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Benfica conquista 8ª Taça da Liga com eficácia nos penáltis frente ao Sporting

Após 90 minutos de jogo concluídos com um empate a um golo, com Schjelderup a marcar para o Benfica ao minuto 30’ e Viktor Gyokeres a empatar, com um golo marcado de grande penalidade, ao minuto 43’, foram os penáltis que permitiram decidir a conquista deste primeiro título no futebol português em 2025, com o Benfica a vencer por 7-6, com o leão Francisco Trincão a falhar o 14º penálti e a dar o título de “Campeão de Inverno” aos encarnados, na conquista por parte do Benfica da oitava Taça da Liga para o clube da Luz.

Florentino Luís, com uma exibição quase isenta de erros no meio-campo dos encarnados – no único erro do médio, este cometeu grande penalidade sobre Maxi Araújo, tendo o Sporting aproveitado para repor a igualdade ainda no primeiro tempo –, foi nomeado o “Homem do Jogo”, depois de uma partida recheada de emoção, bom futebol e um ambiente espectacular nas bancadas do Estádio Municipal Magalhães Pessoa em Leiria. E quanto à conquista da Taça da Liga, esta acabou por ser conseguida pela equipa encarnada, a mesma que ainda há poucos dias saíra derrotada do Estádio de Alvalade no embate entre estas duas mesmas formações mas em jogo referente ao campeonato da I Liga.

No arranque do jogo, um grande ambiente começou por marcar a entrega dos adeptos a partir das bancadas, curiosamente com o Benfica a dar conta de uma maior intensidade na luta pela posse de bola, abeirando-se mesmo mais cedo da baliza contrária perante um Sporting que começou mais recuado no terreno.

Em termos estratégicos, os encarnados apresentavam-se para este jogo com o mesmo “onze” com que haviam eliminado o Sporting de Braga, com Schjelderup como titular, Pavlidis na frente de ataque e Tomás Araújo na condição de lateral direito, tendo Bruno Lage deixado o alemão Beste na bancada. Já do lado dos leões, o técnico Rui Borges uma equipa em tudo idêntica à que venceu o FC Porto na última terça-feira neste mesmo estádio em Leiria, mas desta feita com João Simões no lugar do lesionado Morita.

Ultrapassados os primeiros minutos da partida, o Sporting conseguiu equilibrar a contenda, tendo mesmo conquistado três pontapés de canto em que levou algum perigo à baliza de Anatolyi Trubin. Era ainda assim Di Maria pela direita e Schjelderup pela esquerda, para o Benfica, que apareciam a impor mais velocidade no jogo que se desenrolava prioritariamente no meio-campo defensivo do Sporting, respondendo os leões com subidas velozes à área de baliza do Benfica, continuando a conquistar pontapés de canto sempre venenosos para a baliza dos encarnados.

Schjelderup marca para o Benfica
e confirma qualidade com golo

As duas equipas mostravam assim querer e ambição no jogo que iria determinar o primeiro título do ano de 2025, empregando velocidade e técnica num jogo muito disputado, dando a ideia de que a qualquer altura poderia o equilíbrio do resultado cair para qualquer uma das partidas.

Bruno Lage, no banco do Benfica, ia mostrando muito mais nervosismo do que Rui Borges, mas a sua equipa viria a dar a melhor resposta, à passagem da meia-hora, com Schjelderup a receber a bola no lado esquerdo depois de um passe lá do outro lado por Di Maria, teve tempo para tirar Eduardo Quaresma da sua frente e, com um remate cruzado a entrar junto ao poste mais distante, assina o primeiro golo do jogo e para os encarnados. Grande golo do miúdo norueguês do Benfica a abrir a contagem nesta final da Taça da Liga.

Ao minuto 36’, Eduardo Quaresma construiu um lance de grande qualidade e arriscou na conclusão do lance com uma iniciativa individual, rematando desenquadrado, com a bola a sair pela linha de fundo mas a ficar o aviso para os encarnados de que seria preciso ter todo o cuidado com esta formação leonina que precisava agora de correr atrás do prejuízo.

E a resposta ao golo dos encarnados surgiu mesmo ao minuto 40 quando Maxi Araújo caiu dentro da área de baliza do Benfica tocado por Florentino Luís. O árbitro João Pinheiro assinalou de imediato o castigo máximo, o VAR confirmou o penálti e Gyokeres transformou, fazendo o golo para os leões, colocando o resultado empatado (1-1) com a bola ainda a bater no pé de Trubin mas a aninhar-se no fundo das redes.

Nem se fazia a festa da Taça da Liga
sem a máscara de Gyokeres

Viktor Gyokeres voltou a marcar neste jogo tal como o fez nos demais jogos em que participou já em 2025, passeou a sua máscara no relvado de Leiria, e as duas equipas voltavam ao início da discussão, com tudo em aberto em termos de resultado que levou o jogo para o intervalo com o empate a prevalecer entre leões e águias depois de um primeiro tempo bem intenso que, em abono da verdade, justificou em absoluto a igualdade no marcador, num jogo muito aberto, com as duas equipas sempre em busca de lances de perigo, com um equilíbrio justo que apenas poderia ter mais golos para os dois lados para que o espectáculo fosse ainda mais completo.

Visando o segundo tempo, Bruno Lage colocou o turco Akturkoglu em exercícios de aquecimento ao intervalo, deixando de fora o norueguês Schjelderup, ele que até foi um dos melhores elementos nos primeiros 45 minutos e conseguiu mesmo assinar o primeiro golo do jogo. Já do lado do Sporting, Rui Borges manteve o onze inicial para uma etapa complementar que prometia manter o bom espectáculo que tínhamos visto até então.

A equipa leonina demorou ainda assim muito tempo a regressar ao relvado, perante os protestos de todos os elementos do banco do Benfica, acabando o jogo por começar algo mais tarde e desde logo com os encarnados a evidenciarem mais nervosismo.

Sobre o minuto 47, a bola bate no peito de João Simões dentro da área do Sporting, João Pinheiro ainda hesitou, mas o VAR deu-lhe a indicação de que não houve motivo para o castigo máximo que os benfiquistas já exigiam do árbitro da partida. Rui Borges mandava entretanto Gonçalo Inácio para exercícios de aquecimento, num jogo agora um pouco mais lento, com o Benfica a acusar a ausência de Schjelderup que no primeiro tempo impôs a velocidade ao jogo que agora não tinha.

Árbitro João Pinheiro manteve o jogo
controlado sem erros nem casos

O árbitro João Pinheiro apostava agora em deixar jogar, chegou a mostrar um cartão amarelo e Carreras depois de uma quezília deste com Diomande, mantendo o critério que havia tido no primeiro tempo num lance em que o sportinguista Maxi Araújo viu também um cartão amarelo depois de um empurrão sobre o argentino Di Maria do Benfica.

Menos satisfeito com a produção da sua equipa, o técnico do Sporting, Rui Borges, resolveu mexer na sua equipa, com Fresneda a entrar para o lugar de Eduardo Quaresma ao minuto 67’, isto numa altura em que o Benfica aparecia melhor na partida mas de uma forma inconsequente. A chuva regressava entretanto a Leiria, numa altura em que Bruno Lage chamava à linha lateral Bah e Leandro Barreiro, jogadores que entraram na partida ao minuto 72’, por troca com Aursnes e Tomás Araújo.

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O empate mantinha-se num jogo em que, chegando ao minuto 90’ com esta igualdade, teria que ser resolvido através dos pontapés a partir da marca da grande penalidade, e os dois treinadores faziam as suas derradeiras apostas, com Bruno Lage a colocar em jogo Amdouni por troca com Pavlidis, respondendo Rui Borges com as entradas de Debast e Conrad Harder para as saídas João Simões e Geny Catamo.

O Benfica regressava a um esquema que havia falhado em situações anteriores, com Amdouni a surgir como ponta-de-lança e sem a presença do homem “em cunha” entre os centrais leoninos como havia sido até esta altura o grego Pavlidis. A sete minutos do fim dos 90’, Bruno Lage voltou a mexer, agora com a entrada de Renato Sanches por troca com Kokçu, esgotando assim o treinador do Benfica as alterações no seu conjunto. O jogo, porém, disputava-se mais a meio-campo, numa altura em que um erro de qualquer das equipas poderia revelar-se fatal no jogo que este sábado trouxe até Leiria 20.728 espectadores de leões e águias.

Eficácia quase total nos penáltis
com Trincão a oferecer a Taça ao Benfica

Conscientes de que um erro seria “a morte do artista”, as duas equipas mostraram mais cuidados do que ousadias nos derradeiros minutos, oferecendo o árbitro João Pinheiro ainda mais quatro minutos de compensação nesta partida que nada resolveram, acabando a resolução por ficar reservada para os penáltis. Em termos de jogo jogado o Benfica esteve melhor, mas em termos práticos valeram os golos de Schjelderup e de Gyokeres, e os penáltis vieram dar alguma justiça para a definição do “Campeão de Inverno”.

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Angel Di Maria surgiu como o primeiro jogador a bater os penáltis, começando a defender Franco Israel, com o argentino a fazer um primeiro golo fácil ao atirar a bola para o lado direito de Israel. Respondia o Sporting com Viktor Gyokeres perante Trubin, com o sueco a rematar em força e a empatar a contenda num golo sem possibilidade de defesa para o ucraniano dos encarnados. Era agora a vez do benfiquista Amdouni e com Franco Israel quase a adivinhar a trajectória da bola, o Benfica adiantava-se ainda assim com 2-1 em penáltis. Vinha lá agora Hjulmand para bater o penálti para os leões, e também ele a marcar, com Trubin a cair para o seu lado lado direito e a bola a entrar do lado oposto. Do lado do Benfica respondia Otamendi e também ele com eficácia, sendo agora Conrad Harder a bater o terceiro penálti para o Sporting e também ele a ter sucesso, deixando o resultado dos penáltis empatado a três.

Akturkoglu foi o quarto dos encarnados e, com um remate a meia altura, o quarto golo para o Benfica, deixando a responsabilidade da resposta para o Sporting para o uruguaio Maxi Araújo, com um remate em jeito, sem força, a fazer o 4-4. Era a vez de Renato Sanches com a responsabilidade de não deixar o Benfica no fio da navalha. O jogador do Benfica rematou, Israel ainda tocou na bola, mas não impediu o quinto golo dos encarnados, sendo Debast o leão chamado a bater também ele o quinto penálti. Fechava assim a primeira séria de cinco penáltis, com cinco golos para cada lado.

A partir daqui, quem falhasse estaria fora do pódio máximo da Taça da Liga, e foi Leandro Barreiro a bater mais um penálti para o Benfica e com sucesso. Do lado dos leões surgia Geovany Quenda para a sexta grande penalidade e, com uma paradinha, fez mesmo o golo. Florentino Luís, do Benfica, era o freguês seguinte dos penáltis e também ele era feliz. Respondia agora para o Sporting Francisco Trincão, rematava, a bola seguia para o lado esquerdo de Trubin e este… defendeu!!!

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“Se não ganhámos esta Taça da Liga
é porque está reservado para nós algo maior!”

O Benfica vencia assim a final da Taça da Liga, Trincão ficava particularmente cabisbaixo e os encarnados faziam a festa pela conquista desta Taça da Liga depois de 14 penáltis com o resultado de 7-6 em pontapés da marca da grande penalidade depois do empate a um golo durante os 90 minutos regulamentares. Trubin foi felicitar Trincão, deu um enorme abraço a Franco Israel, num jogo que terá marcado a despedida deste guardião uruguaio da titularidade da baliza leonina — o Sporting já garantiu a contratação do guarda-redes do Bétis Rui Silva —, e o Benfica pôde finalmente festejar a oitava conquista da Taça da Liga e sagrar-se Campeão de Inverno, curiosamente no jogo 100 de Bruno Lage como técnico do Benfica.

No final, e já depois das duas equipas terem homenageado as formações adversárias com guardas de honra no acesso ao palco onde foram atribuídos os troféus desta competição, Rui Borges, o técnico do Sporting, considerou que o rival Benfica foi mais feliz nos penáltis, deixando uma frase curiosa, porventura apontando à discussão do campeonato: “Se não ganhámos esta Taça da Liga
é porque está reservado para nós algo maior!”

Notas de destaque na equipa do Benfica para as prestações de Schjelderup, Di Maria, Florentino e Carreras, também de Quenda, Hjulmand e João Simões no Sporting, e tudo isto num jogo em que o árbitro João Pinheiro, apesar de ter tido um momento menos acertado no arranque do segundo tempo em que permitiu demasiadas quezílias, voltou a acalmar a partida e acabou por assinar também ele uma prestação muito positiva.

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Fechada a discussão da atribuição da Taça da Liga 2024/2025, resta às duas equipas focar de novo atenções no campeonato da Liga Portugal, tendo o Benfica pela frente a recepção do Famalicão no jogo de abertura da 18ª jornada, cabendo ao Sporting a deslocação ao terreno do Rio Ave para o seu compromisso nessa mesma jornada de abertura da segunda volta do campeonato. Antes, porém, o Benfica ainda terá que jogar em Faro no próximo dia 14 num jogo referente aos oitavos-de-final da Taça de Portugal, com o calendário a impor jogos a cada três dias aos “grandes” do futebol português.

texto: Jorge Reis
fotos: Diogo Faria Reis

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