Com uma equipa em que o técnico Bruno Lage operou algumas mudanças, apostando em jogadores menos utilizados e permitindo o descanso a um ou outro dos habituais titulares do Benfica, visando certamente a sua utilização no jogo da próxima terça-feira frente ao Barcelona, na partida referente à segunda mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, os encarnados receberam e venceram este sábado a turma do Nacional da Madeira por 3-0.
Num jogo marcado por um ritmo tranquilo em que os golos foram aparecendo quase que naturalmente, permitindo uma exibição dos encarnados sem grandes pressões e já com o pensamento no embate com a turma catalã, marcaram Amdouni, logo aos cinco minutos, Kokçu, de penálti, ao minuto 23′, depois de uma falta de é Vítor sobre Belotti confirmada pelo VAR, e ainda Pavlidis, na conversão de nova grande penalidade para a equipa da casa ao minuto 90’+03′.
Perante o Nacional da Madeira que raramente deu grande trabalho ao guarda-redes Samuel Soares, ele que voltou a ser titular nesta partida para o campeonato da I Liga, o Benfica somou assim os três pontos que mantém a turma encarnada na corrida pelo título, lado a lado com o Sporting ainda que com um jogo em atraso, isto porque os pupilos de Bruno Lage adiaram o jogo frente ao Gil Vicente nas vésperas da primeira partida perante o Barcelona.
Curiosamente, agora para o segundo jogo com a equipa catalã, foi esta que não jogou, isto porque a partida que estava agendada para este sábado frente ao Osasuna foi adiada depois de ter falecido na manhã de hoje o médico que liderava o corpo clínico do futebol do conjunto blaugrana.
Para além da titularidade dada a Samuel Soares entre os postes da baliza do Benfica, o técnico Bruno Lage apostou também em jogadores que normalmente têm começado os jogos a partir do banco de suplentes, como Leandro Santos, Dahl, Amdouni ou Belotti, mas também em jogadores que não poderão dar o seu contributo à equipa encarnada em Barcelona, como Carreras, que irá cumprir um jogo de castigo por acumulação de amarelos, ou Bruma, jogador que não se encontra inscrito junto da UEFA para a Liga dos Campeões. Para além destes, jogaram ainda de início António Silva e Otamendi no eixo da defesa, Aursnes e Kökcü na linha média, e o sueco Samuel Dahl a completar o esquema ofensivo da turma das águias.
Já do lado do Nacional da Madeira, o técnico Tiago Margarido apresentou um onze com o guarda-redes Lucas França, ainda José Vítor, Ulisses e Djibril Soumaré numa primeira linha de três centrais, Gustavo e Appiah como laterais projectados com a missão de fazerem os respectivos corredores, ainda Laabidi e Luís Esteves na linha média, procurando aparecer mais adiantados Fuki, Dudu e Paulinho Boia. Apresentava-se assim a turma madeirense quase sempre com cinco defesas, já que os laterais era obrigados a recuar nas acções defensivas, ficando muitas vezes Paulinho Boia como o elemento mais adiantado, apoiado ora por Fuki ora por Dudu, mas sem grande capacidade de importunar Samuel Soares.
Com o Benfica a assumir o jogo desde o início, tudo ficou mais complicado para o Nacional quando Amdouni abriu o marcador com o primeiro golo para os encarnados bem cedo no jogo, logo aos cinco minutos, num lance em que Zé Vítor perdeu a bola, Lucas Franças acabou mal batido e Amdouni pôde celebrar o primeiro golo da partida, conferindo ainda mais tranquilidade à equipa do Benfica.
E se este golo não fosse suficiente, o segundo golo para a equipa da casa apareceu naturalmente, através de uma grande penalidade convertida por Kokçu depois de Zé Vítor ter carregado Belotti no calcanhar quando o italiano do Benfica se preparava para rematar à baliza do Nacional. O árbitro assinalou o castigo máximo, o VAR confirmou, e Kokçu converteu o pontapé da marca dos 11 metros fazendo o segundo golo do Benfica.
A equipa da casa acabou assim por recolher aos balneários para o intervalo com um resultado tranquilo, deixando a ideia clara que a vantagem poderia ser dilatada no segundo tempo.
O Nacional, todavia, não quis fazer propriamente “figura de corpo presente” no relvado da Luz e o técnico Tiago Margarido conseguiu dar alguma solidez ao meio-campo da sua equipa, tirando partido de algum desgaste físico do conjunto benfiquista. Não estranhou por isso que Bruno Lage avançasse na segunda parte para a troca de algumas pedras importantes no seu conjunto, apostando em jogadores tidos como titulares, como Pavlidis e Akturkoglu, mas também Leandro Barreiro e Renato Sanches, este último a surgir como o novo maestro do meio-campo do Benfica em face da saída de Kokçu, mas também de Amdouni, Belotti e Dahl.
O Benfica continuou a ser a equipa mais assertiva, ainda que com dificuldades acrescidas em furar as linhas defensivas mais compactas do Nacional, acabando a turma encarnada por fechar o resultado já no período de compensação e na transformação de uma grande penalidade, por mão na bola de um jogador do Nacional no momento em que Leandro Barreiro procurava cabecear a bola para a baliza de Lucas França.
Confirmada a mão na bola pelo VAR, Ricardo Baixinho, o árbitro André Narciso apontou para a marca da grande penalidade e Pavlidis, que nos últimos jogos tem marcado em todas as partida para os encarnados, voltou a faturar, fechando o resultado em 3-0 num jogo em que deixou o Benfica com os mesmos pontos do Sporting na corrida pelo título da I Liga. Recorde-se que o Sporting só joga amanhã, domingo, sendo que o Benfica tem um jogo em atraso a disputar com o Gil Vicente no final do corrente mês para acerto de calendário.
O Benfica aponta agora baterias para o jogo da próxima terça-feira, em Barcelona, onde apenas uma vitória interessa aos pupilos de Bruno Lage já que no primeiro jogo, na última quarta-feira, o conjunto catalão venceu na Luz por 1-0 com um golo apontado por Raphinha. O jogo de terça-feira será disputado no Estádio de Montjuic a partir das 17h45, hora de Portugal continental.
texto: Jorge Reis
fotos: Diogo Faria Reis e Luís Moreira Duarte
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