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Sporting deu passe em frente mas eliminatória da Taça está em aberto

Num jogo em que criou inúmeras oportunidades, enviou uma bola ao poste, falhou golos de baliza à mercê e mostrou jogadas de de elevada nota artística e técnica, o Sporting, ainda assim, frente ao Rio Ave, ganhou esta quinta-feira no Estádio de Alvalade apenas por 2-0, na partida da primeira mão da meia-final da Taça de Portugal, etapa que decide o apuramento para a presença na Final da Taça de Portugal, no Jamor. Claramente superior, o Sporting não conseguiu traduzir no resultado o diferencial entre as duas equipas, perante um Rio Ave que teve mérito pela forma como se defendeu, pelos momentos em que ousou atacar a baliza à guarda de Rui Silva, mas que, há que o dizer, foi naturalmente inferior ao conjunto leonino. Ainda assim, a verdade é que a eliminatória está em aberto porque um triunfo por 2-0, no futebol, ajuda, mas não é garantia de nada.

Com Eduardo Quaresma, Diomande e St. Juste a formarem o trio de centrais na frente do guarda-redes Rui Silva, o Sporting começou o jogo com uma linha de quatro médios, com Hjulmand e Debast a jogarem por dentro, deixando as alas para Maxi Araújo e Fresneda, aparecendo na frente o sueco Viktor Gyokeres apoiado por Catamo e Trincão.

Já o Rio Ave, com o meio-campo mais povoado, iniciou a partida com a equipa em 4x4x2 que na prática resultava numa formação com cinco médios, isto porque tendo Petit escalado Clayton e Olinho Pohlmann como os dois jogadores mais adiantados, a verdade é que Pohlmann recuou sempre que a sua equipa precisou de ganhar músculo na linha média, deixando Clayton como o homem encarregue de causar desequilíbrios, avançando André Luiz pelo corredor direito sempre que a turma der Vila do Conde tinha mais liberdade para atacar.

Certamente decidido a procurar resolver esta meia-final da Taça de Portugal neste jogo da primeira mão, consciente da importância que terá a discussão da Taça de Portugal, eventualmente frente ao Benfica, numa época em que são exactamente esses dois clubes, Sporting e Benfica, que estão a discutir a conquista do campeonato, podendo qualquer um deles olhar para a Taça como o “plano B” da temporada caso o plano principal não funcione, o conjunto leonino entrou determinado a mandar em Alvalade, apostando numa pressão alta e procurando jogar no meio-campo defensivo do Rio Ave.

Acabou assim o Sporting, com alguma naturalidade, por chegar à vantagem bem cedo na partida, com um golo de Geny Catamo à passagem do minuto 12’, num pontapé de fora da área, de pé esquerdo, sem dar hipótese de defesa para o guardião Miszta.

A resposta do Rio Ave apareceu algo tímida, dificultada pelo jogo acertado do sector defensivo dos leões. Ainda assim, ao minuto 27’, André Luiz conseguiu fletir para dentro a partir da direita e, com um pontapé forte, este bem perto de conseguir o golo da igualdade, isto porque fez a bola passar bem junto ao poste da baliza à guarda de Rui Silva. O Sporting estava em vantagem no resultado, mas ficava claro que o jogo estava longe de ser considerado decidido, até porque o Rio Ave, depois do golo sofrido, procurou subir no terreno e importunar de forma consequente o guarda-redes Rui Silva.

Penálti “porque sim” assinalado por António Nobre
e consentido pelo VAR Fábio Veríssimo

Sobre o fim do primeiro tempo, acabaria por ser o Sporting a ter a melhor oportunidade para dilatar a vantagem, na sequência de uma falta de Aguilera sobre Geny Catamo dentro da área do Rio Ave. O árbitro António Nobre, bem colocado, assinalou de imediato, os jogadores da formação visitante nem reclamaram porque a falta pareceu evidente, num descuido de Aguilera que teria rasteirado mesmo o extremo leonino, mas nas imagens televisivas ficou claro que o jogador do Sporting “cavou” a grande penalidade ao cair no momento em que passou pelo jogador do Rio Ave. O certo é que o VAR Fábio Veríssimo terá confirmado a decisão de António Nobre, o jogo avançou mesmo para o penálti e Viktor Gyokeres, nem poderia ser outro, encarregou-se de bater.

Com uma marcação da grande penalidade “à Panenka”, o avançado sueco deixou Miszta cair para o seu lado esquerdo, bateu a bola em jeito e a meia altura para meio da baliza, sem grande força, e o esférico só parou no fundo das redes, permitindo que o Sporting recolhesse aos balneários para o intervalo a vencer por 2-0.

Para o segundo tempo as duas equipas mantiveram os mesmos onzes com que haviam recolhido para o intervalo, mantendo-se o Sporting a dominar, com Gyokeres a construir vários lances de grande qualidade, ainda que desperdiçados pelos seus companheiros da linha ofensiva leonina. Que o diga Geny Catamo que, à beira do minuto 56’, foi servido em bandeja de prata pelo sueco, com uma assistência letal depois de ter deixado um defesa do Rio Ave no solo batido pelo bailar do sueco, acabando Catamo por rematar para as nuvens num lance que merecia uma finalização bem mais feliz e de maior qualidade.

Na ultrapassagem da hora de jogo, dois momentos marcaram o jogo, o primeiro pelo inusitado do lance quando Trincão recebeu um enorme aplauso depois de acertar na cabeça do árbitro António Nobre quando pretendia fazer um passe longo para o corredor esquerdo do ataque leonino, e logo depois, num segundo momento, quando Gyokeres voltou a mostrar a sua enorme qualidade ao tirar um adversário da frente e, já de ângulo apertado, rematou para a baliza de Miszta. A bola embateu com estrondo no poste esquerdo, passando em frente à linha de golo e acabando por sair pela linha de fundo lá do outro lado do terreno, depois descrever um arco enquanto os 30.038 adeptos presentes em Alvalade brindavam o lance com um enorme e justificado “bruááá”.

Rui Borges, o técnico dos leões, e Petit, o seu homólogo na turma de Vila do Conde, procederam então a algumas mudanças nas respectivas equipas, com Pohlmann, e João Graça a darem os seus lugares a João Novais e Tiago Morais na formação do Rio Ave, ao mesmo tempo que, no Sporting, saíam St. Juste, Fresneda e Hjulmand para as entradas de Matheus Reis, Felicíssimo e Quenda. Petit ainda apostou pouco depois em Vrousai por troca com João Tomé, num jogo pautado pelo melhor futebol do Sporting, ainda que nem sempre eficaz no último toque, isto apesar dos bons lances ofensivos quase sempre bem tricotados por Gyokeres, Trincão e companhia.

Vários golos falhados e um em que a bola entrou
mas que acabou… anulado por fora-de-jogo

Em cima do minuto 78’ Geny Catamo ainda deu a ideia de que iria redimir-se das finalizações menos conseguidas, ao enviar uma bola ao segundo poste da baliza do Rio Ave, num remate cruzado que fez entrar a bola na baliza de, mas o golo viria a ser anulado por indicação do VAR Fábio Veríssimo que descortinou um fora-de-jogo assinalado ao camisola 21 do Sporting.

Estávamos por esta altura a chegar ao minuto 80’, altura em que Trincão saiu para dar o seu lugar a Conrad Harder na equipa do Sporting, num jogo agora bem mais lento, com as duas equipas de algum modo a darem por concluído o seu trabalho nesta meia-final.

O Sporting vencia por 2-0 e tudo tinha feito para encarar o jogo da segunda mão desta meia-final da Taça de Portugal com alguma tranquilidade, embora tivesse perdido a oportunidade de conseguir uma vantagem bem mais dilatada. Já o Rio Ave procurava não sofrer mais nenhum golo, alimentando a esperança de uma cambalhota na eliminatória por via de alguma surpresa no segundo jogo que irá ser disputado em Paços de Ferreira. Será bom recordar que a depressão Martinho deixou o Estádio dos Arcos, em Vila do Conde, incapaz de receber jogos de futebol de maior dimensão.

Petit ainda permitiu alguns minutos de jogo a Nelson e Bakoulas, que entraram ao minuto 87’ por troca com André Luiz e Richards, respondendo Rui Borges com a entrada de Biel, também ele a continuar a sua adaptação à equipa do Sporting, entrando para o lugar de Francisco Trincão.

O árbitro António Nobre deu mais cinco minutos dará além dos 90, Gyokeres ainda procurou quando pôde dar o ar da sua graça e colocar em apuros o guarda-redes Miszta e os seus defesas, mas a verdade é que a turma leonina viria a fechar a partida com a vitória por 2-0, um resultado que é naturalmente favorável aos leões, mas que não fecha a eliminatória visando o apuramento para a final da Taça de Portugal.

texto: Jorge Reis
fotos: Diogo Faria Reis

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