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Donald Trump vence presidenciais dos EUA e deixa os cinco continentes na expectativa

Depois de os norte-americanos terem votado ao longo desta quarta-feira, 5 de Novembro nas eleições presidenciais, Donald Trump, que precedeu a Joe Biden à frente da Casa Branca, voltou vencer um acto eleitoral para a presidência dos Estados Unidos da América (EUA) pelo que será o 47º presidente do país mais poderoso do Mundo.

Kamala Harris, a candidata democrata que concorreu contra Trump, acabou derrotada, gerando-se agora imensas expectativas relativamente às consequências da eleição de Trump para o política mundial, nomeadamente nesta altura em que a Rússia e a Ucrânia continuam uma guerra iniciada com a invasão russa ao território ucraniano, mas também quando, no Médio Oriente, o território da faixa de Gaza tem vindo a ser alvo de intervenção militar de Israel, que procura aniquilar as forças do Hamas, surgindo estas apoiadas pelo Irão num foco de guerra para o qual não se antevê um final.

Sobre estas eleições, foram marcadas por uma alta participação dos eleitores mas também por um clima de polarização política, refletindo as profundas divisões que marcam a sociedade norte-americana, com posições cada vez mais extremadas entre republicanos e democratas. Trump, que já havia exercido a presidência de 2017 a 2021, centrou a sua campanha em promessas de restaurar a “grandeza” da América, abordando questões como a imigração, a economia e a segurança nacional.

A retórica populista e as promessas de revitalizar a indústria norte-americana por parte do candidato agora reeleito ressoaram especialmente nas comunidades que enfrentaram complicados desafios económicos nos últimos anos. A vitória de Trump é vista como um retorno ao poder de uma figura que já teve um impacto profundo na política nacional e internacional.

Política internacional
envolta em interrogações

A reeleição de Trump terá agora, certamente, implicações significativas para a política internacional, sendo de esperar, por exemplo, um reforço do nacionalismo americano, isto porque Donald Trump deverá apostar numa política externa baseada no nacionalismo, priorizando os interesses norte-americanos em detrimento de compromissos com outros poderes, nomeadamente com a NATO e a União Europeia. De acordo com as ideias que Trump defendeu ao longo da campanha eleitoral nas últimas semanas, os EUA deverão conhecer agora um período de maior protecionismo comercial, com Trump a apostar numa reavaliação das alianças tradicionais.

Uma das potências que deverá ser particularmente visada pela política externa de Donald Trump será certamente a China, perante a qual o 47º Presidente dos EUA deverá impor uma atitude firme, intensificando por certo a rivalidade entre as duas potências. São por isso esperadas medidas adicionais contra práticas comerciais chinesas, mas também uma abordagem assertiva em questões de segurança no Indo-Pacífico.

Além de uma relação certamente mais complicada com a China, Donald Trump deverá apostar tudo numa política climática mais orientada pelas consequências financeiras da mesma do que propriamente pela defesa ambiental e do clima que os cientistas garantem ser determinante. Depois de ter demonstrado enorme ceticismo em relação à mudança climática durante o seu primeiro mandato, Trump poderá agora reverter políticas ambientais e compromissos internacionais estabelecidos pela administração de Joe Biden e com isso afetar a colaboração global em questões climáticas.

Por outro lado, e no que diz respeito à realidade vivida no Médio Oriente, a continuidade de Trump poderá resultar numa política mais favorável a Israel e numa abordagem mais crítica em relação a adversários como o Irão. A dinâmica no Oriente Médio poderá ser novamente moldada por decisões unilaterais.

Poucos serão aqueles que irão realmente admirar-se se a administração Trump venha a questionar a relevância de organizações internacionais como a ONU e a NATO, o que poderá enfraquecer a colaboração global em áreas críticas como segurança e desenvolvimento. E se isso promete ser a posição dominante em termos de relações internacionais, a política interna dentro do território norte-americano deverá ser marcada uma política de imigração particularmente rigorosa, isto porque Trump prometeu que irá reforçar a segurança nas fronteiras e limitar a imigração legal e ilegal. Essa abordagem poderá gerar tensões com países vizinhos dos EUA e afetar a dinâmica das relações bilaterais.

Populistas e nacionalistas
buscam “boleia” de Trump

A vitória de Donald Trump nas presidenciais dos EUA é vista como algo com uma importância acrescida, nomeadamente pelo impacto que este resultado eleitoral poderá ter na democracia global, isto porque poderá ser interpretado como um impulso para movimentos populistas e nacionalistas em todo o mundo, desafiando normas democráticas e promovendo uma retórica “anti-establishment” em diversas nações.

A reeleição de Donald Trump deverá, por outro lado, resultar na aplicação de políticas que priorizem a recuperação da indústria norte-americana, com incentivos para a produção local e a criação de empregos, ao mesmo tempo que os defensores de Trump criticam a globalização. Deveremos assim estar perante uma realidade nos EUA em que o país entrará numa nova fase de desafios e oportunidades na política internacional.

A administração na mãos de Trump promete continuar a ser polarizadora, tanto a nível interno quanto global, à medida que o mundo observa de perto as decisões que moldarão o futuro da diplomacia e da cooperação internacional. As repercussões desta eleição deverão ser sentidas em várias partes do mundo, à medida que nações se adaptem a um novo paradigma de liderança norte-americana.

Na Europa, por exemplo, o primeiro país a saudar efusivamente a vitória de Donald Trump foi a Hungria de Viktor Orbán, um regime populista em que o seu líder tem como “amigos” privilegiados Vladimir Putin, o líder russo, mas também Recep Tayyip Erdogan, o presidente da Turquia, países que ao contrário da Hungria não integram a União Europeia mas que poderão querer usar a Hungria como o seu “Cavalo de Tróia” nas estruturas europeias. Enquanto isso, e no capítulo económico, teme-se que os novos dirigentes norte-americanos possam impor tarifas aduaneiras bem pesadas para os produtos produzidos na Europa, o que poderá levar a uma forte recessão económica.

Nota final para as implicações mundiais que o resultado das eleições norte-americanas terão um pouco por todos os continentes, naturalmente na América do Norte, mas também na América Latina, com países como a Venezuela ou a Argentina com regimes no mínimo polémicos que irão tirar partido das políticas defendidas por Trump, ainda o Médio Oriente onde o agora presidente eleito promete simplesmente abafar o regime iraniano, apontado como o principal aliado do Hamas e dos adversários de Israel, também a Europa com todas as interrogações em redor do futuro no conflito na Ucrânia ou a Ásia onde a economia chinesa continuar a crescer rivalizando diretamente com a economia norte-americana. As expectativas quanto ao futuro são por isso muitas, e afinal Donald Trump ainda nem tomou posse, algo que acontecerá apenas em Janeiro, devendo ser proclamado oficialmente vencedor das eleições a 6 de Janeiro, para vir a tomar posse a 20 de Janeiro de 2025.

Jorge Reis / LusoNotícias

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