Foi preciso um golo apontado por Cristiano Ronaldo ao minuto 90'+01', confirmado apenas depois de devidamente verificado pelo VAR, para que Portugal carimbasse a vitória no terreno da Islândia, em Reiquiavique, no quarto jogo do Grupo J de qualificação para o Euro'2024, numa partida em que a exibição cinzenta de Portugal não permitiu mais do que a vitória tangencial naquele que era apontado como um jogo mais tranquilo para a Turma das Quinas. A verdade é que Portugal jogou sem grande chama ao longo de todo o primeiro tempo e só na etapa complementar conseguiu alguma superioridade sobe a turma islandesa, acabando esta por claudicar na fase final, principalmente depois do minuto 81 quando Willumsson viu o segundo cartão amarelo e o consequente vermelho, ficando a Islândia reduida a 10 unidades.

Para este jogo, e depois da vitória no último sábado, dia 17, por 3-0 frente à Bósnia, numa partida em que também por essa altura o resultado foi melhor do que a exibição, o seleccionador Roberto Martinez operou algumas alterações no “onze” da turma das Quinas, chamando à titularidade Pepe para o lugar de António Silva, Dalot na posição de lateral esquerdo por troca com Raphael Guerreiro, Rúben Neves por troca com o lesionado Palhinha e Rafael Leão na frente de ataque a relegar João Félix para o banco. Mantiveram a titularidade o giuarda-redes Diogo Costa, os centrais Danilo e Rúben Dias, ainda Bruno Fernandes e João Cancelo na linha média e, na frente, Bernardo Silva e Cristiano Ronaldo, com este a assinar o jogo 200 pela Selecção Nacional, facto que lhe valeu mais um recorde autenticado por um certificado do Guiness, isto porque passa a ser o único jogador com 200 internacionalizações pela Selecção A. Do lado da Islândia, o seleccionador Age Hareide apresentou um “onze” num clássico 4x3x3 formado por Rúnarsson; Fridriksson, Pálsson, Ingason e Magnússon; Willumsson, Traustason e Johann Gudmundsson; Albert Gudmundsson, Thorsteinsson e Finnbogason.

Com aqueles esquemas tácticos, foi Portugal quem conseguiu as melhores oportunidades, curiosamente em lances protagonizados pelos centrais da Turma das Quinas, primeiro por Rúben Dias ao minuto 8', e depois por Pepe ao minuto 16'. sempre na resposta a pontapés de canto batidos por Bruno Fernandes, mas a Islândia dava também o sinal da sua graça ao minuto 24' quando Pálsson atirou por cima da trave num lance em que estava isolado na grande área de Portugal e poderia ter feito muito melhor para as cores da sua selecção. Até ao intervalo, porém, nenhuma das equipas conseguiu mais “abanar” o jogo, mantendo-se o “nulo” quando os dois conjuntos recolheram aos balneários.

Portugal precisava de mudar alguma coisa no seu jogo para conseguir ser mais construtivo no último terço do terreno e esperava-se que Roberto Martinez fizesse algumas alterações na Turma das Quinas para o segundo tempo. Portugal entrou melhor no jogo depois do intervalo mas sem que isso fosse traduzido em mudanças efectivas na capacidade ofensiva pelo que, ao minuto 67', Rúben Neves e João Cancelo deram os seus lugares a Gonçalo Inácio e Raphael Guerreiro, alterações que não trouxeram ainda assim grande mudança na capacidade da Selecção de Portugal. Aliás, a grande oportunidade surgiu ao minuto 72' mas para o lado da Islândia quando Willumsson, um dos homens mais influentes na turma islandesa, rematou em força levando a bola a passar perto do poste esquerdo da baliza à guarda de Diogo Costa.

Ao minuto 81, Willumsson voltou a ser protagonista, agora pelos piores motivos, com uma entrada dura sobre Gonçalo Inácio que lhe valeu o segundo cartão amarelo e o consequente vermelho, deixando a sua equipa reduzida a 10 unidades. Ricardo Martinez voltou então a mexer na Turma das Quinas, apostando agora em Vitinha e Otávio para as posições de Bruno Fernandes e Danilo Pereira, mas foi preciso esperar pelo minuto 89 para que Cristiano Ronaldo conseguisse enviar a bola para o fundo da baliza da Islândia, num golo que deixou dúvidas pela posição de alguns jogadores de Portugal num lance em que Gonçalo Inácio recebe um cruzamento de Bernardo Silva e, de cabeça, deixa a bola ao alcance de Cristiano Ronaldo que consegue desviar a bola para dentro da baliza. Consultado o VAR, o golo de Portugal foi mesmo validado, permitindo a festa a Cristiano Ronaldo que assim voltou a ser determinante ao dar a vitória a Portugal neste jogo da fase de qualificação para o Euro'2024.

Até ao final as oportunidades de golo não apareceram, nenhuma das equipa conseguiu mais nem melhor do que tinha feito até ali, e se é verdade que Portugal tem que retirar deste jogo as devidas ilações pela necessidade que terá de fazer muito mais nos jogos que aí vêm, também é um facto que a Turma das Quinas soma até agora quatro vitórias no quatro jogos disputados, tendo por isso o máximo de pontos possível, 12, na liderança do Grupo J desta qualificação. Nota final para a prestação de Gonçalo Inácio, jogador que fez a assistência para o golo de Cristiano Ronaldo, ele que sendo defesa central de raíz acabou ainda assim por ser um dos elementos mais determinantes durante o segundo tempo, altura em que Roberto Martinez o chamou ao jogo tendo o jovem jogador do Sporting respondido com uma muito boa prestação.

texto: José Andrade
fotos: Diogo Pinto/FPF
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