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Sporting de Rui Borges vence Benfica e regressa ao topo da I Liga

No jogo de estreia do técnico Rui Borges à frente do futebol do Sporting, os leões venceram este domingo no Estádio de Alvalade sobre o eterno rival Benfica, por 1-0, um golo apontado por Geny Catamo ainda no primeiro tempo quando a turma leonina jogou de uma forma mais assertiva do que os encarnados. A turma de Alvalade garantiu assim a conquista dos três pontos e com isso pôde regressar à liderança do campeonato da I Liga, onde encontra agora com os mesmos 40 pontos que apresenta também o FC Porto, surgindo o Benfica na terceira posição com 38 pontos.

Num jogo em que muito se decidia em termos classificativos na I Liga, isto porque a vitória do Benfica colocaria os encarnados isolados na frente do campeonato, sendo que um empate deixaria o FC Porto isolado no topo da classificação, acabou por ser um golo de Geny Catamo, depois de um bom trabalho de Viktor Gyokeres que fez a assistência, a determinar o triunfo dos leões e a consequente conquista dos três pontos. Dessa forma, os adeptos do Sporting puderam festejar em Alvalade o regresso às vitórias “significativas”, com o feito acumulado desse triunfo ter sido conseguido pelo novo treinador dos leões e com um novo esquema táctico até aqui inédito no presente plantel do campeão nacional.

À partida para este clássico, o dérbi da cidade de Lisboa entre Sporting e Benfica, eram muitas as interrogações em aberto e na sua grande maioria assentes sobre a forma como o Sporting iria entrar em campo, agora às ordens do técnico Rui Borges, apresentado na quinta-feira pela Direção do Sporting liderada por Frederico Varandas.

Rui Borges aposta num 4x4x2
com a defesa formada por quatro centrais

O Benfica foi a primeira equipa que subiu ao terreno de jogo ainda para o aquecimento, ao mesmo tempo que se sabia da existência de adeptos encarnados que iriam ficar fora das bancadas de Alvalade por serem possuidores de bilhetes falsos, tendo por isso sido barrados na entrada para o recinto leonino. Já do lado do Sporting, o figurino da equipa de Rui Borges começou a ser desvendado pelos coletes envergados por alguns jogadores durante o aquecimento.

Em termos de esquemas tácticos, o Benfica não merecia dúvidas na organização, no já habitual 4x3x3, com Trubin, Bah, Otamendi, Tomás Araújo e Carreras, ainda Florentino, Aursnes e Kokçu, aparecendo na frente Di Maria, Amdouni e Akturkoglu. Já do lado do Sporting, agora sob as ordens do novo técnico leonino Rui Borges, o anúncio do onze inicial deixava tudo em aberto, isto porque nele surgiam desde logo integrados quatro defesas até agora utilizados como centrais, com dois jogadores a poderem aparecer no corredor direito, ficando a dúvida sobre se os leões iriam entrar para este jogo no leonino 3x4x3 ou se iriam adoptar já o estilo do ex-técnico vimaranense, num 4x4x2 clássico.

Desde logo a julgar pela forma como os jogadores do Sporting se apresentaram no relvado para o aquecimento, com quatro coletes entregues aos quatro defesas, ficava clara a ideia que o conjunto leonino iria surgir sobre o relvado com uma linha de quatro defesas, a partir de um onze com o guarda-redes Franco Israel e os centrais Eduardo Quaresma, Diomande, St. Juste e Matheus Reis, apoiados por uma segunda linha de quatro médios, com Geny Catamo, Morita, Hjulmand e Geovany Quenda, sobrando para o ataque Trincão a surgir nas costas de Viktor Gyokeres.

Amdouni foi o avançado escolhido
por Lage para titular em Alvalade

Colocadas as ‘pedras’ sobre o tabuleiro de Alvalade, Rui Borges e Bruno Lage, os treinadores dos dois conjuntos, precisaram de esperar algum tempo para tirar conclusões sobre o resultado das suas ideias transmitidas aos seus jogadores para este dérbi da Segunda Circular, num jogo iniciado com o pontapé de saída para o Benfica dado por Akturkoglu, e tudo sob uma mensagem dos adeptos leoninos apresentada numa tarja no sector da Juventude Leonina em que se podia ler uma frase do próprio técnico Rui Borges: “Quando faltar a inspiração, que não falte a atitude!”

E a verdade é que o Sporting entrou melhor no jogo, procurando encostar o Benfica à sua baliza. Ao minuto 17’ aparecia o guarda-redes Anatolyi Trubin a evitar o primeiro golo do jogo, com Quenda a rematar contra o corpo do guardião do Benfica num lance em que o golo parecia evidente.

A defesa dos encarnados, sempre aparentemente mais frágil perante as incursões dos jogadores do Sporting, tardava em conseguir equilibrar a contenda e na frente, com Amdouni como titular, o Benfica não conseguia manter a defesa dos leões vinte ou trinta metros mais atrás, também porque o internacional suíço raramente conseguiu pressionar ao ponto de manter a linha defensiva do Sporting mais perto do guarda-redes Franco Israel.

Geny Catamo assinou o golo
da vitória do Sporting no dérbi

Nas poucas vezes em que o Benfica conseguiu no primeiro tempo levar algum perigo até perto da baliza de Franco Israel, como aconteceu ao minuto 25′, um livre perigoso, em zona frontal descaído para o lado esquerdo do ataque dos encarnados, permitiu a Kokçu rematar em arco para um possível golo, aparecendo Franco Israel, junto ao poste, a defender pela linha de fundo. Este lance, porém, foi de algum modo uma excepção num jogo em que o sentido era quase sempre para a baliza de Trubin, e o melhor jogo do Sporting deu frutos ao minuto 29′.

Num lance iniciado num lançamento pela lateral do lado esquerdo, a bola vai enviada para Gyokeres que, ganhando a frente do lance a Tomás Araújo, foi até à linha de fundo para fazer um passe atrasado, enviando a bola para o interior da grande-área do Benfica onde apareceu Geny Catamo que, vindo do lado direito e com um remate de primeira, assinou o golo inaugural deste jogo favorável ao Sporting.

O Benfica tardava em conseguir equilibrar a partida e apenas Di Maria surgia por esta altura como que omnipresente, liderando a equipa de Bruno Lage em todos os sectores do relvado, assumindo-se como um dos melhores elementos do Benfica perante um Sporting que vai dominando o jogo e conseguindo com isso ter mais bola, conquistando mesmo as bolas em zonas próximas da área de baliza à guarda de Trubin. O guarda-redes ucraniano, aliás, à passagem do minuto 40′, voltou a ser determinante na forma como impediu o que seria o segundo golo dos leões, depois de um remate forte de Gyokeres a que Trubin respondeu com uma defesa enorme em voo para o seu lado esquerdo.

O intervalo acabou assim por chegar com a vantagem do Sporting, tangencial mas merecida por um conjunto leonino que foi mais acutilante e objectivo, teve mais bola e conseguiu dominar o meio-campo, perante um Benfica com uma ideia menos esclarecida nos lances ofensivos, com Amdouni a aparecer um pouco perdido, ele que deu a ideia de ter alguma falta de confiança para surgir como ponta-de-lança, acabando por não dar grande trabalho à linha defensiva dos leões. Aliás, o internacional suíço surgiu quase sempre como mais um elemento no meio-campo do Benfica, sem a capacidade de encostar os centrais do Sporting à baliza de Franco Israel nem de abrir espaços para as entradas dos seus companheiros sobre as linhas recuadas da turma agora às ordens de Rui Borges.

Lage equilibrou o jogo na segunda parte
mas os leões já estavam em vantagem

Foi por tudo isto necessário esperar pelo segundo tempo para que Bruno Lage conseguisse acertar a estratégia da sua equipa para com isso equilibrar a contenda. Só que o Sporting já estava em vantagem no marcador e mais do que construir para vencer, precisava agora de controlar e evitar ser surpreendido pelo conjunto às ordens de Bruno Lage. O Benfica entrava em campo para o segundo tempo com Leandro Barreiro no lugar de Florentino, depois deste ter sido quase sempre um jogador “a menos” na equipa dos encarnados nos primeiros 45 minutos, conseguindo o Benfica com esta mudança começar melhor a etapa complementar e instalar-se sobre o meio-campo defensivo do Sporting.

À passagem do minuto 73′ o técnico Rui Borges determinou três alterações na equipa leonina, apostando em Maxi Araújo, João Simões e Fresneda, para as saídas de Quenda, Morita e Eduardo Quaresma, respondendo Bruno Lage, na equipa do Benfica, com as entradas de Beste e Pavlidis por troca com Akturkoglu e Amdouni, a formação visitante ganhava alguma maior capacidade ofensiva no relvado de Alvalade, mas nem por isso surgiam oportunidades de golo verdadeiramente dignas desse nome. Ao minuto 82′ era a vez de Rui Borges apostar em Conrad Harder para o lugar de Francisco Trincão, reagindo pouco depois Bruno Lage com a entrada de Arthur Cabral por troca com Aursnes.

Nos últimos minutos os lances junto de uma e outra baliza repetiram-se a uma velocidade elevada, acabando mesmo por ser o Benfica a ter as melhores oportunidades para conseguir o que poderia ter sido o golo do empate, mas a verdade é que nenhuma das formações conseguiu resultados práticos de um jogo aparentemente partido, vindo a terminar o jogo com o apito final do árbitro Fábio Veríssimo a determinar a vitória do Sporting e a consequente conquista dos três pontos, permitindo ao Sporting a recuperação da liderança do campeonato da I Liga ainda que com os mesmos pontos do FC Porto e mais dois pontos que o Benfica.

Rui Borges foi o grande vencedor do dérbi
com erros de Fábio Veríssimo para os dois lados

Ficam assim como principais notas de destaque deste jogo a vitória do Sporting com o golo de Geny Catamo ao minuto 29′, a aposta vitoriosa do técnico Rui Borges num esquema táctico inovador nos leões em 4x4x2, o jogo menos conseguido do Benfica nos primeiros 45 minutos quando, com um Amdouni bem distante daquilo que já mostrou anteriormente em outros jogos, deixou a turma de Lage a jogar sem uma referência ofensiva realmente eficaz, e com tudo isto a recuperação por parte do Sporting da liderança do campeonato da I Liga, ainda que com os mesmos pontos do FC Porto.

Referência ainda a duas grandes penalidades que ficaram por assinalar, para o Sporting ao minuto 16′, por falta sobre Quenda, e mais tarde para o Benfica, ao minuto 87′, quando Matheus Reis se apoia sobre Leandro Barreiro dentro da área de baliza dos leões. Nota ainda para o facto do árbitro Fábio Veríssimo não ter exibido um segundo cartão amarelo a Otamendi em mais do que uma situação ocorrida no segundo tempo do jogo, em faltas cometidas pelo capitão dos encarnados quando o central argentino do Benfica já tinha visto um primeiro cartão amarelo.

Leandro Barreiro, entrado no segundo tempo, foi um jogador que permitiu ao Benfica equilibrar o jogo, mas faltou durante muito tempo aos encarnados um avançado letal, algo que parece não haver no plantel benfiquista no qual Bruno Lage foi encontrar Amdouni para a titularidade neste jogo, deixando de fora os dois pontas-de-lança do seu grupo de trabalho, Pavlidis e Arthur Cabral, jogadores que só entraram no segundo tempo quando as oportunidades não surgiram. Sem um homem-golo, o Benfica foi incapaz de contrariar o melhor jogo dos leões nos primeiros 45 minutos, altura em que o Sporting resolveu a partida, e não conseguiu depois a turma visitante inverter o rumo do jogo entretanto já empurrado para a vitória merecida pelos jogadores do Sporting agora às ordens do técnico Rui Borges.

Resta dar conta que a próxima jornada que aí vem surge com um calendário particularmente complicado para os três “grandes” do futebol português, desde logo com o Sporting a ter que se deslocar a Guimarães para defrontar o Vitória, a viagem do FC Porto até à Madeira onde irá jogar com o Nacional, e ainda a recepção do Benfica, no Estádio da Luz, ao Sporting de Braga, isto depois do conjunto bracarense ter perdido neste domingo, em casa, frente ao Casa Pia por 1-2. Ficará assim encerrada, com a próxima jornada, a primeira volta do campeonato da I Liga.

texto: Jorge Reis
fotos: Diogo Faria Reis

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