Num jogo com oito cartões amarelos e dois vermelhos, em que apenas um dos amarelos foi exibido a jogadores do Sporting, dois penáltis assinalados a favor do Sporting e um penálti por assinalar (que também seria a favor da turma de Alvalade), e um golo anulado pelo VAR ao Estrela da Amadora por fora-de-jogo de um jogador tricolor, o Sporting, no Estádio José Gomes, na Reboleira, venceu por 3-0 e garantiu a conquista dos três pontos, mantendo-se justamente na frente do campeonato à espera do desfecho do jogo do Benfica na próxima quarta-feira, na recepção dos encarnados ao Farense.
Gyokeres, com dois golos, ambos de grande penalidade, e Quenda com um golo daqueles que nos dá prazer a nós enquanto espectadores que gostamos de futebol estar de fora a aplaudir — ao jovem jogador dar-lhe-á prazer estar lá dentro das quatro linhas a marcar e a festejar —, construíram o resultado e se não merece qualquer dúvida a justiça do resultado, a verdade é que a arbitragem de Gustavo Correia foi simplesmente medíocre, complicando um jogo fácil e inclinando o relvado para o lado de quem não precisou em momento algum de ajudas externas.
Procurando jogar de igual para igual frente ao Sporting, sem poupar jogadores e preferindo acreditar que poderia pelo menos garantir um ponto no seu terreno frente ao Sporting, afinal o campeão nacional em título e líder da I Liga, o Estrela da Amadora entrou em campo a pressionar, procurando jogar em todo o terreno e com impedir o Sporting de assumir a condução da partida. É claro que esta opção dos comandados de José Faria implicava o correr de alguns riscos, nomeadamente os resultantes de um jogo mais físico e viril, os quase sempre inconformáveis cartões amarelos.








Montóia “pediu” o segundo amarelo
(e vermelho) ao minuto 34’… e o árbitro deu!
Foi por isso sem grande surpresa que os primeiros problemas para o Estrela da Amadora, mais do que causados pelo Sporting, surgiram a partir dos seus próprios erros, com Guilherme Montóia a ver um cartão amarelo ao minuto 21 por travar Fresneda quando este podia ficar isolado a caminho da baliza tricolor à guarda de João Costa, vendo pouco depois novo cartão amarelo, ao minuto 34′, novamente sobre Fresneda, à entrada da área leonina, uma falta apenas absurda de tão escusada que foi, ainda mais para quem já tinha um amarelo. O árbitro Gustavo Correia não hesitou em mostrar o segundo amarelo e o consequente vermelho, Montóia foi expulso e começava aí a perder equilíbrio um jogo que já estava naturalmente desequilibrado à partida, em face da maior qualidade do conjunto sportinguista.
Para complicar ainda mais a tarefa do Estrela da Amadora, o “capitão” da equipa da Reboleira, o central Miguel Lopes, lesionou-se e foi obrigado a deixar as quatro linhas ainda aos 26 minutos, dando o seu lugar a Renato Pantalon, perdendo o Estrela uma experiente voz de comando no relvado. A turma da Amadora passava assim a jogar praticamente desde a primeira meia-hora com menos um elemento em campo, com uma alteração forçada na defesa e frente a um adversário claramente superior que teria apenas que manter o seu fio de jogo, sem nervosismos, para mais cedo ou mais tarde conseguir fazer valer os seus melhores argumentos. Matheus Reis tinha começado a partida a deixar um aviso de que assim iria ser, quando aos seis minutos enviou a bola ao poste direito da baliza do Estrela, e foi com alguma dificuldade que o Estrela da Amadora conseguiu levar o jogo até ao intervalo com o nulo a prevalecer no marcador.
José Faria, o treinador da equipa da casa, que no arranque do jogo colocara em campo uma formação com três centrais — Ferro, Miguel Lopes e Rúben Lima — à frente do guarda-redes João Costa, escalando depois Alan Ruiz, Bucca, Keliano e Guilherme Montóia, este entretanto expulso, aparecendo na frente Kikas, Rodrigo Pinho e Fábio Ronaldo, entendeu por bem mexer no seu onze para o arranque do segundo tempo, apostando então em Nilton Varela e Léo Cordeiro deixando Bucca e Keliano nos balneários.








Curiosamente o Sporting também sofreu uma alteração, isto porque o técnico Rui Borges, que começara o jogo com Rui Silva entre os postes, Eduardo Quaresma, Diomande e Gonçalo Inácio na defesa, ainda Fresneda, Debast, Eduardo Felicíssimo e Matheus Reis, aparecendo mais adiantados Trincão, Gyökeres e Quenda, resolveu deixar no balneário Ivan Fresneda ao intervalo, curiosamente o jogador que havia “sacado” dois amarelos e o consequente vermelho a Montóia, chamando para o lugar do lateral espanhol Geny Catamo.
VAR avisa árbitro para penálti inexistente
e fica esquecido novo segundo amarelo
Em face das mudanças operadas nos dois conjuntos, a verdade é que Leo Cordeiro veio dar um incremento de velocidade ao meio-campo tricolor, mas antes mesmo de se perceber a influência de Catamo no conjunto verde e branco, o relvado voltaria a ser de novo “inclinado”, agora não por um erro dos jogadores do Estrela, como aconteceu com o cartão vermelho corretamente mostrado a Montóia, mas por um erro do árbitro Gustavo Correia e do VAR Rui Oliveira. À passagem do minuto 48′, na sequência de um lance dentro da área do Estrela da Amadora, Diomandé apareceu no chão, depois de uma disputa de bola com Alan Ruiz que dois minutos antes vira um primeiro cartão amarelo. O árbitro, bem colocado junto ao local em que se disputou o lance, nada assinalou, e acabou por ser o VAR a chamar Gustavo Correia a rever o lance, considerando que Ruiz agrediu Diomande dentro da área estrelista.
Das imagens da transmissão televisiva ficou a dúvida instalada num lance que não foi, de forma alguma, claro e óbvio, até porque a jogada começa com o jogador do Sporting a agarrar o seu adversário pela cintura, acabando Ruiz por deixar o braço para trás tocando a parte superior do peito do central do Sporting. O certo é que, depois de rever o lance, Gustavo Correia entendeu que houve mesmo agressão, mas curiosamente esqueceu-se de exibir o normal cartão amarelo (pelo menos), o que seria o segundo e provocaria nova expulsão na equipa do Estrela da Amadora. Foi ainda assim assinalado o pénalti correspondente pelo local em que a falta foi cometida e, chamado a converter o castigo máximo, Viktor Gyokeres não perdoou, colocando o Sporting em vantagem no marcador.








O árbitro Gustavo Correia continuou a mostrar cartões amarelos deixando o Estrela da Amadora com vários jogadores impedidos de jogar na próxima jornada, nomeadamente ao central Ferro, mas também a Renato Pantalón, isto antes da saída de Alan Ruíz das quatro linhas para dar o seu lugar a Jovane Cabral, ao minuto 60′. Pelo meio Matheus Reis cometeu uma falta sobre Rodrigo Pinho que o árbitro entendeu merecedora de cartão amarelo para o jogador do Sporting, no Estrela da Amadora entrou Chico Banza para o lugar de Rodrigo Pinho e o Estrela, mesmo com menos um elemento, acreditava que poderia surpreender os leões com um lance fortuito que permitisse o golo para empatar a partida.
Quenda é bom mesmo a festejar
mas os seus próprios golos!
Com o resultado à mercê de um qualquer lance de sorte, quando o Sporting mostrava ser seu propósito manter a bola longe da baliza à guarda de Rui Silva, eis que, à passagem do minuto 82′, aparece Geovany Quenda a fazer um golo pleno de genialidade, num lance individual pelo lado direito, a levar a bola quase até à linha de fundo para um remate de um ângulo quase impossível a permitir o 2-0.
Quenda festejou, dentro das quatro linhas e com motivos que ele próprio provocou para tal, sem termo que ficar no banco de suplentes a festejar os golos dos outros como o selecionador disse há alguns dias que era o mais agradável para jovem leão, e se dúvidas ainda existissem que o Sporting iria levar os três pontos para Alvalade elas ficaram aí totalmente dissipadas. Depois disso, aliás, tudo o que se passou, e ainda foi muito, serviu apenas o folclore do futebol, porque em termos de resultado prático, o desfecho da partida estava resolvido.








A claque do Sporting resolveu interromper o jogo ao enviar tochas para dentro das quatro linhas, junto à grande-área do Estrela da Amadora, Chico Banza conseguiu fazer um golo para o Estrela da Amadora, depois de um passe de Jovane Cabral, mas Banza estava pouco mais de meio metro em posição de fora de jogo, pelo que o golo foi mesmo anulado, Ruben Lima agarrou Gyokeres dentro da área do Estrela quando o sueco ia procurar rematar e viu por isso o vermelho direto, deixando o Estrela da Amadora a jogar apenas com nove jogadores em campo, e na transformação de mais uma grande penalidade o mesmo Viktor Gyokeres voltou a permitir a aparição da máscara na Reboleira, assinando o seu segundo golo e fazendo o 3-0 final com que terminou este jogo entre Estrela da Amadora e Sporting.
A turma de Alvalade voltou assim a isolar-se, à condição, na frente do campeonato, ficando à espera do que irá acontecer no jogo entre Benfica e Farense da próxima quarta-feira, enquanto que o Estrela da Amadora continua com a sua situação na tabela da I Liga particularmente complicada, isto porque não consegue descolar do 16º lugar da classificação com 23 pontos, os mesmos que possuem o Gil Vicente e o AVS. O conjunto de Alvalade joga na próxima quinta-feira, no seu terreno, frente ao Rio-Ave, em jogo da Taça de Portugal, enquanto que o Estrela da Amadora terá que viajar no domingo, 6 de Abril, até à Madeira para aí defrontar o Nacional.










Nota de destaque pela positiva neste jogo para Geovany Quenda, quanto mais não fosse pelo golo genial que marcou permitindo maior tranquilidade ao Sporting quando os leões venciam apenas por 1-0, num jogo em que a nota de destaque pela negativa vai para o árbitro Gustavo Correia. Não havia necessidade de ser tão fraquinho!