Com três jogadores a bisarem — Gonçalo Inácio, Gonçalo Ramos e Diogo Jota — e mais três golos de Ricardo Horta, Bruno Fernandes e João Félix, Portugal venceu esta segunda-feira a seleção do Luxemburgo por um tão convicente quanto justificado 9-0, a maior goleada de sempre da Turma das Quinas em jogos oficiais de fases de qualificação para competições internacionais.

No Estádio do Algarve, numa partida em que o selecionador Roberto Martinez não pôde contar com o capitão Cristiano Ronaldo, a cumprir um jogo de castigo por acumulação de cartões amarelos, Portugal apresentou-se uma vez mais com dois centrais, com Ruben Dias e Gonçalo Inácio, este último no lugar de António Silva que ficou no banco, e acabou mesmo por ser o central do Sporting o primeiro a marcar para a Turma das Quinas e a abrir o caminho para a goleada sobre o Luxemburgo.

Com Diogo Costa na baliza, os centrais já referidos, com Danilo Pereira à sua frente, Nélson Semedo e Diogo Dalot nos corredores laterais, Bernardo Silva, Bruno Fernandes e Rafael Leão na linha média atrás de Diogo Jota e Gonçalo Ramos, a Seleção de Portugal entrou a praticar um jogo ofensivo e objectivo, em velocidade e transições rápidas, acabando por chegar ao primeiro golo frente ao Luxemburgo logo aos 13 minutos, por Gonçalo Inácio, com um cabeceamento perfeito depois de um cruzamento de trivela do lado direito do ataque de Portugal por Bruno Fernandes. Inácio estreava-se assim a marcar num jogo que ficaria para a história pelos números que permitiu.

Ao minuto 18', depois de uma perda de bola da seleção do Luxemburgo no seu meio-campo defensivo, foi a vez de Gonçalo Ramos, o agora avançado do Paris Saint Germain que esta época ainda não havia marcado qualquer golo desde que chegou à formação parisiense, a fazer o 2-0 para Portugal. Ramos, contudo, não ficou por aí, e ao minuto 33 voltou a faturar, agora num lance de enorme qualidade.

Rafael Leão cruzou com conta peso e medida para o interior da área do Luxemburgo e Gonçalo Ramos, depois de um pormenor de classe ao retirar um defesa contrário do lance, rematou ao ângulo da baliza luxemburguesa fazendo o 3-0 no jogo e o segundo golo para a sua conta pessoal. Depois, antes ainda do intervalo, ao minuto 45'+04' (o árbitro havia dado mais cinco minutos de compensação), novo cruzamento de Bruno Fernandes e uma vez mais Gonçalo Inácio a aparecer com um cabeceamento simplesmente perfeito, assinando o 4-0 com que o jogo foi para intervalo.

Segundo tempo manteve qualidade e subiu em quantidade... de golos!

O período de descanso chegava ao Estádio do Algarve com a vitória decidida, mas nem o público mais animado e em claro ambiente de festa imaginava o que estava para vir na segunda metade da partida. É que ao contrário do que seria até compreensível se Portugal quebrasse o ritmo do jogo e levasse a partida apenas para uma vitória tranquila mas sem muito mais história, a verdade é que os golos continuaram a surgir, acabando por ser marcados mais na segunda parte do que já tinham sido conseguidos no primeiro tempo.

Luc Holtz, o selecionador do Luxemburgo, fez três alterações na sua equipa no arranque do segundo tempo, mas Portugal continuou a dominar e a construir os melhores lances. E de tal forma assim foi que ao minuto 57' apareceu Diogo Jota a assinar o 5-0, num lance em que uma vez mais a assistência para o golo foi de Bruno Fernandes.

A vencer por cinco golos, o selecionador Roberto Martinez mexeu finalmente na sua equipa, chamando ao jogo João Cancelo, João Félix e Ricardo Horta, para as saídas de Nélson Semedo, Gonçalo Ramos e Bernardo Silva, ao minuto 61'. Seis minutos decorridos, e logo depois de um remate da seleção do Luxemburgo à baliza de Portugal, o único em toda a partida que obrigou a alguma aplicação do guarda-redes Diogo Costa, Portugal voltou a marcar, para o 6-0, agora apontado por Ricardo Horta, com um excelente remate, depois de um passe de Diogo Jota num lance de ataque iniciado por Rúben Dias.

O público continuava a fazer a festa nas bancadas do Estádio do Algarve, a formação do Luxemburgo surgia cada vez mais perdida nas quatro linhas, e com 6-0 no marcador, Roberto Martinez, ao minuto 75'. voltou a mexer na sua equipa, com as entradas de Otávio e Rúben Neves por troca com Rafael Leão e Danilo Pereira. E foi já com esta “renovada” equipa que Portugal voltou a marcar, dois minutos decorridos sobre as substituições, com Diogo Jota a bisar. O avançado do Liverpool tentou assistir João Félix, a bola foi cortada por um defesa do Luxemburgo e o mesmo Diogo Jota aproveitou o ressalto para fazer o 7-0.

Por esta altura, os sete golos de Portugal já tinham permitido que quatro jogadores lusos tivessem festejado os tentos para as suas contas pessoais, mas ainda haveria mais golos para festejar. Assim, ao minuto 83' acabou por surgir o 8-0, marcado por aquele jogador que mais tinha feito em termos práticos para o dilatar do resultado sem que tivesse marcado até então qualquer golo — Bruno Fernandes. Depois de uma recuperação de bola por Ricardo Horta no meio-campo adversário, o jogador do Sp. Braga assistiu o médio ofensivo do Manchester United que, assertivamente, assinou o oitavo golo da partida.

Luc Holtz saiu do banco do Luxemburgo ao oitavo golo

Sofrido o oitavo golo pela sua seleção, e completamente incapaz de fazer algo para mudar o rumo dos acontecimentos, o selecionador Luc Holtz saiu para o túnel em direção aos balneários, de onde voltou pouco depois a tempo ainda de ver o que seria o último golo do jogo.

Com efeito, ao minuto 88' foi a vez de João Félix a assinar mais um golo, o último desta partida, por sinal um excelente golo na sequência de um trabalho individual de primeiro nível por parte do agora jogador do Barcelona. Félix recebeu pelo lado esquerdo, puxou para dentro, procurou enquadrar-se com a baliza e rematou ao ângulo da baliza do Luxemburgo, tirando a bola do alcance do guarda-redes adversário que nada pôde fazer para impedir o 9-0.

Portugal venceu sem qualquer contestação, o público no Estádio do Algarve assistiu à maior goleada de Portugal em jogos de fases de qualificação para Europeus e Mundiais e a festa foi mais do que justificada no final da partida, um jogo que teve mais quatro minutos de compensação dados pelo árbitro inglês John Brooks, um juíz que poderia ter dado muito mais tempo de descontos em face dos cinco golos verificados só no segundo tempo e das várias substituições operadas no jogo pelos dois selecionadores, mas que optou por dar apenas quatro minutos, num gesto de claro bom senso em relação a um jogo que estava já naturalmente decidido.

Depois deste jogo, Portugal soma agora 18 pontos em seis jogos disputados, com 24 golos marcados e nenhum sofrido na caminhada para o Euro'2024. Já o Luxemburgo surge agora na terceira posição com 10 pontos, com 7 golos marcados e 16 sofridos, atrás da Eslováquia, segundo classificado neste grupo J, com oito golos marcados e dois sofridos e 13 pontos acumulados, seleção com quem Portugal terá que jogar no Estádio do Dragão no próximo dia 13 de Outubro no próximo jogo desta fase de qualificação para o Euro'2024.

Jorge Reis/LusoGolo

 

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