Um sismo de magnitude 7.8 na escala aberta de Richter, ocorreu na madrugada desta segunda-feira, às 4h17 locais, com o epicentro no sudeste da Turquia, em Gaziantep, provocando mais de 3000 mortos e milhares de feridos na Turquia mas tambem na Síria. Os primeiros números apontavam para 1600 mortos na Turquia e um milhar de vítimas mortais na Síria, mas estes números rapidamente foram ultrapassados num cenário em que milhares de pessoas poderão estar soterradas depois daquela que é já considerada a maior tragédia na turquia nos últimos 100 anos.

O governo turco decretou entretanto sete dias de luto nacional mas a principal tarefa das populações é resgatar possíveis sobreviventes dos escombros, num cenário particularmente perigoso já que as réplicas sísmicas têm vindo a ocorrer esta segunda-feira provocando o colapso de diversos edifícios apanhando na queda muitos dos que conseguiram escapar ao primeiro sismo, e até as equipas de emergência que desde o início apostaram no resgate de sobreviventes.

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Cerca de uma hora depois, uma réplica mais forte, de 7,7 graus na escala aberta de Richter, com epicentro verificado quatro quilómetros a sudeste da cidade turca de Ekinozu, provocou o desabar de muitos edifícios complicando ainda mais a tarefa das equipas de emergência no terreno, sem comunicações, por entre edifícios que terá soterrado dezenas de milhar de vítimas.

Esta faixa de terreno afectado pelo sismo desta segunda-feira situa-se entre duas grandes placas tectónicas as quais, ao longo da história, têm provocado sismos de grandeza considerável e com números elevados de vítimas. Em 1999, por exemplo, um sismo igualmente na Turquia provocou então 17 mil mortos.

Na Síria, o Ministério da Saúde confirmou mais de um milhar de mortos nas províncias de Hama, Tartus, Latakia e nas partes de Aleppo que administra, enquanto os Capacetes Brancos, um grupo de socorristas que opera exclusivamente nas áreas da Síria nas mãos da oposição, indicou nas primeiras horas após o sismo mais de 120 mortos nas províncias do noroeste de Idlib e Aleppo. Certo é que o Centro Nacional de Monitorização Sísmica da Síria disse que o terremoto, que ocorreu perto da fronteira da Turquia com a Síria, foi o "mais forte" registado pelos sistemas sírios desde que entraram em funcionamento, em 1995.

Agora, e relativamente ao sismo desta segunda-feira, a reacção de entidades internacionais, nomeadamente da União Europeia, foi imediata, tendo sido destacadas várias equipas de resgate que irão chegar à Turquia e à Síria nas próximas horas. De igual modo, membros da defesa civil palestiniana e equipas médicas vão ser enviadas à Turquia e à Síria para ajudar nas operações de resgate.

Entretanto, na Turquia, o número provisório de vítimas mortais era já de 1.762 mortos de acordo com o órgão público de gestão de catástrofes, sabendo-se por outro lado que, na Síria, o número de mortos confirmados ultrapassa já os 1.300, sendo que todos estes números deverão crescer já que as equipas de resgate correm agora contra o tempo na tentativa de descobrir sobreviventes entre os escombros. Segundo as autoridades turcas e os números adiantados pela imprensa internacional, contabilizam-se já no terreno mais de 13 mil feridos. Mas se alguns números apontam para a tragédia, outros números são positivos, nomeadamente os números adiantados pelo diretor da Autoridade de Emergência e Desastre da Turquia segundo o qual 6445 pessoas foram resgatadas dos escombros após o sismo em Gaziantep.

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Sabe-se entretanto que mais de cinco mil edifícios colapsaram, mas também estruturas que não se imaginaria que pudessem ser reduzidas a escombros. Entre estas está um castelo romano com mais de 2.000 anos que colapsou após o sismo cujo epicentro foi registado exactamente sobre a localidade em que se encontrava este castelo. Situado no topo de uma colina, o Castelo de Gaziantep foi construído ao longo dos séculos II e III como torre de vigia e não resistiu agora aos abalos sísmicos. O Castelo de Gaziantep, Património Mundial da UNESCO na Turquia, começou por ser construído pela primeira vez como uma torre de vigia no período romano nos séculos II-IV d.C. e expandido ao longo do tempo, tendo agora sido destruído quase na sua totalidade.

Entretanto, e a julgar pela informação adiantada po Paulo Cafôfo, secretário de Estado das Comunidades citado pela RDP Internacional, não há registo de vítimas portuguesas na Turquia e na Siria até ao momento, sabendo-se que, de acordo com números provisórios, foram já identificados turistas portugueses e 141 estudantes Erasmus na Turquia, os quais vão continuar a ser ser acompanhados pelo Governo a julgar pelas garantias dadas poe Paulo Cafôfo. Ainda assim, quaisquer contactos para a embaixada de Portugal em Ancara podem ser feitos através do número de telemóvel +90 532 605 13 57, ligado 24 horas por dia e também disponível em WhatsApp.

JR/LusoNotícias
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