Pressionado pela necessidade de vencer depois de ter consentido uma pesada derrota no Estádio do Dragão na pretérita jornada frente ao rival Benfica, o FC Porto do técnico Martín Anselmi não teve, apesar disso, um jogo fácil em Rio Maior, frente ao Casa Pia, a quem venceu pela margem mínima, fruto de um golo de enorme qualidade apontado pelo miúdo Rodrigo Mora, jogador de 17 anos que fez a diferença, assinando uma “roleta” sobre o experiente central José Fonte, do Casa Pia, rematando depois para o golo, levando a bola a entrar na baliza à guarda do colombiano Patrick Sequeira logo aos cinco minutos da partida.
Contudo, os que pudessem pensar que este golo marcado bem cedo pelos pupilos de Martín Anselmi serviria de passadeira para que o FC Porto construísse um triunfo robusto, rapidamente constataram que o Casa Pia não iria ser um adversário fácil, complicando a missão portista até aos derradeiros minutos deste jogo da 29ª jornada da I Liga.








Certo é que desde muito cedo no jogo a noite em Rio Maior pintou-se de azul e branco, em consequência do golaço de Rodrigo Mora. Só que, com o passar dos minutos, a vitória foi sendo conjugada com contornos de sofrimento, isto porque o FC Porto conseguiu somar três pontos preciosos na visita ao Casa Pia, vencendo por um magro 1-0, mas o encontro entre gansos e dragões terminou com os anfitriões a pressionar desesperadamente, inclusive com o seu guarda-redes a aventurar-se na área portista nos derradeiros instantes. O triunfo portista teve um nome em destaque: Rodrigo Mora, autor de um golo de belíssima fatura que acabou por ser o único a abanar as redes.
Longe de ser um passeio, o jogo em Rio Maior revelou a organização e a garra do Casa Pia, uma equipa que não se intimidou perante a superioridade teórica do FC Porto. A primeira parte foi taticamente disputada, com ambas as equipas a procurarem controlar o meio-campo e a evitar conceder espaços. O FC Porto, apesar de ter mais posse de bola, sentiu dificuldades em criar oportunidades claras de golo face à solidez defensiva dos gansos.








O momento de inspiração que desbloqueou a partida surgiu dos pés do jovem Rodrigo Mora logo aos cinco minutos, num jogo em que o técnico Martín Anselmi apostou na titularidade de Deniz Gul, o avançado sueco de 20 anos que integra o plantel azul e branco e que neste jogo relegou o espanhol Samu para o banco de suplentes. Gol, porém, não conseguiu fazer a diferença, e Samu viria mesmo a ser chamado já no segundo tempo para procurar desequilibrar o jogo a favor do FC Porto. Só que, mesmo a perder, o Casa Pia nunca se desorganizou e continuou a lutar por um resultado positivo.
Na segunda parte, a equipa da casa subiu as linhas e procurou incomodar a defesa portista, que se viu obrigada a aplicar-se para manter a vantagem. O jogo ganhou intensidade e emoção, com o FC Porto a tentar gerir o resultado e a explorar o contra-ataque, enquanto o Casa Pia ia progressivamente aumentando a pressão.








Os minutos finais foram de cortar a respiração, com o Casa Pia, num último esforço para evitar a derrota, a arriscar tudo. A imagem insólita do guarda-redes Patrick Sequeira a subir à área do FC Porto em lances de bola parada ilustra bem o desespero e a ambição da equipa da casa em somar pelo menos um ponto.
A defesa portista, liderada por um atento Diogo Costa, ele que até começara a partida a assinar uma excelente defesa que impediu um pimeiro golo para o Casa Pia logo nos lance inaugural da partida, conseguiu resistir à pressão final, garantindo uma vitória suada e importante para as aspirações do FC Porto no campeonato.








Apesar do sofrimento nos instantes finais, o FC Porto regressou ao Dragão com três pontos na bagagem, fruto de uma vitória construída com um golo de génio de Rodrigo Mora, que sublinha a importância dos momentos de inspiração individual em jogos equilibrados. No entanto, a exibição aguerrida do Casa Pia e a pressão final exercida servem de alerta para os dragões, que sabem que cada jogo desta Liga é uma batalha e que não há vitórias fáceis.
Para Rodrigo Mora, este golo não só valeu três pontos importantes para a sua equipa, como também representa um momento de afirmação e um cartão de visita para o futuro. Num campeonato onde os jovens talentos procuram o seu espaço, o médio portista mostrou qualidade e decisão, iluminando uma noite de futebol tensa em Rio Maior.







