Um golo de Paulinho logo aos três minutos que não deveria ter sido validado, marcado com o avançado do Sporting em posição irregular de fora de jogo por nove centímetros, que o VAR Hugo Miguel não invalidou porque colocou mal as linhas do fora de jogo, sobre o ombro do jogador e não sobre o pé, abriu o caminho ao Sporting para, em Rio Maior, casa emprestada do Casa Pia, os leões vencerem por 2-1 no jogo de abertura da segunda jornada do campeonato da I Liga. Clayton, ao minuto 58, ainda empatou o jogo com um golo depois de uma assistência de Varela, que fez um passe entre os centrais dos leões, Coates e Gonçalo Inácio, para Clayton finalizar enviando a bola por baixo do guarda-redes Adán, mas Paulinho, o mesmo marcador do primeiro golo, voltou a marcar ao minuto 62', depois de um passe de Nuno Santos.
Num jogo em que o Casa Pia manteve sempre a incerteza sobre o resultado final, lutando sempre para contrariar o favoritismo da turma leonina, a verdade é que o Sporting tirou o melhor partido do golo conseguido bem cedo na partida, como se veio a provar mais tarde com o assumir do erro por parte do próprio Conselho de Arbitragem. O Casa Pia teve que correr atrás do prejuízo, chegou ao golo na segunda metade da partida, acabando o Sporting por voltar a marcar, de novo por Paulinho mas agora de forma legal, acabando o jogo por terminar com os leões a garantirem os três pontos.
Num jogo que irá certamente ficar na história do futebol português e sem dúvida na presente temporada, até porque por dois pontos se poderá ganhar um campeonato do mesmo modo que por dois pontos se poderá descer de divisão ou conseguir ou não a presença numa competição da UEFA, o Sporting acabou apesar disso por garantir a sua segunda vitória consecutiva na I Liga, frente a uma formação do Casa Pia que somou a sua primeira derrota. Rúben Amorim pôde começar o jogo em Rio Maior com a sua equipa num esquema táctico de 3x4x3, o mesmo como terminara o jogo da primeira jornada, com Paulinho e Gyokeres em simultâneo num trio de ataque completado por Edwards.
O “onze” do Sporting acabou assim por entrar em campo com Adám; Diomande, Coates e Gonçalo Inácio; Esgaio, Morita, Pote e Nuno Santos; Edwards, Gyokeres e Paulinho, uma equipa que, quando comparada com a equipa da primeira jornada, verifica-se nas opções de Amorim que deixou de fora Geny Catamo, Matheus Reis, Trincão e Daniel Bragança, este último por lesão, apostando por Esgaio, Nuno Santos, Edwards e Paulinho.
Do lado do Casa Pia, o técnico Filipe Martins optou por um onze formado pelo guarda-redes Ricardo Batista, os centrais Vasco Fernandes, Fernando Varela e Zolotic, ainda uma linha média formada por Larrazabal, Pablo Roberto, Beni e Leonardo Lelo, sobrando para as acções mais ofensivas Soma, Clayton e Godwin.
Os dois técnicos acabaram por mexer nas suas equipas, curiosamente, ambos já depois do resultado estar construído, com Rúben Amorim a mudar os dois alas, Esgaio e Nuno Santos, para as entradas de Geny Catamo e Matheus Reis, respondendo Filipe Martins com as apostas em Felippe Cardoso e Fernando Andrade para as saídas do internacional japonês Yuki Soma e Clayton, o autor do golo dos gansos. Amorim apostaria ainda para a equipa leonina em Hjulmand, que ao minuto 75' teve a oportunidade de se estrear pelo Sporting, mas também em Mateus Fernandes e Trincão, enquanto que, do lado casapiano, Filipe Martins chamou a jogo Geraldes, Neto e Rafael Martins.
Num jogo marcado pelo equilíbrio, com muitos passes errados em que a intensidade não foi propriamente o que mais se viu sobre o relvado demasiado regado de Rio Maior, o Sporting acaba por conquistar os três pontos, com um resultado manchado pela irregularidade assumida pelo próprio Conselho de Arbitragem em comunicado emitido logo após o apito final do árbitro Nuno Almeida.
A propósito deste comunicado, aliás, as primeiras palavras apontam desde logo o erro do VAR Hugo Miguel — “O Conselho de Arbitragem (CA) informa que no lance do primeiro golo do jogo Casa Pia-Sporting verificou-se um erro na colocação do ponto que define a linha de fora de jogo. Ao invés de ser colocado no pé do avançado do Sporting foi no ombro o que conduziu a um erro de análise. O golo não devia ter sido validado uma vez que o jogador encontrava-se fora de jogo por 9 centímetros.”
Hugo Miguel suspenso das funções de VAR “por tempo indeterminado”
Conclui este comunicado do órgão que dirige a arbitragem com o lamento pelo erro cometido adiantando desde já uma consequência depois do mesmo: “O CA lamenta o sucedido e informa que a equipa de videoarbitragem do jogo ficará fora das nomeações por tempo indeterminado.”
Resta saber que consequências terão os pontos agora permitidos a uns e retirados a outros em termos de classificação no presente campeonato, algo que só saberemos lá bem mais para a frente da temporada.
Uma nota de reportagem para a paragem de que o jogo foi alvo ainda no primeiro tempo, quando um adepto se sentiu mal na bancada, atrás de uma das balizas, aparentemente com um problema cardíaco, o que levou a que as equipas médicas dos dois clubes tenham assistido aquele adepto que viria a ser evacuado de ambulância para unidade hospitalar mais próxima.