainda cabeceou a bola saltando apoiando-se sobre Tomás Araújo e Musiala, também de cabeça, acabou por fazer um golo fácil. Os jogadores do Benfica ainda protestaram por entenderem que Tomás Araújo foi impedido de saltar por Harry Kane, mas o árbitro e o VAR consideraram o golo limpo, sendo fixado aí aquele que viria a ser o resultado final neste encontro do Benfica em Munique.
É certo que o Benfica perdeu apenas por 1-0 frente ao “colosso” que é o Bayern de Munique no futebol europeu, mantém seis pontos e tem ainda em aberto a possibilidade de garantir o apuramento para o play-off de apuramento para os oitavos de final da Champions, e poderá viajar até Lisboa com um resultado de algum modo “positivo” tendo em conta o valor do adversário.



Todavia, é preciso dar conta de que o Benfica jogou claramente para empatar ou não sofrer uma derrota pesada, abdicou por completo do ataque, não conseguiu um remate enquadrado e deixou Munique como uma equipa muito pequena, sem ambição nem capacidade para mais, que foi ali jogar no esquema táctico que ainda não tinha testado na presente época e que certamente nem será aquele que irá apresentar frente ao FC Porto no próximo domingo, a menos que Bruno Lage se tenha deixado seduzir pela forma de jogar de Rúben Amorim no Sporting. O problema para Lage é que Amorim sempre jogou com três centrais e os laterais projectados, enquanto que do lado do Benfica nunca se jogou assim, nem com Roger Schmidt, e muito menos desde que Lage assumiu o comando dos encarnados.
O Benfica mantém assim os seis pontos que conseguiu nas duas primeiras rondas da presente Liga dos Campeões, uma das quais frente ao Atlético de Madrid quando os encarnados assinaram uma das melhores exibições da presente temporada. Só que de então para cá a qualidade exibicional do Benfica tem vindo a diminuir, e os resultados e os jogos têm sido bem menos efusivos, somando agora duas derrotas na Liga dos Campeões, primeiro na recepção ao Feyenoord, e agora nesta visita ao terreno do Bayern de Munique, em jogos nos quais para além das derrotas as exibições deixaram igualmente muito a desejar. A fraca qualidade da exibição do Benfica deixa mesmo antever algumas dificuldades para esta equipa às ordens de Bruno Lage na recepção aos dragões, um jogo que o LusoNotícias vai acompanhar no Estádio da Luz para lhe trazer aqui todas as informações do mesmo.

Jamal Musical, o jogador do Bayern que marcou o golo da vitória para a turma bávara, foi nomeado pela UEFA como o homem do jogo nesta partida entre Bayern e Benfica.