Fernando Santos, o seleccionador mais titulado da Selecção de Portugal após a conquista do Euro'2016 e, posteriormente, da Liga das Nações, não resistiu a todas as polémicas resultantes da eliminação de Portugal nos quartos-de-final do Mundial do Qatar pela selecção de Marrocos, e nomeadamente pelo afastamento que determinou de Cristiano Ronaldo a quem foi retirada a titularidade nos dois últimos jogos da Turma das Quinas, e acaba de ser dispensado pela FPF das suas funções de seleccionador nacional.

Curiosamente, esta decisão, confirmada por um comunicado da Direcção da FPF divulgado às 18 horas desta quinta-feira, curiosamente acabou por ser antecipada por um comentário do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, nas televisões cerca de meia-hora antes, quando ele próprio, Marcelo, agradeceu a Fernando Santos o trabalho desenvolvido e se despediu do seleccionador.

Certo é que, minutos depois das palavras de Marcelo Rebelo de Sousa, que antecipou uma notícia quando esta ainda não era oficial, acabou mesmo por sair o comunicado da FPF...

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«A Federação Portuguesa de Futebol e Fernando Santos concordaram em dar por terminado o percurso de grande sucesso iniciado em setembro de 2014.
Após uma das melhores participações de sempre da Seleção Nacional em fases finais do Campeonato do Mundo, no Catar, FPF e Fernando Santos entendem que este é o momento certo para iniciar um novo ciclo.
Com Fernando Santos à frente da Seleção Nacional, o nosso País venceu pela primeira vez duas competições internacionais: o inesquecível Euro 2016, em França, e a Liga das Nações, em 2019.
Além dos títulos conquistados, Fernando Santos tornou-se o selecionador com mais jogos e mais vitórias.
Foi uma honra ter podido contar com um treinador e uma pessoa como Fernando Santos na liderança da Seleção Nacional.
A FPF agradece a Fernando Santos e à sua equipa técnica os serviços prestados ao longo de oito anos ímpares e acredita que este agradecimento é feito também em nome dos portugueses.
A Direção da FPF iniciará agora o processo de escolha do próximo selecionador nacional.»

Posteriormente a este comunicado, também o até agora seleccionador Fernando Santos veio ler um comunicado pessoal em que agradece à FPF e aos portugueses o facto de lhe terem permitido relizar um sonho, e cumprir o que disse ser “um objectivo de vida”, saindo das suas funções com um “um enorme sentimento de gratidão”...

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Cristiano Ronaldo e Fernando Gomes em silêncio absoluto

Curiosamente, e tendo sido várias as reacções de inúmeros jogadores da Selecção Nacional na despedida a Fernando Santos, como Pepe, o primeiro jogador a reagir no seu Instagram, mas também jogadores no activo ou ex-jogadores da Turma das Quinas, como Ricardo Quaresma, João Félix, Éder, João Mário, Nuno Mendes, Vitinha, André Silva, Rui Patrício, Rúben Dias, Raphael Guerreiro, Cédric, Bruno Fernandes, Danilo Pereira, Otávil, William Carvalho e Bernardo Silva, até ao presidente da Liga de Clubes, Pedro Proença.

Outros houve que primaram pelo silêncio nas primeiras horas após ser conhecida a decisão da FPF em afastar Fernando Santos do comando da Selecção Nacional, nomeadamente o próprio Presidente da FPF, Fernando Gomes, ou o Próprio capitão da Selecção, Cristiano Ronaldo, de quem não se ouviu (nem se leu) nenhuma reacção a este desfecho, nem tão pouco das irmãs de Cristiano Ronaldo ou da sua companheira, Giorgina Rodriguez, que antes, quando Ronaldo perdeu a titularidade na Selecção Nacional, foram particularmente céleres a criticar Fernando Santos.\

De Fernando Gomes, o actual presidente da Direcção da Federação Portuguesa de Futebol, o sil|encio é tanto ou mais ensurdecedor já que foi sempre Fernando Gomes quem foi visto como o grande amigo de Fernando Santos no elenco directivo da FPF, havendo indicações de que teria sido o próprio Fernando Gomes quem teria sugerido a Fernando Santos que o contrato com a FPF fosse feito através de uma empresa de Fernando Santos, a tão falada FEMACOSA, sobre a qual se diz que alegadamente terá servido para que Fernando Santos, ao que tudo indica sem uma ligação oficial efectiva à FPF, pudesse suportar uma carga fiscal menor do que a lhe seria imposta em circunstâncias normais. A verdade é que todos estes cenários não passam de especulações que ninguém na FPF, e nomeadamente o seu presidente, Fernando Gomes, veio até agora explica.

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Ainda a propósito de reacçõs à saída de Fernando Santos da FPF, outros jogadores que permaneceram em silêncio, mesmo depois de terem sido promovidos à condição de internacionais AA por Fernando Santos, foi o lateral João Cancelo, outro dos jogadores que neste Mundial do Qatar teve uma presença não muito constante no que à titularidade disse respeito, mas também o benfiquista Rafa Silva, campeão europeu em 2016 e que dias antes do arranque do Mundial do Qatar abdicou de representar a Selecção Nacional, tendo agora ficado em silêncio perante a saída de Fernando Santos.

João Mourinho ne frente para a sucessão entre outras alternativas

Consumada a saída de Fernndo Santos, a Direcção da FPF terá já começado a encetar contactos no sentido de conseguir uma alternativa, aparecendo o nome de José Mourinho como o homem mais desejado pelo elenco de Fernndo Gomes para assumir o comando da Turma das Quinas, mesmo que isso implicasse um acordo com a AS Roma, com quem José Mourinho tem contrato até ao final da época de 2023-2024, para que o técnico setubalense pudesse conjugar as duas posições, de técnico principal da AS Roma e da Selecção Nacional.

Este cenário, no entanto, rapidamente foi colocado de lado já que, embora tenham surgido notícias que José Mourinho estará disponível para assumir o lugar de Seleccionador Nacional, só o pretenderá fazer no final da presente temporada, e mesmo assim essa solução estaria dependente da posição da AS Roma com quem Mourinho terá nessa altura mais um ano de contrato. A Selecção Nacional e a FPF terá assim que esperar por José Mourinho, se este puder assumir a Turma das Quinas no verão de 2023, e até lá, como já fez saber a Direcção federativa, a solução passaria por apostar num seleccionador interino, sendo certo que a Direcção da FPF entende que “está na altura de dar início a unovo ciclo”.

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Esta vontade de começar um novo ciclo, e a admissão de que o novo ciclo possa ser começado por um técnico interino, mesmo assumindo que Portugal tem um conjunto de adversários pela frente na caminhada para o apuramento para o Euro'2024 tidos como acessíveis, é ainda assim paradoxal, o que poderá mesmo afastar José Mourinho do planos para já da Turma das Quinas, nomeadamente se a AS Roma não libertar o técnico de Setúbal.

Perante uma possível indisponibilidade de José Mourinho em assumir o comando da Selecção Nacional de Portugal, a FPF terá já alguns alvos para um possível plano B, sendo vários os nomes falados, nomeadamente o de Jorge Jesus, actualmente à frente do Fenerbache, mas também Abel Ferreira (Palmeiras), Rui Vitória (seleccionador do Egipto) e Bruno Lage (sem clube), entre outros. Rui Jorge, actualmente o seleccionador da formação de Sub-21 de Portugal, é visto também como um bom nome para assumir a Turma das Quinas, pelo menos numa posição interina até que o gabinete de FErnando Gomes encontrasse outra solução para este embróglio.

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Jorge Reis

 

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