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Benfica vingou derrota na I Liga e eliminou o Braga da Final Four

Quatro dias depois de ter perdido no Estádio da Luz frente ao Sporting de Braga, em jogo referente à jornada 17 da I Liga, o Benfica, desta feita com outra determinação mas também com um “onze” diferente, corrigidos alguns “erros de casting” daquele jogo, garantiu uma vitória sem dúvida merecida frente ao mesmo Sporting de Braga, por 3-0, com uma actuação determinante de Di Maria que bisou e comandou a equipa das águias para um triunfo que pecou por defeito em termos de golos marcados. No relvado do Estádio Municipal Magalhães Pessoa, em Leiria, o conjunto benfiquista garantiu a presença na final da Taça da Liga, banalizando um conjunto bracarense que ao intervalo, e já a perder por 3-0, não tinha feito um único remate à baliza à guarda de Trubin.

Para este jogo, perante 19.917 espectadores segundo os números oficiais da Liga de Clubes, entidade organizadora desta competição, o Benfica entrou melhor no jogo e aos cinco minutos Tomás Araújo, neste jogo a actuar como lateral direito na posição de Bah, enviou a bola à trave da baliza de Matheus Magalhães. O onze dos encarnados voltava a surgir com um ponta-de-lança mais adiantado no terreno, surgindo Pavlidis na equipa inicial por troca com Amdouni do jogo anterior, com António Silva e Otamendi no eixo da defesa e com o jovem Schjelderup a relegar Akturkoglu para o banco de suplentes, numa altura em que o turco aparece claramente num momento menos positivo da sua forma desportiva.

O Sporting de Braga, curiosamente, repetia quase a cem por cento a equipa que apresentara no Estádio da Luz, mas em termos práticos ficava muito distante em termos de produção nesta partida, limitando-se a defender sem conseguir importunar o guarda-redes Anatolyi Trubin. À passagem do minuto 10 Di Maria teve a primeira oportunidade soberana para rematar à baliza de Matheus Magalhães, com a bola a bater nas pernas de um defensor bracarense que assim evitou o primeiro golo do jogo. Mais pressionante sobre a bola, a turma benfiquista mantinha-se instalada no meio-campo defensivo do Braga e apenas em uma outra ocasião os pupilos de Carlos Carvalhal conseguiam descer até ao meio-campo benfiquista, mas de uma forma inconsequente.

Florentino, Pavlidis e Schjelderup
no onze titular do Benfica

Em termos tácticos, o Benfica surgia nesta partida com Florentino na posição seis quando a bola estava na posse do adversário, aparecendo Kokçu nos momentos em que era preciso construir, com Aursnes a completar o triângulo do meio-campo nas costas de Pavlidis. Di Maria procurava surgir pelo corredor direito do ataque, aparecendo ao lado esquerdo o jovem Schjelderup numa equipa do Benfica a pressionar muito alto e sempre em busca do golo. Esse mesmo golo esteve perto de aparecer ao minuto 21, quando Alvaro Carreras, com um lance individual brilhante, obrigou Matheus Magalhães a uma defesa de recurso junto à base do poste direito da baliza bracarense.

E finalmente, ao minuto 27’, num lance construído pelo lado direito entre Tomás Araújo e Di Maria, eis que o argentino conseguiu dominar já dentro da área bracarense, simulou, tirou dois adversários do caminho e fez um excelente golo a abrir a contagem. O Benfica adiantava-se assim no marcador, os adeptos festejaram, e antes mesmo que acabassem os cânticos de euforia eis que aparece Carreras, no minuto seguinte, a rematar de pé esquerdo dentro da área bracarense para mais um golo, colocando o Benfica a vencer por dois golos, uma vantagem merecida em face da superioridade clara da turma das águias neste jogo.

Em desvantagem e depois de sofrer dois golos em dois minutos, o Sporting de Braga precisava de reagir perante um Benfica que justificava em pleno a vantagem. Kokçu surgia agora mais recuado no terreno, como o primeiro homem na construção, a pressão sobre o portador da bola foi sempre imposta pelos homens do Benfica em todo o terreno, e uma vez mais, depois de uma recuperação da bola, ao minuto 36, por Pavlidis, o Benfica saiu em contra-ataque, Robson Bambu tentou cortar em carrinho sem o conseguir e o grego, em velocidade pelo lado esquerdo, cruzou com o pé canhoto para a entrada de Di Maria que, já dentro da área, só teve que fazer o toque bem direcionado batendo Matheus Magalhães pela terceira vez, assinando o seu “bis” e o 3-0 no marcador, um resultado inteiramente justo que apenas deixava os adeptos benfiquistas a perguntar onde andava este Benfica nos últimos jogos.

Sp. Braga foi incapaz de fazer
um único remate à baliza de Trubin

Se dúvidas existissem quanto à superioridade do Benfica nos primeiros 45 minutos deste jogo bastaria olhar para os dados estatísticos para verificar que os benfiquistas conseguiram 60 por cento de posse de bola e nove remates à baliza do Braga, contra apenas 40 por cento de posse para os bracarenses que, e aqui estará o dado mais significativo, não fizeram qualquer remate à baliza do Benfica à guarda de Trubin. A turma benfiquista pôde assim regressar para o segundo tempo com uma vantagem tranquila por 3-0, frente ao Sporting de Braga que entrou desde logo com duas alterações, com as entradas de Roger Fernandes e Diego Rodrigues, eles que entraram para os lugares do capitão Ricardo Horta e Gabri Martinez no arranque da etapa complementar.

E a verdade é que as mudanças do Sporting de Braga começaram a dar resultado isto porque, depois de uma perda de bola de Kokçu, apareceu Roger do lado direito do ataque a conseguir rematar à baliza de Trubin fazendo a bola passar muito perto do poste mais distante mas pela linha de fundo. Na resposta, Schjelderup, com a baliza completamente à sua mercê depois de tirar o guarda-redes da sua frente, seguiu para a baliza e só não conseguiu bater o defesa João Ferreira que impediu o que parecia um golo certo, merecendo o jovem jogador do Benfica um grande puxão de orelhas por parte do técnico Bruno Lage. Um quarto golo por esta altura fechava o jogo, mas o jovem benfiquista, depois da assistência de Pavlidis, falhou o que se exigia da sua prestação naquele lance.

Ao minuto 58’, depois de nova jogada magistral de Schjelderup a entrar pelo lado esquerdo do ataque, cruzou para o segundo poste onde apareceu Pavlidis, adiantado em relação à linha da bola, a encostar a gola para o que seria o quarto golo, anulado por fora-de-jogo. Se o grego não tivesse tocado na bola, este teria entrado na baliza já que Matheus estava batido, e o golo teria sido legal, mas o grego quis confirmar o golo e acabou por “roubar” o golo a Schjelderup.

Schjelderup aplaudido de pé
pelos adeptos benfiquistas

À passagem do minuto 65’, e depois de um passe magistral de Schjelderup para uma desmarcação de Di Maria, que falhou por muito pouco, eis que Bruno Lage mexeu, e logo retirando o jovem norueguês, claramente o melhor elemento em campo até então, mas também Kokçu, entrando Akturkoglu e Renato Sanches. Schjelderup mereceu uma enorme ovação por parte dos adeptos, um aplauso para um jogador de quem se disse nos últimos dias que estará descontente pelas poucas oportunidades que lhe têm sido dadas por Bruno Lage, e que deixou um sinal claro que merece mais oportunidades na equipa da Luz.

Do outro lado, Carlos Carvalhal, na equipa do Sporting de Braga, respondeu ao minuto 70 com as apostas em Gharby e Jónatas, regressando ao banco de suplentes Gorby e Victor Gomez. E foi já com aqueles elementos em campo que Pavlidis falhou um golo que parecia certo depois de um passe de Di Maria. O golo não apareceu e Bruno Lage fez sair exactamente estes dois elementos, Pavlidis que fez uma excelente exibição mesmo sem marcar, e Di Maria que fez dois golos e uma exibição de mão cheia. Para os seus lugares entraram João Rego e Arthur Cabral entraram em campo para os derradeiros 15 minutos do tempo regulamentar.

Ao Sporting de Braga pouco ou nada corria bem neste jogo e o jovem Jónatas, com apenas dois minutos em campo, teve uma entrada violentíssima sobre Carreras, acabando o VAR Carlos Macedo por chamar o árbitro Cláudio Pereira para rever as imagens. Jónatas até não terá querido ser violento, mas foi no mínimo negligente e poderia ter causado uma grave lesão a Carreras, acabando o árbitro por não hesitar na amostragem do cartão vermelho ao jovem jogador bracarense. O Sporting de Braga ficava reduzida a 10 unidades e Bruno Lage fazia a última alteração no onze encarnado, agora com a saída de Carreras para a entrada de Beste, a última mudança na turma do Benfica que pôde ser mais equilibrada com Florentino no meio-campo e mais incisiva com um avançado a jogar na área bracarense a incomodar em permanência o guarda-redes Matheus Magalhães.

Com as peças certas nos lugares certos
o Benfica regressou às melhores exibições

Procurando evitar uma possível goleada, Carlos Carvalhal fez sair para os últimos seis ou sete minutos Fran Navarro para a entrada de Arrey-Mbi, avançando o jogo para o final com o Benfica a instalar-se de novo no meio-campo defensivo do Sporting de Braga, justificando em absoluto a vitória que só não foi mais “gorda” em termos de resultado porque os encarnados estiveram ainda assim longe de serem eficazes no capítulo da concretização.

Este Benfica, sem dúvida diferente daquilo que mostrou no jogo anterior com o Sporting de Braga, tirou o melhor partido da qualidade de jogadores como Di Maria, Carreras, Florentino e Schjelderup, mas também de Tomás Araújo e António Silva, numa equipa que voltou a encontrar o seu melhor rumo de que já andava distante há várias partidas, ainda que o tenha conseguido frente a um adversário que simplesmente nada fez de positivo esta quarta-feira em Leiria.

Antes do apito final do árbitro Cláudio Pereira, o miúdo João Rego da formação do Benfica, curiosamente a jogar com a camisola dentro dos calções a fazer lembrar o agora “parisiense” João Neves, ainda teve oportunidade de assinar um lance de grande qualidade, com a defesa bracarense a conseguir resolver “in extremis”, vindo o jogo a terminar já depois dos quatro minutos de compensação dados pelo árbitro com a vitória perfeitamente justificada por parte do Benfica, tendo as águias que jogar no próximo sábado frente ao Sporting no jogo da Final desta Taça da Liga, em busca do título de “Campeão de Inverno”, regressando o Benfica três anos depois ao jogo decisivo desta competição.

texto: Jorge Reis
fotos: Diogo Faria Reis

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