Depois de ter chegado ao intervalo a vencer, ainda que por uma vantagem de apenas um golo, tudo fazia acreditar que o Benfica poderia somar mais um triunfo na 14ª jornada da I Liga, frente ao AVS, equipa que tem andado a lutar pela fuga aos lugares que dão direito à despromoção na tabela classificativa, e que acabou por impor o empate a um golo aos encarnados de Lisboa.
Para conseguirem a vantagem no primeiro tempo, os encarnados, que se adiantaram no marcador com um golo de Amdouni, tinham utilizado uma equipa em que o técnico Bruno Lage recorreu a alguns elementos tidos como “de segunda linha” do plantel benfiquista, deixando no banco de suplentes alguns titulares.
Só que no segundo tempo, quando Lage chamou os titulares a jogo, o Benfica baqueou o AVS acabou mesmo por marcar o golo do empate, no último lance da partida, impondo um empate e interrompendo o ciclo de vitórias que os encarnados vinham a conseguir para o campeonato desde que Bruno Lage assumiu o lugar antes ocupado por Roger Schmidt.
Trubin, o guarda-redes do Benfica, foi no segundo tempo o melhor jogador das águias em campo, tapando os caminhos para a sua baliza e assinando um punhado de defesas de elevado nível de dificuldade, adiando o golo do AVS.
Sem Otamendi na equipa, com a dupla de centrais formada por António Silva e Tomás Araújo, com Bah à direita e Best à esquerda, Aursnes apareceu no meio-campo com Leandro Barreiro ao seu lado, surgindo Kokçu atrás de Arthur Cabral e as faixas laterais do ataque entregues a Amdouni e Arkturkoglu. De fora ficavam assim Carreras, a cumprir castigo, mas também Otamendi, Florentino, Di Maria e Pavlidis, olhando apenas para os jogadores mais utilizados por Bruno Lage que desta feita começaram o jogo no banco de suplentes.
Do lado do AVS, o técnico Daniel Ramos, que continua em busca da primeira vitória com esta formação do AVS, apostou numa equipa com o guarda-redes Simão, uma linha de três centrais formada por Nacho, Roux e Devenish, ainda Fernando Fonseca, Luís Silva, Gustavo e Kiki na linha média, aparecendo mais adiantados John Mercado, Zé Luís e Piazon.
E se é verdade que o esquema táctico do AVS demorou a dar frutos, perante um Benfica que no primeiro tempo dominou e justificou a vantagem ao intervalo, fruto de um golo de Amdouni num lance bem construído em que o internacional suíço rematou colocado enviando a bola a tocar ainda no poste direito da baliza de Simão antes de se aninhar no fundo das redes, o segundo tempo mostrou duas equipas bem distintas, com o conjunto benfiquista a perderem o controlo do jogo, entregando-o por completo à equipa da casa.
Benfica “desapareceu” nas Aves
num segundo tempo mau demais
O AVS acreditou, passou a pressionar perante uma equipa visitante lenta e sem reação, obrigou Trubin a aplicar-se para impedir que o empate chegasse mais cedo e colocou Bruno Lage à beira de um ataque de nervos, ele que apareceu muitas vezes na linha lateral a gritar para os seus jogadores procurando acorda-los da letargia em que se deixaram cair. Lage foi assim ao banco recuperar alguns dos seus titulares, como Di Maria, Pavlidis e Florentino, mas também Rollheiser e Schjelderup, mas nem com elementos mais frescos vindos do banco o Benfica conseguiu levantar-se, parecendo ao invés que ficou pior.
O AVS sentiu a quebra do Benfica, acreditou, e à beira do fim deu o golpe final nas ambições da turma visitante, quando Devenish apareceu a completar um lance de bola parada depois de uma assistência de Roux que serviu o seu companheiro ao segundo poste para um empate que se adivinhava que poderia surgir a qualquer instante, tal era a apatia do Benfica.
Depois do presidente benfiquista, Rui Costa, ter assumido a ambição de poder chegar ao Natal na frente do campeonato, algo que o Benfica poderia ter conseguido pois só dependia de si mesmo, o que aconteceria se vencesse o AVS neste jogo e depois vencesse também o Nacional da Madeira, no jogo em que a turma da Luz e os madeirenses irão repor o calendário da I Liga “em dia”, esse desejo do líder das águias já não será possível, e só mesmo uma vitória em Alvalade à beira do final do ano, no dia 29 (domingo), poderá permitir atingir a liderança do campeonato, algo que os leões, campeões em título e líderes desde a primeira ronda, não estarão interessados em permitir que aconteça.
O Benfica foi assim travado pelo AVS, Bruno Lage ainda não perdeu para o campeonato mas acabou por ver a sua equipa consentir um empate com um adversário claramente de “outro campeonato”, e acaba por enfrentar um desaire que os encarnados vinham a ameaçar com exibições menos conseguidas.
Pela frente os encarnados do Benfica terão agora o embate com o Nacional da Madeira, jogando depois na segunda-feira, 23, na Luz frente ao Estoril-Praia, jogos em que Bruno Lage terá que recuperar a moral e os bons resultados na equipa benfiquista… assim o permitam os adversários.
texto: Jorge Reis / LusoNotícias
fotos: ©X (Twitter)
Loading ...
