SLB 3-3 Monaco 1839

Benfica arranca empate com o Mónaco (3-3) somando apuramento e milhões

O Estádio da Luz foi palco de um jogo memorável e emocionante na noite desta terça-feira, 18 de fevereiro, no qual Benfica e AS Mónaco discutiram o apuramento para os oitavos de final da Liga dos Campeões da UEFA. O empate final de 3-3, com o Benfica a inaugurar o marcador mas a consentir três golos que por duas vezes colocaram o conjunto monegasco em vantagem, acabou assim por garantir a continuidade do Benfica na prova milionária da UEFA, tirando partido do facto de ter vencido o jogo da primeira mão por 1-0 no estádio Louis II, no Mónaco.

Com o apuramento, o clube da Luz garantiu ainda mais 11 milhões de euros para os cofres benfiquistas, mantendo a esperança em aberto de poderem continuar na prova, sabendo-se que pela frente o Benfica terá como adversário na próxima eliminatória o Barcelona ou o Liverpool.

Sobre o jogo desta terça-feira, muitos golos e reviravoltas no marcador mantiveram em aberto o desfecho do jogo e da própria eliminatória, a qual esteve empatada em dois momentos do jogo, quando o AS Mónaco esteve em vantagem por 1-2 e 2-3, acabando o Benfica por empatar o jogo com um golo de Kokçu ao minuto 85′, devolvendo a vantagem na eliminatória à turma da Luz que manteve até ao final, eliminando assim o conjunto monegasco. Pelo meio, um ritmo frenético, com ambas as equipas a procurarem o golo, foi acompanhado com entusiasmo pelos 60.776 espectadores presentes nas bancadas do Estádio da Luz.

Di Maria e Florentino ausentes do jogo
com Aursnes e Araújo recuperados de lesões

Num jogo em que o Benfica não pôde contar com Di Maria, lesionado, nem com o médio Florentino Luís, neste jogo a cumprir castigo mas também a recuperar de uma lesão, os encarnados alinharam com uma linha média formada por Kokçu, Leandro Barreiro e Aursnes, com o norueguês a surgir como a surpresa nesta partida já que também ele foi dado como em dúvida por se encontrar a recuperar de uma lesão muscular. Na frente, Akturkoglu e Schjelderup surgiram no apoio a Pavlidis, num onze em que alinharam também de início o guarda-redes Trubin e um quarteto defensivo formado por Tomás Araújo, Otamendi, António Silva e Carreras.

Do lado do AS Mónaco, o técnico austríaco Adolf Hutter escalou um onze com o guarda-redes Majecki, uma linha de três centrais formada por Kehrer, Singo e Mawissa, cinco médios com os dois alas projectados nas ações ofensivas – Diatta, Akliouche, Camara, Ben Seghir e Caio Henrique –, aparecendo na frente de ataque o ex-Liverpool Minamino e Embolo.

Com estes dois “onzes”, o AS Mónaco entrou melhor no jogo em termos ofensivos, valendo ao Benfica o acerto do guarda-redes Anatoli Trubin que nas primeiras intervenções impediu que o conjunto monegasco começasse o jogo a vencer.

Ultrapassados os primeiros 10 minutos, o Benfica conseguiu ocupar devidamente os espaços no terreno, equilibrando mais o jogo e conseguindo sacudir a pressão inicial da equipa visitante que entrou em busca de um golo cedo que não aconteceu. Ainda assim, começava a ficar clara a falta que Florentino estava a fazer neste jogo, com Leandro Barreiro a conseguir uma boa prestação mas sem ter a presença entre linhas a que o “polvo” Florentino já habituou os adeptos benfiquistas.

Acabou no entanto por ser Leandro Barreiro que, depois de recuperar uma bola em zona adiantada do relvado, serviu Pavlidis que, entre dois adversários, conseguiu abrir caminho para a baliza contrária, finalizando com um passe para Akturkoglu que finalizou o lance com o golo na baliza à guarda de Majecki.

AS Mónaco nunca baixou os braços
e complicou tarefa benfiquista

O Benfica obrigava assim o conjunto monegasco a marcar dois golos caso quisesse empatar a eliminatória e tudo fazia crer que a noite até poderia ser tranquila para a equipa da casa. Só que o AS Mónaco respondeu a preceito e rapidamente conseguiu encostar a turma benfiquista ao seu meio-campo defensivo.

À passagem do minuto 32′, Diatta cruzou para o interior da área benfiquista onde apareceu o japonês Minamino a cabecear a bola para a baliza de Trubin, levando-a a encontrar o poste direito no caminho. E se aqui o lance não passou de um susto para o Benfica, já no minuto seguinte o mesmo Minamino fez mesmo o golo, depois de um lance em que Embolo ganhou no duelo com Otamendi, acabando o jogador nipónico por concluir o lance com o golo que empatou o jogo, deixando o Benfica ainda em vantagem mas apenas com o golo que já tinha trazido do embate da primeira mão em casa do AS Mónaco. Trubin foi mal batido e a turma monegasca regressava à discussão deste jogo e do playoff.

Com o golo de Minamino, a formação do Mónaco ganhou outra confiança, passando a jogar mais e melhor no meio-campo dos encarnados que entretanto perderam a posse da bola e a iniciativa do jogo. Ao aparecer sobre o relvado do Estádio da Luz com três defesas, uma linha de cinco médios com os alas projectados e dois avançados, nomeadamente Minamino e Embolo, o Mónaco assumiu o controlo do jogo perante o Benfica de Bruno Lage que tardou a corrigir posições, permitindo liberdades maiores ao conjunto monegasco.

Trubin abaixo do que pode e sabe
com culpa própria em dois golos

O jogo acabou por seguir para o intervalo com as duas equipas empatadas a um golo, ainda assim com o Benfica em vantagem na discussão do playoff. E logo na entrada do segundo tempo voltou a ser Anatoly Trubin a defender com maestria um remate com selo de golo que poderia ter permitido o segundo golo dos monegascos. Não aconteceu por essa altura mas não demorou muito, isto porque ao minuto 51’, num lance muito bem construído pelo Mónaco, Aklieusch soube servir a entrada de Ben Seghur que, em zona frontal à baliza do Benfica, rematou para o segundo golo da sua equipa empatando o playoff, um resultado perfeitamente justo para o Mónaco perante a lentidão de processos por parte dos encarnados.

Ao minuto 58’ o técnico Bruno Lage resolveu mexer na equipa do Benfica, chamando ao jogo Dahl e Amdouni para as saídas de Schjelderup e Akturkoglu, isto numa altura em que os adeptos começavam a mostrar alguma impaciência perante a incapacidade da equipa da casa em agarrar o comando do jogo perante um conjunto monegasco que surgia mais dominador. Acabou ainda assim o Benfica por acordar após as mudanças impostas por Lage, reaproximando-se da baliza do Mónaco e equilibrando a contenda, num jogo com o resultado perfeitamente em aberto tal como a eliminatória.

Sobre o minuto 75′, Aursnes foi carregado dentro da área do AS Mónaco, num lance em que o VAR deu indicações para que o árbitro fosse rever a jogada, numa análise concluída com a confirmação do castigo máximo. Vangelis Pavlidis assumiu a marcação do penálti e não falhou, repondo a igualdade no jogo a dois golos e colocando de novo os encarnados na frente da eliminatória. Só que a turma monegasca não desanimou e manteve as suas linhas subidas no terreno, dando pouco espaço ao Benfica e procurando novo golo na baliza de Trubin que pudesse, pelo menos, empatar de novo a eliminatória.

Se bem o golo, melhor o AS Mónaco o conseguiu, à passagem 82′, quando o recém entrado Ilenikhena ganhou o duelo individual com Otamendi, acabando por bater Trubin num golo em que o guardião benfiquista esteve particularmente mal, deixando a bola passar por baixo do corpo quando tinha condições para fazer muito melhor.

Kokçu marcou e resolveu o jogo
e Dahl prometeu mais e melhor

A eliminatória ficava assim uma vez mais empatada, uma situação que, no entanto, não durou mais do que três minutos, isto porque ao minuto 85′ o turco Kokçu aparece a concluir de pé direito um lance em que Carreras assistiu para o golo do empate a três. O Benfica voltava finalmente a estar de novo em vantagem na eliminatória, condição que manteve até ao final do jogo perante um conjunto monegasco que não conseguiu impedir a festa benfiquista.

Kokçu, mas também Aursnes, Carreras e Dahl, este último entrado no segundo tempo num jogo em que ainda deixou a sua marca e deixou sinais de qualidade a comprovar mais tarde – sofreu uma falta que era, quando a nós, passível de permitir uma grande penalidade favorável ao Benfica mas que o VAR reverteu –, estiveram em destaque na equipa do Benfica, perante um AS Mónaco em que se evidenciaram Akliouche e Ben Seghir, numa formação forte que complicou e muito a missão dos encarnados, mostrando a turma monegasca ser uma equipa organizada e perigosa.

O Benfica conseguiu três golos garantiu o objectivo que era o de passar a eliminatória e manter-se na Liga dos Campeões, mas revelou algumas deficiências defensivas na forma como consentiu os três golos do AS Mónaco.

O Benfica vai agora defrontar nos oitavos de final da Liga dos Campeões o Barcelona ou o Liverpool, tendo para já que concentrar atenções no jogo já do próximo fim de semana frente ao Boavista, referente à 23ª jornada do campeonato da I Liga, jogando depois com o Sporting de Braga, na quarta-feira, dia 26, em partida da Taça de Portugal.

texto: Jorge Reis
fotos: Diogo Faria Reis e Luís Moreira Duarte

Sondagem

Qual a sua convicção pessoal relativamente ao curso da guerra na Ucrânia?

View Results

Loading ... Loading ...

Rádio LusoSaber

Facebook

Parcerias

Subscreva a nossa Newsletter

Inscreva-se para receber nossas últimas atualizações na sua caixa de entrada!