Um jogo marcado por situações completamente surreais relacionadas com a arbitragem e a intervenção (ou falta dela) por parte do VAR, disputado no Estádio do Dragão, terminou com um empate (1-1) entre o FC Porto e o Arouca, com os dragões a conseguirem o golo do empate ao minuto 90'+22'... vinte e dois minutos para além do tempo regulamentar, e num lance em que fica a clara ideia de que Evanilson, o jogador que assinou o golo, estaria fora de jogo, mas com o árbitro a ignorar essa situação simplesmente porque não conseguiu receber comunicações por parte do VAR.
De tal forma foi “estranho” este jogo, dirigido por Miguel Nogueira, o árbitro do jogo auxiliado por Rui Cidade e Nuno Pires, e com Rui Oliveira na condição de VAR assistido por Pedro Ribeiro como AVAR, que o mesmo mereceu poucos minutos depois do seu final diversos comunicados, com o Benfica a criticar o que aconteceu no Dragão, a FPF a anunciar um inquérito para averiguar o que se passou nas comunicações entre árbitro e VAR, e o próprio FC Porto a emitir um comunicado em que pediu a anulação do jogo pela forma como se processaram as decisões da equipa de arbitragem. É caso para dizer que assim vai o futebol português!
Na verdade, mais do que a exibição das duas equipas, este jogo ficará marcado pela exibição da equipa de arbitragem e nomeadamente pelas intervenções do VAR, primeiro a anular uma grande penalidade inicialmente assinalada por suposta carga sobre Taremi, que a julgar pelas imagens televisivas não existiu. O certo é que o VAR chamou o árbitro a rever o lance, mas nesta altura aconteceu o impensável: os cabos dos monitores televisivos estavam desligados e o árbitro teve que dialogar com o VAR... por telemóvel! Ainda assim, sem ver o lance, o juíz da partida anulou a decisão e o jogo prosseguiu sem qualquer penalti.
Curiosamente, pouco depois, novo lance discutível com Taremi com o iraniano a mergulhar dentro da grande-área para novo castigo máximo discutível. Nas imagens televisivas fica a ideia de que não há qualquer falta cometida sobre o avançado do FC Porto mas o árbitro, desta feita sem capacidade de ir rever o lance, mantém a decisão de assinalar mesmo o castigo máximo. Chamado a converter a grande penalidade, Galeno rematou em força mas deixando a bola ao alcance do guarda-redes do Arouca que defendeu o penálti, mantendo o conjunto arouquense na frente do marcador.
Para cúmulo depois de todas estas situações, eis que o FC Porto chega ao golo, num lance em que o golo é atribuído a Evanilson, uma vez mais sem que o árbitro tivesse a oportunidade de verificar a eventual posição irregular do jogador da equipa da casa. O certo é que, com todas estas polémicas, o FC Porto conseguiu sobre a “linha de meta” anular uma mais do que suposta vitória do Arouca em casa dos dragões, com estes a somarem um ponto e a perderem os primeiros pontos no presente campeonato.
Resta dar conta que o golo do Arouca, apontado ao minuto 84' por Cristo Gonzaléz, colocou a equipa visitante em vantagem na partida, deixando o FC Porto com os nervos à flor da pele, buscando o golo que daria o empate mas fazendo-o mais com o coração do que com a cabeça. Certo foi que as circunstâncias do jogo permitiram mesmo o golo do empate para o FC Porto, obtido por Evanilson, num jogo em que uma vez mais Sérgio Conceição assistiu ao jogo a partir de um camarote por se encontrar ainda a cumprir castigo disciplinar.
Para as estatísticas ficam as equipas usadas pelos dois técnicos, com Vítor Bruno a escolher um “onze” inicial com Diogo Costa na baliza, João Mário, Fábio Cardoso, Marcano e Wendell na defesa, ainda Pepê, Eustáquio, Nico González e Galeno na linha média e, na frente, Toni Martínez e Taremi. Do outro lado, Rúben Amorim escalou para este jogo Adám para a baliza, o trio de centrais formado por Gonçalo Inácio, Coates e Diomande, uma linha média formada por Esgaio, Morita, Hjulmand e Nuno Santos, e para posições mais ofensivas Pedro Gonçalves, Gyokeres e Paulinho.
Fica ainda para a estatística global deste campeonato mais um empate e a divisão de pontos, com o FC Porto a perder os primeiros pontos na presente época, e a clara convicção de quem assistiu ao jogo de que este vai ser alvo de enorme polémica a estender-se durante longo tempo na presente temporada, nomeadamente por causa do que se passou em redor do trabalho da equipa de arbitragem e que teve clara interferência no resultado final, o járeferido empate a um golo entre FC Porto e Arouca.