Numa exibição que começou bem nos primeiros minutos, com um golo de Pavlidis anulado por fora-de-jogo, o Benfica permitiu o melhor momento do Bologna no primeiro tempo, conseguiu crescer e agarrou de novo no jogo na etapa complementar, quando construiu as melhores oportunidades de golo, mas acabou por não ir além do empate sem golos, resultado que permitiu ao Benfica somar mais um ponto na Liga dos Campeões frente ao Bologna. Os encarnados, que somam agora 10 pontos, foram superiores, a haver um vencedor teria que ser a turma da Luz, mas as vitórias morais não chegam para qualificar ninguém e o empate acaba por premiar a turma italiana, face a um conjunto do Benfica que criou oportunidades de golo mas não soube ter a eficácia necessária para vencer.
Entrando bem no jogo, o Benfica começou por celebrar um primeiro golo bem cedo, logo aos dois minutos, quando Pavlidis, adiantado em relação ao último defesa do Bologna, ultrapassou o guarda-redes da turma italiana e enviou a bola para o fundo da baliza, levando os adeptos a festejarem um golo que não contou. O avançado grego estava mesmo fora-de-jogo e o nulo manteve-se no marcador, num jogo em que, curiosamente, avançou rápido para uma toada de equilíbrio entre as duas equipas, muito por força da resposta da turma transalpina ao ímpeto inicial dos encarnados.
Obrigado a jogar com as linhas compactas, para impedir que os homens mais adiantados do Bologna pudessem encontrar espaço junto da linha defensiva dos encarnados, o Benfica teve que se manter em alerta permanente nos terrenos mais recuados, face à forma como a formação visitante procurou sempre manter dois e três homens no seu setor ofensivo. E se o primeiro lance de golo acabou anulado, o jogo prosseguiu sem que voltasse a surgir qualquer lance de golo eminente, com as duas equipas e lutarem muito a meio-campo, procurando ambas abeirarem-se das balizas contrárias mas sem resultados práticos.
Bologna fez marcação homem a homem
sobre os jogadores do Benfica
Bem colocados sobre o terreno, os homens do Bologna, seguindo os jogadores do Benfica para todos os setores do relvado, obrigavam os encarnados a errar alguns passes, mas nem por isso a turma italiana conseguia depois incomodar verdadeiramente Anatoliy Trubin.
Os encarnados acabaram o primeiro tempo em cima da baliza do Bologna, com Angel Di Maria a obrigar mesmo o guarda-redes Skoruspki a fazer uma enorme defesa ao minuto 42′, depois de um lance magistral de Alvaro Carreras. O Benfica procurou chegar ao golo, mas este não surgia e as duas equipas recolheram aos balneários com o nulo a prevalecer no marcador.
Para o segundo tempo o Benfica voltou para as quatro linhas mais determinada, com a evidente intenção de controlar o jogo e chegar ao golo, passando a jogar sobre o meio-campo defensivo do Bologna e procurando complicar a missão ao guarda-redes polaco da turma italiana. Di Maria, mas também Aursnes e Pavlidis, com este a falhar uma oportunidade soberana ao minuto 65′, andaram perto da baliza de Skoruspki mas sem sucesso.
A espaços o jogo aparecia partido e perigoso para ambas as formações, ainda que fosse sempre o Benfica a criar os melhores lances, mas sem resultados práticos os dois técnicos entenderam que teriam que mexer nas respectivas equipas.
Do lado do Benfica, Bruno Lage apostou então, ao minuto 71′, na entrada de Best e Amdouni, para os lugares de Arkturkoglu e Pavlidis, respondendo o técnico do Bologna, Vincenzo Italiano, com mexidas no Bologna e logo com quatro mudanças, saindo Fabbian, Moro, Urbanski e Casale, para as entradas de Pobega, Ndoye, Freuler e Lucumí.
Perante os 60.650 adeptos que encheram as bancadas do Estádio da Luz, de acordo com os números oficiais divulgados pelos encarnados, a equipa às ordens de Bruno Lage continuava a insistir e Amdouni, ao minuto 79′, obrigava mesmo o guarda-redes Skoruspki a nova defesa de grande dificuldade.
Benfica construiu oportunidades
mas Skoruspki foi muralha intransponível
Faltavam por esta altura 10 minutos para o final da partida e Bruno Lage apostava em Arthur Cabral, por troca com Kokçu que já tinha visto um cartão amarelo. O Benfica atacava agora com Amdouni, Best e Di Maria nas costas de Arthur Cabral, mas os golos teimosamente não apareciam na baliza do Bologna, que descia cada vez menos até à baliza de Trubin, começando a dar a ideia que iria ficar contente no final em caso de empate neste jogo no Estádio da Luz.
Ao minuto 88′ o Bologna fez a última alteração, com a entrada de Corazza para o lugar de Posch, numa troca de laterais, mantendo-se o Benfica balanceado no ataque em busca do golo que os adeptos pediam a partir das bancadas. O árbitro romeno Radu Petrescu deu mais cinco minutos de compensação, Di Maria teve que receber assistência depois de um choque com um adversário e o juiz da partida deu indicações de que iria dar minutos extra sobre a compensação, mas nem assim o empate se desfez.
O Bologna, sempre apostando numa cobertura homem a homem, conseguia à beira do final ganhar um pontapé de canto, jogava já nesta altura mais para o empate do que para o triunfo, e levou a melhor nesse objectivo de pontuar à custa deste nulo no Estádio da Luz.
O conjunto encarnado, mesmo muito mais agressivo e pressionaste sobre a defesa do Bologna, não conseguiu encontrar o caminho certo para a baliza à guarda de Skoruspki, que defendeu mesmo um pontapé de canto direto batido por Di Maria no último lance do jogo, segurando o resultado final no empate sem golos.
O Benfica esteve muito melhor no segundo tempo, a ganhar mais as segundas bolas e a criar mais situações de golo, mas esbarrou sempre no intransponível guardião polaco do Bologna, ele que foi um dos melhores elementos em campo pela forma como segurou o empate para a sua equipa.
O Benfica soma agora 10 pontos, uma pontuação que não garante para já o play-off de acesso aos oitavos-de-final da Champions – terá ainda que defrontar o Barcelona na Luz a 21 de Janeiro e visita a Juventus a 29 do mesmo mês –, mas que deixa esse objectivo bem encaminhado, isto quando se encontra no 15.º posto da tabela da Liga dos Campeões com 10 pontos.
Já o Bologna, com este que foi o seu segundo empate na competição – empatou no primeiro jogo da competição frente aos ucranianos do Shakhtar –, passa a ter dois pontos nesta prova, algo que deixa em aberto um apuramento que, sendo matematicamente possível para o mesmo play-off, é certamente difícil senão mesmo uma meta já arredada do horizonte desta formação italiana.
texto: Jorge Reis
fotos: Luís Moreira Duarte
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