Sem contar com os apoios do Benfica e Sporting, os dois clubes maiores da Associação de Futebol de Lisboa que manifestaram desde o início a intenção de voto em Rui Rodrigues, Vítor Filipe venceu esta quarta-feira as eleições à presidência da AFL, ele que se apresentou de algum modo como candidato na continuidade de Nuno Lobo, que deixou a liderança da AFL para se candidatar à Federação Portuguesa de Futebol, e que venceu no primeiro acto eleitoral para a liderança da estrutura regional de Lisboa de futebol, desde a sua existência, em que concorreram dois candidatos.
Depois de três mandatos com Nuno Lobo liderou a AFL nos quais o agora presidente eleito foi conselheiro da presidência, Rui Rodrigues, bancário, licenciado em direito e provedor do adepto da AFL, irá agora assumir a presidência desta instituição que tinha em Nuno Lobo o seu presidente desde 2012. Com 2.415 votos (65,3%), o candidato vencedor bateu o seu opositor, o antigo árbitro Rui Rodrigues, que não conseguiu mais do que 1.286 votos (34,7%), num total de 3.701 votos expressos pelos 201 clubes votantes num universo de 254 clubes eleitores.
A eleição de Rui Rodrigues, para além de surpreender os observadores menos atentos, nomeadamente por ter ganho o candidato que não tinha os apoios de Benfica e Sporting, acaba por ter outras consequências já que vem de algum modo fortalecer a candidatura de Nuno Lobo à presidência da FPF, isto porque a Associação de Futebol de Lisboa deverá agora votar neste candidato e não em Pedro Proença, o ainda líder da Liga dos Clubes Profissionais de Futebol que corre para suceder a Fernando Gomes, concorrendo exactamente com Nuno Lobo.
Certo é que, em declarações à agência Lusa, Nuno Lobo, o agora candidato à FPF, felicitou o seu sucessor, assumindo-se de algum modo também ele vencedor neste processo: “Está de parabéns pela vitória, clara e inequívoca, que os clubes de Lisboa lhe deram, não deixando de ter a leitura de que os clubes de Lisboa continuam a concordar com o trabalho que eu e o Vítor Filipe começámos em 2012”.
“É uma estrondosa vitória de Vítor Filipe, que teve um caminho muito difícil até chegar aqui, derrotando um candidato apoiado por Pedro Proença e pela sua estrutura e que não contou com o apoio de Benfica e Sporting, que, pela primeira vez na história, não integram os órgãos sociais”, concluiu Nuno Lobo.