Depois de já aqui termos dado conta de tudo o que está na base do processo de candidatura de Évora a Capital Europeia da Cultura 2027, o LusoNotícias falou com Paula Mota Garcia, coordenadora da equipa que transporta a cidade de Évora e todo o Alentejo à candidatura, um diálogo mantido na Casa do Alentejo onde esta responsável nos deu conta da essência deste projecto bem como do estado em que o mesmo se encontra. Nas suas próprias palavras, avança este mesmo projecto rumo a uma meta que “deverá ser partilhada por todos, em defesa do património cultural, material e, porventura, principalmente imaterial”, que se reúne em redor de Évora e de toda a vasta planície alentejana, da linha raiana até à costa onde o Alentejo se encontra com o Atlântico.
Évora assume assim esta “candidatura ao lugar de Capital Europeia da Cultura, em nome de uma região, em nome do Alentejo”. “A candidatura trabalha com destaque no Alentejo, como conceito, como proposta, a levar à Europa e ao Mundo”, explica esta responsável, para quem “dentro do Alentejo há muitos Alentejos”. “Mas nós conseguimos encontrar um denominador comum que tem muito a ver com esta forma de ser e de estar”, que passa pelo lugar do Vagar em todo este projecto — “Quando conversamos sobre o lugar do Vagar na candidatura, as pessoas identificam-se muito rapidamente!”
A cidade de Évora deverá assumir assim um estatuto de Capital Europeia da Cultura do ponto de vista material, mas como destaca Paula Mota Garcia, “muito do ponto de vista imaterial”. “Muito do ponto de vista humano, onde, de facto, o lugar do questionamento é o lugar da humanidade, e onde chamamos as comunidades residentes a juntarem-se a artistas para questionar este lugar da humanidade no Mundo.”
Este projecto que teve agora a sua apresentação avança desde já para o processo de monitorizaão e avaliação, e aquilo que está progressivamente a ser feito passa pelo “desenvolvimento e a concretização de toda a estratégia cultural, artística, de comunicação e de relação no domínio da dimensão europeia, por forma a dar resposta e concretizar tudo aquilo que foi definido no dossié de candidatura, o 'bid book', que passa a ser ume espécie de contrato desta candidatura de Évora com a Comissão Europeia.”
Estão assim pela frente quatro anos, definidos por esta responsável como “muito pouco tempo”, para desenvolver todos os projectos onde é “valorizado o processo de criação que já está em curso”, até 2027, altura em que todo o trabalho em curso até lá se tornará nessa altura muito público.