Na conclusão do jogo interrompido há dois meses e meio pelo nevoeiro que então se abateu sobre o Estádio da Madeira, a casa do Nacional, e que na altura impediu que se realizasse o jogo entre Benfica e Nacional para além do minuto oito (08′), as duas equipas voltaram esta quinta-feira ao relvado madeirense na Choupana para um jogo que ainda esteve em perigo de ser interrompido de novo, quando o nevoeiro ainda voltou, desta vez, porém, sem intensidade suficiente para voltar a travar a partida. As duas equipas puderam assim realizar os 82 minutos em falta, o Benfica acabou por conseguir dois golos já durante o segundo tempo, ambos apontados pelo argentino Di Maria, garantindo para os encarnados mais uma vitória no presente campeonato da I Liga que coloca o conjunto benfiquista na segunda posição do campeonato, a um ponto do líder Sporting e com mais dois pontos que o terceiro classificado, o FC Porto.
Com o nevoeiro a ser visto pelas duas equipas como o grande adversário num jogo que poderia a qualquer altura ser interrompido de novo, era preciso que o São Pedro levasse a neblina para longe da Choupana para que os jogadores pudesse ver sempre de um lado ao outro do relvado, e assim se pudesse realizar o jogo que colocava o calendário da I Liga em ordem e sem falhas de partidas. Quem marcasse mais cedo ficaria numa posição vantajosa perante a eventualidade de nova paragem do jogo, já que iria permitir retomar o jogo em vantagem numa eventual terceira reposição do encontro. Nos últimos dias as atenções de todos recaíram sobre as previsões do IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera), mas foi o nevoeiro que se fez sentir já esta quinta-feira que trouxe alguma preocupação para as duas equipas. Só que a neblina acabou por levantar e o jogo pôde ser concluído, com os golos a apareceram apenas no segundo tempo, por duas vezes, e ambos na baliza do Nacional.
Com os dois técnicos a manterem os mesmos onzes iniciais, foi o Nacional da Madeira que reentrou melhor neste jogo, garantindo uma série de vários pontapés de canto contra o Benfica, que tardou em conseguir encontrar o melhor ritmo numa partida tida como importante para ambos os conjuntos. Afinal, se ao Benfica a conquista dos três pontos permitia a aproximação ao Sporting no topo da classificação da I Liga, para o Nacional era importante qualquer ponto que pudesse ser conquistado neste jogo para se poder afastar da zona de despromoção da tabela classificativa do campeonato. Acabou assim o Nacional por conseguir manter o Benfica longe da sua baliza até ao intervalo da partida, construindo mesmo alguns lances em que Trubin teve que se aplicar para impedir qualquer surpresa desagradável para os encarnados.
Ainda assim, os lances com maior sinal de golo foram protagonizados pelos encarnados, com Arkturkoglu ao minuto 27′ e Otamendi ao minuto 36′ a obrigarem o guarda-redes Lucas França a defender o golo benfiquista sobre a linha de golo na baliza do Nacional. Os golos não apareceram, mesmo quando Arkturkoglu viu o guardião do Nacional a esticar-se para defender com uma palmada novo remate perigoso, desviando a bola pela linha de fundo, e as duas equipas acabaram mesmo por recolher aos balneários na Choupana com nulo a prevalecer no marcador e com o nevoeiro a fazer uma derradeira ameaça. O público que se deslocou ao Estádio da Madeira pôde ainda assim continuar a ver o relvado em toda a sua extensão, e quando o jogo foi retomado para o segundo tempo era já normal a visibilidade, pelo que tudo prosseguiu sem mais percalços.
As duas equipas puderam assim regressar ao relvado após o intervalo, com o Benfica a assumir o comando da partida, ameaçando as redes de Lucas França, nomeadamente ao minuto 50′ quando Kokçu desferiu um remate de longe, bem antes da linha da grande-área, levando a bola a descrever um arco antes de ir bater com estrondo na trave da baliza do Nacional, sem que o guarda-redes pudesse fazer o que quer que fosse. O golo não aconteceu por essa altura mas ficava evidente que a haver alguma equipa a desfazer o nulo seria certamente a formação visitante.
Acabou assim por surgir de uma forma natural um lance em que Di Maria, com um remate à meia-volta ao minuto 57′, viu a bola ser cortada dentro da área pelo braço esquerdo de Ulisses, um lance que mereceu de imediato da parte do árbitro Gustavo Correia o assinalar da inegável grande penalidade. Chamado a marcar o castigo máximo, o argentino Di Maria enganou Lucas França e, sem precisar de grande força, enviou a bola para o lado esquerdo do guarda-redes quando este já se tinha atirado para o lado contrário.
O Benfica ficava assim em vantagem num jogo que mantinha controlado, face a um Nacional que raramente conseguia abeirar-se da baliza de Trubin, fazendo-o sem perigo nas poucas vezes em que chegou mais perto do guardião ucraniano dos encarnados. Ao minuto 63′ o técnico Tiago Margarido, do Nacional, apostou em Dyego Sousa e Bruno Costa que entraram para os lugares de Matheus Dias e Isaac, vindo a responder Bruno Lage dez minutos depois com a aposta em Amdouni por troca com Pavlidis. E a verdade é que o treinador do Benfica teve melhores resultados, isto porque um minuto depois da troca, ao minuto 74′, um lance mais confuso dentro da área do Nacional terminou com Di Maria, assistido por Amdouni, a rematar sem grande força mas de forma colocada, com a bola a entrar na baliza do conjunto madeirense junto ao poste esquerdo, sofrendo Lucas França o segundo golo nesta partida.
O Benfica cumpria assim o seu objectivo, vencia este jogo depois de ter consentido um empate na Vila das Aves frente ao AVS no passado domingo, dia 15, tal como o LusoNotícias deu conta, e acertava o calendário da I Liga aproximando-se do líder Sporting ficando agora a apenas um ponto dos leões. Ja o Nacional, depois de um jogo em que raramente conseguiu criar problemas aos encarnados, soma 12 pontos no 15º posto da I Liga, pelo que terá agora que concentrar atenções naquele que é o “seu” campeonato, tendo já na próxima segunda-feira um jogo no terreno do Vitória de Guimarães onde uma derrota poderá resultar numa queda da turma insular para lugares na zona de despromoção na I Liga.
Nota para a prestação de Di Maria nesta deslocação do Benfica, ele que marcou dois golos no Estádio da Madeira e acabou, também por isso, por ser o homem do jogo nesta partida, num jogo em que o temido nevoeiro não voltou a aparecer com capacidade para travar o jogo. O argentino resolveu o jogo com os dois golos e carregou na sua bagagem no regresso ao continente por parte da equipa do Benfica os três pontos que os encarnados acumularam neste jogo referente à oitava jornada da I Liga, passando a somar 35 pontos depois de 14 jornadas.
texto: Jorge Reis / LusoNotícias
fotos: ©X (Twitter)
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