O Benfica voltou a perder esta terça-feira perante o Barcelona, desta feita no Estádio de Montjuic, na cidade condal, onde o Barça recebeu os encarnados na partida da segunda mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões vencendo por 3-1, um resultado que, depois da vitória por 1-0 na primeira mão, na passada quarta-feira no Estádio da Luz, permitiu um resultado agregado de 4-1 favorável aos catalães levando à eliminação da turma benfiquista da presente edição da Liga dos Campeões da UEFA. Depois de uma primeira derrota na fase de liga imposta pelo Barça ao conjunto benfiquista, por 5-4 no Estádio da Luz, e após a derrota por 1-0 na semana passada, esta foi assim a terceira derrota do Benfica na mesma época frente à turma blaugrana que conseguiu desta feita um triunfo claro num jogo em que a equipa orientada pelo técnico Bruno Lage não conseguiu ter argumentos sequer para manter o equilíbrio no resultado.
Com efeito, num jogo em que o Benfica não pôde contar com alguns elementos determinantes, como Di Maria ou Bah, lesionados, mas também Alvaro Carreras, a cumprir castigo por acumulação de amarelos, Bruno Lage procurou ainda assim apresentar o melhor Benfica, com o guarda-redes Trubin, os defesas Tomás Araújo, António Silva, Otamendi e Dahl, jogando este no lado esquerdo na posição normalmente ocupada por Carreras, ainda os médios Florentino, Kokçu e Aursnes, e um tridente ofensivo formado por Schjelderup, Akturkoglu e Pavlidis.

Do outro lado, o técnico do Barcelona, o alemão Hansi Flick, “respondeu” com o mesmo onze que jogou na Luz, excepção feita à entrada de Ronald Araújo que assumiu o lugar de Pau Cubarsi, impedido de jogar por estar a cumprir castigo depois de ter sido expulso no jogo da primeira mão. Entraram assim em campo no Estádio Olímpico de Barcelona o guarda-redes polaco Szczesny, a defesa composta por Kounde, Ronald Araújo, Iñigo Martínez e Balde, ainda Dani Olmo, Frank de Jong e Pedri na linha média, completando-se a equipa catalã com Lamine Yamal, Lewandowski e Raphinha.
Acabou assim por ser este trio atacante do Barcelona “dirigido” pelo verdadeiro maestro Pedri, a ditar as leis do jogo e a impor uma derrota relativa à qual o Benfica não teve argumentos para a contrariar. Com Dahl a ficar vários furos abaixo do que fizer Carreras nos jogos anteriores, quando “secou” por completo Lamine Yamal, o jovem internacional espanhol apareceu desta feita muito mais solto, conseguindo assistir logo aos 11 minutos a partir do lado esquerdo para a demarcação de Raphinha que só teve que encostar para o primeiro golo do Barcelona.
O Benfica até conseguiu responder de imediato, com Otamendi a fazer o golo do empate no minuto seguinte, num cabeceamento após um pontapé de canto, só que o Barcelona manteve o controlo do jogo e ainda no primeiro tempo voltou a marcar, agora pelo próprio Lamine Yamal, ele que ganhou no duelo direto com Tomás Araújo, acabando por puxar a bola para o seu pé esquerdo com o qual rematou forte e colocado sem possibilidade de defesa para Trubin.


Antes ainda no intervalo, o Barcelona acabaria por marcar de novo, com Raphinha a bisar neste jogo no relvado do Estádio de Montjuic, à passagem do minuto 41′, um golo que ainda foi anulado pelo VAR por alegada posição irregular, situação que mereceu a melhor análise do VAR que reverteu a decisão e confirmou o terceiro golo para o Barça, num lance em que Baldé assistiu Raphinha que colocou assim o resultado em 3-1, cada vez mais distante das aspirações dos encarnados que tinham agora que marcar três golos se pretendessem igualar a eliminatória.
Bruno Lage ainda tentou mudar a estrutura da equipa do Benfica, apostando no segundo tempo em elementos como Amdouni e Renato Sanches, mas também Belotti, Leandro Barreiro e João Rêgo, mas o resultado não sofreu mais alterações, acabando o Barcelona por celebrar a passagem aos quartos-de-final da Champions. Já o Benfica terá agora que se concentrar nas competições internas, nomeadamente a Taça de Portugal e, naturalmente, o campeonato da I Liga, competição para a qual regressa à actividade já no próximo fim-de-semana, no domingo, com uma deslocação a Vila do Conde onde irá defrontar o Rio Ave.
Termina assim a campanha do Benfica na Liga dos Campeões referente à temporada de 2024-2025, a primeira época em que esta competição foi disputada no novo figurino, com uma fase de liga composta por oito jogos durante a qual os encarnados venceram adversários como o Atlético de Madrid ou a Juventus, acabando por garantir o apuramento para o playoff de acesso aos oitavos de final da prova. Aí os encarnados eliminaram o AS Mónaco, acabando por cair agora aos pés do Barcelona, equipa que lidera o campeonato espanhol e que se limitou a cumprir o natural favoritismo que reunia para este embate com os encarnados, vencendo a turma catalã ao fazer valer os seus melhores valores individuais, e eliminando o Benfica que saiu de Montjuic claramente de cabeça erguida.


Destaque para as boas exibições de Lamine Yamal e Pedri na equipa do Barcelona, mas também de Otamendi, ele que marcou o golo do Benfica, o golo número 500 do clube da Luz na Liga dos Campeões e voltou a ser o melhor elemento dos encarnados neste derradeiro jogo do Benfica na prova milionária da UEFA. Ausentes do jogo ficaram, Kokçu, ele que nunca apareceu de forma efectiva na partida, Dahl, que teve alguma dificuldade em responder às exigências de defesa lateral esquerdo, mas também Aursnes, um jogador que continua a deambular pelo meio-campo do Benfica sem uma posição fixa, algo que retira qualidade a um jogador que tem a mais-valia de poder entregar polivalência, mas nem sempre consegue dar o melhor que pode e sabe à equipa benfiquista em face do que lhe é pedido pela equipa técnica.