Uma exibição de luxo do guarda-redes Rui Silva no Signal Iduna Park, o terreno do Borússia Dortmund, foi determinante para permitir ao Sporting um empate sem golos frente à formação germânica no jogo da segunda mão do play-off de acesso aos oitavos de final da Liga dos Campeões. Numa noite fria de Fevereiro em Dortmund, os leões disseram adeus à presente edição da Liga dos Campeões, mas saíram de cabeça erguida, muito pela ação do guardião leonino que assinou um punhado de defesas de grande qualidade, tendo mesmo defendido uma grande penalidade favorável aos alemães.
Num jogo que começou morno, com ambas as equipas a estudarem-se mutuamente, o Dortmund, forte no seu reduto, procurou desde o início do jogo o ritmo do mesmo, perante um Sporting cauteloso que foi tentando responder na exploração do contra-ataque. Com a passagem dos minutos, o jogo ganhou intensidade, surgindo um Dortmund cada vez mais intenso, sempre apoiado pela sua fervorosa massa adepta na “parede amarela” do bonito recinto da turma germânica.



Como se esperaria, o Borússia Dortmund intensificou a pressão e criou várias oportunidades de golo, mas esbarrou na excelente organização defensiva do Sporting e na inspiração do seu guarda-redes, que realizou diversas defesas de elevado grau de dificuldade. Já do lado da turma leonina, para quem só mesmo um milagre poderia permitir inverter o resultado da primeira mão na eliminatória, quando o Dortmund venceu em Alvalade por 0-3, não se limitou ainda assim o Sporting a defender, tendo criado algumas oportunidades de golo, levando perigo à baliza adversária mas sem conseguir concretizar.
Pelo meio, num jogo em que o técnico Rui Borges apresentou um onze com Rui Silva na baliza, um trio de centrais formado por Eduardo Quaresma, Ousmane Diomande e Gonçalo Inácio, com Ricardo Esgaio, João Simões, Morten Hjulmand e Matheus Reis na linha média, surgindo depois Biel, Conrad Harder e Geovany Quenda, os leões apenas pecaram pela falta de capacidade ofensiva, tendo ainda assim segurado o “nulo” em casa do Dortmund, um resultado que premiou a solidez defensiva de ambas as equipas e a falta de eficácia atacante.
Nota na equipa do Sporting para o facto de terem aumentado as preocupações para o técnico Rui Borges, isto porque neste jogo saíram lesionados o jovem João Simões, mas também o capitão Morten Hjulmand, o que obrigou o treinador leonino a apostar em Debast, ao minuto 42′, e depois em Alexandre Brito para o segundo tempo, num jogo em que foram chamados à ação Maxi Araújo, Afonso Moreira e Lucas Anjos.

Do lado do Dortmund, o técnico Niko Kovac começou por apostar em Kobel, Ryerson, Emre Can, Schlotterbeck, Svensson, Gross, Sabitzer, Adeyemi, Brandt, Gittens e Guirassy, tendo este último falhado uma grande penalidade favorável à turma germânica depois de, em Lisboa, ter sido “apenas” o melhor jogador em campo do Borússia Dortmund. Jogaram ainda no segundo tempo Beier, Duranville e Reyna, tendo este enviado uma bola ao poste da baliza do Sporting, tendo sido utilizados também Anton e Bensebaini.
O Borussia Dortmund demonstrou ser uma equipa forte e organizada, com um meio-campo criativo e um ataque perigoso, mas pecou na finalização. Já o Sporting, sem poder contar com muitos dos seus jogadores titulares, conseguiu ainda assim apresentar uma equipa disciplinada e solidária, com uma defesa intransponível, muito pela maestria de Rui Silva, e um contra-ataque rápido, pecando ainda assim pela ausência de ousadia e capacidade de concretização.


O guarda-redes do Sporting foi, sem dúvida, o melhor jogador em campo, ele que assinou defesas cruciais para manter a sua equipa no jogo e garantir o empate, um resultado que ditou o afastamento do Sporting da Liga dos Campeões, tendo a equipa portuguesa saído de cabeça erguida, demonstrando que é capaz de competir com os melhores da Europa. Já o Borussia Dortmund segue em frente na competição, com a ambição de chegar longe numa época em que no futebol do campeonato alemão as coisas não estão a correr assim tão bem.