Num jogo em que uma vitória do campeão nacional em título poderia deixar o FC Porto a 11 pontos da liderança da I Liga e, pelo menos teoricamente, quase arredado da luta pelo campeonat, o Sporting foi a primeira equipa a marcar, teve o jogo na mão, mas acabou por consentir um golo do FC Porto nos minutos de compensação, permitindo aos dragões evitar a derrota e manter-se assim na corrida pelo título, mesmo encontrando-se a oito pontos de distância dos leões que lideram a tabela da I Liga.
O Sporting teve o jogo dominado e chegou mesmo a dar a ideia de que poderia trazer para Lisboa a partir do Estádio do Dragão os três pontos em disputa, depois do golo de Fresneda, o herói improvável que fez o golo frente ao FC Porto, tal como já tinha marcado na jornada anterior, em Alvalade, frente ao Farense. Só que o FC Porto não baixou os braços, o técnico Martín Anselmi chamou ao jogo no segundo tempo Fábio Vieira, Gonçalo Borges, Namaso e William, numa equipa que entraram em campo no início do jogo com Diogo Costa na baliza, três centrais – Zé Pedro, Nehuén e Tiago Djaló –, ainda João Mário, Varela, Eustáquio e Francisco Moura, surgindo na frente Pepê, Samu e Rodrigo Mora.
Do lado da turma visitante, o técnico Rui Borges começou por deixar de fora o avançado Viktor Gyokeres, que começou o jogo no banco de suplentes, tendo o Sporting alinhado com um onze titular formado por Rui Silva entre os postes, Fresneda, Diomandé, Gonçalo Inácio e Maxi Araújo na linha defensiva, ainda João Simões e Hjulmand no “miolo”, colocando Quenda, Bragança e Trincão no apoio ao ponta-de-lança Conrad Harder, para um jogo que começou por se mostrar equilibrado, ainda que o Sporting aparecesse mais objectivo no ataque, procurando jogar no meio-campo defensivo dos dragões.
No jogo apitado pelo árbitro João Pinheiro, com as bancadas a permitirem um ambiente próprio dos grandes clássicos do futebol português, as duas equipas entregaram-se ao jogo sem criarem problemas, permitindo um espectáculo de grande qualidade. À passagem dos primeiros 15 minutos, João Simões sofreu um choque com Eustáquio, uma carga que o jovem médio leonino começou por suportar mas que, minutos depois, teve mesmo que ficar no relvado, incapaz de continuar, acabando por sair ao minuto 24′ para dar o seu lugar a Debast. Pouco depois, sobre o minuto 27′, a primeira grande oportunidade de golo surgiu para o lado do FC Porto, com Eustáquio a rematar a bola à trave da baliza de Rui Silva.
Lance brilhante de Quenda
deu o golo do Sporting a Fresneda



As bancadas fervilhavam de entusiasmo, com o remate de Eustáquio mas também com uma oportunidade de Samu, que rematou à baliza dos leões falhando por muito pouco, acabando por chegar a festa do golo mas a partir dos cerca de dois milhares de adeptos do Sporting que, ao minuto 42′ viram o jovem Geovany Quenda fazer uma jogada fabulosa, a levar a bola até à linha de fundo para daí fazer uma assistência para dentro da área do FC Porto onde apareceu Fresneda a rematar para o primeiro golo do jogo. O Sporting adiantava-se assim no marcador, com um golo do herói improvável, o lateral direito que no passado esteve mesmo para deixar os leões e que Rui Borges recuperou, depois de um lance simplesmente genial de Quenda, fazendo o resultado que levou o jogo para o intervalo com os leões em vantagem.
A primeira resposta do FC Porto aconteceu ao minuto 60′, quando Djaló colocou a bola no fundo da baliza à guarda de Rui Silva. Só que o árbitro João Pinheiro assinalou de imediato a posição irregular do jogador portista pelo que o Sporting manteve a vantagem.
Mantín Anselmi, o técnico do FC Porto, apostou então em Fábio Vieira, à passagem do minuto 62′, retirando Nehuén Pérez, passando o FC Porto a jogar com uma linha de quatro defesas, abdicando do esquema de três centrais com que estivera até então. Sete minutos depois, Gyokeres e Morita foram chamados à equipa do Sporting, por troca com Harder e Daniel Bragança, tendo Gonçalo Borges entrado para a formação portista por troca com Francisco Moura.
Quenda perdeu uma oportunidade soberana para marcar, Gyokeres foi agarrado por Tiago Djaló num lance em que ficou por assinalar uma grande penalidade que o VAR deveria ter visto, tal foi a forma como o defesa portista agarrou a camisola do avançado leonino, e no meio de tudo isto era o Sporting quem continuava com a vantagem ainda que mínima. A partir dos bancos de suplentes surgiam então novas mexidas, com os dois técnicos a procurarem que as respectivas equipas conseguissem assumir o comando das operações.



Namaso e William foram chamados à equipa do FC Porto, por troca com Alan Varela e João Mário, respondendo o Sporting com a entrada de Matheus Reis por troca com Maxi Araújo, entrando o jogo nos cinco minutos de compensação dados pelo árbitro com um ritmo bem mais vivo e com o FC Porto em busca do golo do empate. E se bem o procurou melhor o conseguiu, aos 90’+04′, num golo apontado por Namaso. Fábio Vieira inicia o lance, Samu permite que a bola chegue a Namaso e este não perdoa e empata a partida, para uma reação de enorme euforia por parte do técnico Martín Anselmi.
Entre os leões João Simões lesionou-se
e Diomande e Matheus Reis irão cumprir castigo
Com as equipas empatadas a um golo, Quenda foi travado dentro da área do FC Porto por Zé Pedro, num lance em que o central portista toca na bola mas é imprudente, acabando por provocar a queda de forma faltosa do jovem jogador do Sporting. A verdade é que o árbitro nada assinala, deixando por marcar a segunda grande penalidade cometida pelos defesas do FC Porto, algo que fez explodir os ânimos num jogo que o juiz João Pinheiro só conseguiu controlar a partir dali com a distribuição de cartões amarelos e vermelhos. Matheus Reis começou por ver um amarelo para ver logo depois um vermelho por protestos, Diomande também viu um vermelho por encostar a cabeça a Fábio Vieira, com este a teatralizar e a aproveitar a imprudência do central leonino. Diomande foi expulso e Vieira viu o cartão amarelo.
O Sporting ficava reduzido a nove unidades, mas o jogo terminou logo depois, acabando o portista Samu por ver ainda um cartão amarelo porque reclamou com o árbitro por não ter sido dado mais tempo de jogo. E como se isto não bastasse, João Pinheiro ainda distribuiu mais dois cartões vermelhos para elementos do staff das duas equipas, num jogo que terminou com os ânimos bem quentes, afinal ao jeito do que tem sido o “normal” no embate entre as estas duas equipas no Estádio do Dragão nas épocas mais recentes.




O Sporting mantém assim a liderança do campeonato, agora com oito pontos de vantagem sobre o FC Porto e sete sobre o Benfica, sendo que uma vitória dos encarnados no jogo de amanhã frente ao Moreirense, a acontecer, colocará Sporting e Benfica separados por quatro pontos, isto quando se aproxima a meio da semana a primeira mão do play-off de acesso aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, prova que levará o Sporting a jogar em Alvalade na terça-feira frente ao Borússia de Dortmund.