FCP 1-4 SLB 2706

Benfica vence com goleada no ‘jogo da época’ do FC Porto

Com um hat-trick do avançado grego Vangelis Pavlidis, ainda um golo apontado por Nico Otamendi, três bolas nos ferros da baliza à guarda de Diogo Costa e mais três defesas de grande qualidade feitas por este último, o Benfica construiu uma vitória robusta e convincente no Estádio do Dragão, frente ao FC Porto, por 4-1, num jogo em que os dragões raramente conseguiram visar com perigo as redes da baliza de Trubin, acabando por garantir o seu golo de honra já à beira do final da partida, quando os encarnados venciam por 3-0 e Samu pôde tirar partido de uma defesa incompleta do guarda-redes ucraniano do Benfica. O FC Porto, curiosamente, até teve mais posse de bola, mas o Benfica tirou partido disso mesmo, ganhou quase sempre as bolas nas costas da linha média portista e acabou por justificar uma vitória gorda a seu favor.

A história do jogo começou a ser escrita logo aos 40 segundos, altura em que Pavlidis apareceu dentro da área portista a encostar a bola para dentro da baliza de Diogo Costa. O árbitro João Pinheiro, por indicação do seu auxiliar, começou por anular o golo, mas este foi validado pelo VAR que, depois de colocadas as linhas, determinou que o grego estava em jogo por 56 centímetros relativamente ao último defesa do FC Porto. A verdade é que Akturkoglu fez o cruzamento, a partir do lado esquerdo para dentro da área, e aí apareceu Vangelis Pavlidis a fazer o primeiro golo da partida, antes mesmo da conclusão do primeiro minuto da partida.

O Benfica ficava assim em vantagem numa altura em que as duas equipas ainda estavam longe de estar concentradas no jogo, situação, aliás, que justificou um erro crasso de António Silva à passagem do quarto minuto da partida, quando o central dos encarnados deixou a bola à mercê de Rodrigo Mora apenas com Trubin pela frente. Valeu ao Benfica o facto do jovem jogador portista não ter sido suficientemente rápido para rematar à baliza, permitindo que Otamendi aparecesse a anular um lance de golo claro para o FC Porto.

Na reação ao golo dos encarnados, o FC Porto passou a jogar mais no meio-campo do Benfica que respondia baixando o seu bloco, apostando em descidas à área portista apenas pela certa. Isso mesmo aconteceu ao minuto 17’, quando Tomás Araújo se encontrou com a bola na pequena área dos azuis e brancos, rematando e levando o esférico a bater com estrondo no poste esquerdo da baliza portista, naquele que foi o primeiro de três remates aos ferros das redes à guarda de Diogo Costa. O árbitro auxiliar assinalou um fora de jogo para Tomás Araújo, mas a bola saiu pela linha de fundo pelo que se manteve a vantagem tangencial do Benfica perante o FC Porto, fruto do golo de Pavlidis.

Do lance que culminou no remate de Tomás Araújo ao poste da baliza de Diogo Costa, o guarda-redes terá sido tocado em uma das mãos e teve que receber assistência, num jogo que conhecia assim mais uma paragem prolongada depois de ter estado parado aquando da análise do VAR ao golo de Pavlidis. Diogo Costa deu sinal de estar em condições para continuar e o jogo prosseguiu num ritmo elevado, com situações de perigo junto de uma e outra baliza. Samu, que em termos gerais no jogo esteve muito abaixo daquilo que já mostrou num passado recente, teve uma oportunidade de golo ao minuto 26’, mas falhou o tempo de encontro com a bola para rematar às redes de Trubin.

O Benfica descia agora menos vezes até junto da baliza do FC Porto, mas quando o fazia criava perigo, como aconteceu à passagem da meia-hora quando Akturkoglu, isolado em velocidade pelo lado esquerdo, apostou no remate à baliza de Diogo Costa levando a bola a bater ainda no poste mais distante antes de sair pela linha de fundo. Quem ficou de braços abertos a mostrar desagrado pela opção do turco foi Pavlidis que esperava um cruzamento para só ter que encostar para o que seria ali o segundo golo que não apareceu.

Os encarnados voltavam assim a criar um lance de perigo, perante a equipa da casa que, trocando bem a bola em lances ofensivos, não conseguia servir Samu nas devidas condições, acabando anulados esses lances pelo bom posicionamento defensivo dos pupilos de Bruno Lage.

Ao minuto 38’, novo lance de ataque foi produzido pelo Benfica com Kokçu a servir Akturkoglu no corredor esquerdo. O extremo voltou a cruzar para o interior da área onde apareceu Pavlidis a colocar a bola pela terceira vez no jogo no poste esquerdo da baliza portista. A partida desenrolava-se agora quase de sentido único e ao minuto 42’ apareceu mesmo o segundo golo da partida, uma vez mais por Pavlidis. Na sequência daquele que foi o primeiro pontapé de canto da partida e favorável aos encarnados, a bola sobrou para Florentino em frente à área portista, o médio conseguiu fazer o passe para o avançado grego e este, solto na grande-área, teve tempo para rodar, tirar um defesa da sua frente e rematar à baliza, voltando a bater Diogo Costa neste jogo e desta forma assinar o segundo golo da partida, o bis para Vangelis Pavlidis.

Na altura em que Pavlidis marcava o segundo golo do jogo, alguns adeptos portistas nem terão visto o lance do golo, isto porque, por essa altura, confrontavam os agentes policiais nas bancadas, exigindo que estes reagissem ao comportamento da claque do Benfica. É que, lá do outro lado, os adeptos do Benfica tinham atirado algumas tochas para a bancada inferior no Estádio do Dragão, colocando em risco quem ali se encontrava, e isso mereceu forte contestação de alguns adeptos portistas, que queriam ver as forças policiais a intervir contra o sector onde se encontravam os elementos da claque do clube das águias.

Ultrapassada a festa do segundo golo do Benfica, mas também o momento de tensão entre adeptos portistas e forças policiais, o jogo prosseguiu até se ouvir o apito do árbitro João Pinheiro a indicar o final da primeira metade da partida com a formação visitante a vencer por 2-0.

Regressadas as equipas dos balneários para o segundo tempo mantinha-se o mesmo registo no jogo, com o FC Porto a ter mais bola mas o Benfica a ser bem mais objectivo e a criar mais perigo para a baliza à guarda de Diogo Costa. O jogo apontava claramente mais para o aparecimento de um terceiro golo dos encarnados do que a redução da desvantagem por parte dos dragões, até pelo facto do Benfica se apresentar agora mais forte e organizado. Já o FC Porto regressou do intervalo com a equipa a procurar pelos espaços onde aparecia Rodrigo Mora, mas este não conseguia dar resposta às pretensões portistas nos últimos trinta metros do relvado.

Sobre a hora de jogo o Benfica foi forçado a uma primeira alteração, depois de Tomás Araújo ter ficado deitado no relvado sem poder continuar, obrigando Bruno Lage a fazer entrar Dahl. Pouco depois foi o técnico portista Martín Anselmi a mexer, com as saídas de Eustáquio e Pepê, apostando agora em Martim Fernandes e Gonçalo Borges.

O jogo continuava ainda assim a permitir encontrar um Benfica mais objectivo e isso mesmo ficou claro ao minuto 69’ quando Angel Di Maria, do lado direito do ataque, fez um cruzamento teleguiado para a cabeça de Pavlidis dentro da área do FC Porto, com o grego a bater Diogo Costa pela terceira vez, um hat-trick merecido pelo grego que fez a diferença neste clássico. Para um passe “com olhos” de Di Maria, Pavlidis apareceu no sítio certo a chegar de cabeça e a fazer o terceiro golo do jogo.

A vencer por 3-0, Bruno Lage resolveu mexer na sua equipa, fazendo sair os dois melhores elementos do jogo até esta altura, nomeadamente Pavlidis e Di Maria, para as entradas de Belloti e Schjelderup, mudanças de gestão no plantel dos encarnados para um esquema táctico que não mudava em nada, excepção feita à qualidade individual das peças trocadas por Lage. Ao minuto 76’ saíram no FC Porto João Mário e Rodrigo Mora, para as entradas de Zé Pedro e Namaso, procurando a equipa da casa minimizar o prejuízo de uma partida por esta altura aparentemente resolvida e a favor dos encarnados.

A 10 minutos do final o FC Porto conseguiu mesmo minimizar o prejuízo quando, ao minuto 81’, Fábio Vieira fez um primeiro remate para a defesa incompleta de Trubin, a bola saltou para a frente e apareceu Samu a conseguir o golo para os dragões naquele que foi o primeiro remate enquadrado da turma portista à baliza do Benfica. Os encarnados venciam agora por 3-1 num jogo em que o FC Porto ainda queria acreditar, perante uma formação do Benfica que, mesmo depois de ter sofrido o golo apontado por Samu, não perdeu o domínio da partida mantendo-se mais objectiva no controlo dos acontecimentos.

À beira do final, para os quatro minutos de compensação dados pelo árbitro João Pinheiro, o Benfica ainda fez entrar Leandro Barreiro para o lugar de Akturkoglu, num jogo acompanhado a partir das bancadas por 49193 espectadores que se aproximava do apito final do árbitro com o Benfica a jogar junto da área de baliza de Diogo Costa.

Quando já muitos adeptos do FC Porto tinham abandonado as bancadas do Estádio do Dragão, desiludidos com a prestação da sua equipa, um derradeiro golpe sobre os dragões foi dado em forma de quarto golo dos encarnados, na sequência de um livre direto cobrado por Kokçu em que apareceu Otamendi a cabecear a bola fazendo-a entrar na baliza de Diogo Costa. Belloti ainda confirmou o golo tocando a bola, mas esta já tinha ultrapassado a linha de baliza, colocando o resultado final em 4-1 favorável ao Benfica.

Os adeptos do FC Porto não gostaram minimamente deste resultado, humilhante no seu próprio estádio, o técnico Martín Anselmi pediu desculpa aos adeptos e o presidente portista, André Villas-Boas, determinou que os seus jogadores não regressassem às respectivas casas, mas que voltassem ao hotel em que estiveram em estágio antes da partida para ali ficarem mais uma noite, uma decisão em jeito de castigo que não terá contribuído em nada para amenizar o ambiente efervescente que se observa em redor do grupo de trabalho do futebol do FC Porto orientado por Anselmi.

Ao invés, em ambiente de festa, o Benfica regressou a Lisboa onde jogadores e equipa técnica chegaram já perto das três horas da manhã, recebidos em euforia nas imediações do Estádio da Luz. Resta aos encarnados esperar no sofá o desenrolar do jogo de amanhã, domingo, entre Sporting e Sporting de Braga para saber se irá o Benfica manter a liderança da I Liga. Amanhã se verá!

texto: Jorge Reis
fotos: Luís Moreira Duarte

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