A vitória da equipa do Benfica no jogo da última jornada do campeonato da I Liga, frente ao “lanterna vermelha” e já despromovido Santa Clara, por 3-0, permitiu ao Benfica confirmar a conquista do título de Campeão Nacional e com isso avançar para os festejos, primeiro no relvado e depois no Marquês de Pombal, mas também um pouco por todo o país e até além fronteiras, pela conquista do 38º título de Campeão por parte dos encarnados. Sobre o jogo, porém, foi bem conseguido pela equipa de Roger Schmidt, apoiada a partir das bancadas por mais de 64 mil adeptos que funcionaram claramente como o 12º jogador que ao longo da época tantas vezes levou a sua equipa ao colo com um apoio inexcedível.

Com o Estádio da Luz a rebentar pelas costuras, com 64.012 espectadores nas bancadas, o Benfica garantiu este sábado o 38º título de Campeão Nacional de futebol na sua história ao vencer o Santa Clara por 3-0. Num jogo bem disputado, perante uma equipa do Santa Clara que, apesar de ter entrado em campo já despromovida para a II Liga, nunca baixou os braços, a verdade é que o Benfica entrou a dominar e chegou bem cedo à vantagem, com um golo de Gonçalo Ramos, um homem que ainda partia para este jogo com a ambição de garantir o título de melhor goleador do futebol português.

Logo aos 07’ minutos, Gonçalo Ramos respondeu da melhor forma com um cabeceamento ao cruzamento perfeito do lado direito, por Bah, inaugurando o marcador e com isso colocando ainda mais em festa os adeptos nas bancadas. Pela rádio surgia a notícia de que no Estádio do Dragão o FC Porto passava a jogar contra 10, depois da expulsão de um jogador do Vitória de Guimarães, e logo depois era apontado o primeiro golo pelos homens do Porto, nomeadamente o iraniano Taremi, que assim mantinha a distância para Gonçalo Ramos na lista dos goleadores.

Certo é que o Benfica mantinha o domínio do jogo, mesmo baixando um pouco o ritmo depois do primeiro golo desta partida. Raramente o Santa Clara conseguia controlar a bola no meio-campo da equipa da casa, mantendo esta as setas apontadas à baliza à guarda de Gabriel Batista, com Gonçalo Ramos particularmente activo depois de ter sido dele o golo inaugural da partida e, porventura, o golo do título para o Benfica.

Para este jogo, Roger Schmidt foi uma vez mais previsível no “onze” apresentado, com Vlachodimos na baliza, Bah, Otamendi, António Silva e Grimaldo na defesa, Florentino e João Neves no “miolo”, e ainda João Mário, Rafa e Neres nas costas de Gonçalo Ramos. Do outro lado, Accioly, o técnico do Santa Clara apresentou uma equipa com Gabriel Batista na baliza, Gabriel Batista a defesa formada por Pierre Sagna, Nogueira, Ítalo e MT, ainda Jordão e Adriano a procurar fechar os caminhos para a defesa e três médios – Andrezinho, Bruno Almeida e Ricardinho – atrás de Matheus Babi, num esquema táctico muito parecido com o do Benfica ainda que compreensivelmente mais recuado e encostado à sua baliza.

Ao minuto 28, num lance perfeito de contra-ataque com um entendimento perfeito entre Rafa e João Mário, este serve o seu companheiro que, à entrada da área do Santa Clara, remata para a baliza com a bola a tocar um Ítalo e com isso a trair na trajectória Gabiel Batista, fazendo o 2-0. O Benfica entrava em ritmo bem mais tranquilo, e nem a notícia do segundo do FC Porto no Dragão, por Otávio, e alguns minutos depois o 3-0 para os dragões, por Evanilson, conseguiu colocar alguma água na fervura do entusiasmo dos adeptos benfiquistas. Até ao intervalo o jogo manteve-se morno e o resultado não voltou a sofrer alterações, nem na Luz nem no Dragão, isto enquanto que no terceiro jogo disputado a esta hora, entre Portimonense e Arouca, se chegava ao intervalo com um “nulo” no marcador.

Para a segunda parte, o técnico do Santa Clara fez entrar Misao para o lugar de Bruno Almeida, mantendo Roger Schmidt a equipa inicial com que entrou em jogo. O Santa Clara ganhava assim mais um médio, procurando mais presença no meio-campo, perante um Benfica que mantinha ainda assim o domínio do jogo em busca agora do terceiro golo. Só que ao minuto 59, na sequência de um cruzamento do miúdo João Neves a partir do lado direito, Adriano cortou a bola com o braço e o árbitro Rui Costa, por indicação do VAR, foi ver o lance, acabando por assinalar uma grande penalidade favorável à equipa da casa. Chamado a converter, o espanhol e lateral esquerdo Grimaldo, por entre manifestações de apoio mas também muitos assobios vindos das bancadas, rematou para o lado esquerdo do guarda-redes Gabriel Batista que ainda adivinhou o lado da trajectória da bola acabando por permitir que esta passasse por baixo do seu corpo.

O Benfica fazia assim o terceiro golo deste jogo e fechava aqui o marcador, num jogo em que nenhuma das equipas deixava de procurar o golo, mas em que este não voltaria a aparecer. Os dois técnicos rodaram as respectivas equipas, com Accioly a chamar ao jogo Diogo Calila, Allano, Rildo e Paulo Henrique, isto enquanto que Roger Schmidt apostou no segundo tempo nas substituições quase sempre habituais, chamando ao jogo David Neres, Petar Musa, Gilberto e Chiquinho, mas também o guarda-redes suplente Samuel Soares, ele que ao minuto 88' entrou por troca com Vlachodimos, uma mudança que permitiu ao jovem guarda-redes sagrar-se também ele Campeão Nacional de forma efectiva na época que agora chegou ao final.

Até ao final do jogo, e numa partida sem casos com um trabalho tranquilo para o árbitro Rui Costa, o marcador não sofreu mais alterações, acabando o Benfica por vencer este derradeiro jogo do campeonato da I Liga e carimbando com isso a conquista do título. A partir dali, do apito final do árbitro Rui Costa, foi preciso esperar cerca de duas horas para que o Benfica pudesse levantar o troféu de Campeão no relvado do Estádio da Luz, e mais duas horas para que os adeptos festejassem o tão desejado 38 no Marquês de Pombal.

A seguir vêm aí as férias, o sempre atarefado mercado de transferências e a nova época a começar lá para Agosto, mas sobre isso muito haverá a escrever em tempo útil, sendo agora tempo para os adeptos benfiquistas festejarem o título, e para os adeptos dos clubes rivais darem os parabéns aos seus amigos benfiquistas com a esperança de que para o próximo ano possam ser eles a fetejar.

reportagem: Jorge Reis e Diogo Faria Reis
fotos: Luís Moreira Duarte 
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