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Foram-se as polémicas, ficou o escritor no Panteão: Eça é que é essa!

Quarta-feira, 8 de Janeiro, 125 anos após a sua morte, os restos mortais de Eça de Queiroz foram trasladados para o Panteão Nacional, em Lisboa, quatro anos após a decisão da Assembleia da República e ultrapassadas as resistências de alguns dos seus descendentes.

O processo deu mesmo azo a um litígio judicial, com os seus descendentes a dividirem-se sobre a decisão parlamentar, aprovada após proposta do PS. O bisneto António Eça de Queiroz, ouvido pelo Expresso, foi dos que se opuseram à trasladação: “O Eça disse mal do Estado e dos políticos portugueses. Considerar que ir para o Panteão é uma honra é inverter as polaridades”. Ao invés, o escritor e trineto Afonso Reis Cabral, que dirige a Fundação Eça de Queiroz, defendeu não haver “nada que indique uma vontade pessoal” nem “nenhum testamento” que confirme que o escritor pretendesse ficar em Baião. Mais ainda quando “Eça esteve 90 anos em Lisboa e apenas por uma contingência passou muito dignamente para Santa Cruz do Douro, em Baião”.

De facto, tratou-se mesmo de mais uma trasladação dos restos mortais de Eça de Queiroz. Após a sua morte em França, em 1900, veio para Lisboa, onde foi sepultado. Depois, passados 89 anos, a figura maior do realismo português, e também jornalista e diplomata, foi levado para o jazigo de família no cemitério de Santa Cruz do Douro, em Baião.

Agora, de regresso a Lisboa, os restos mortais de Eça de Queiroz no Panteão Nacional saíram da Assembleia da República, seguindo o cortejo com escolta de honra a cavalo até ao Panteão Nacional, “o lugar dos imortais”, nas palavras de Marcelo Rebelo de Sousa, no discurso de homenagem que proferiu.

O Presidente da República, o presidente da Assembleia da República e o primeiro-ministro assinaram o Termo de Sepultura do Panteão Nacional e coube a José Pedro Aguiar-Branco, no seu discurso, reconhecer que Eça de Queiroz “escreveria uma das suas melhores crónicas de sempre” sobre a sua vinda para o Panteão, com tanta pompa e circunstância.

Findo o processo, os restos mortais de Eça de Queiroz estão agora juntos aos de outros escritores de nomeada como Teófilo Braga, Almeida Garrett, Aquilino Ribeiro, Guerra Junqueiro, João de Deus e Sophia de Mello Breyner Andresen, bem como de Amália Rodrigues e do futebolista Eusébio da Silva Ferreira. Todas as arcas tumulares depositadas na Igreja de Santa Engrácia, o Panteão Nacional, podem ser visitadas por 8 euros.

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