Um comboio da CP que circulava esta quarta-feira ao início da noite no sentido Lisboa/Oriente-Sintra foi imobilizado por acção de alguém que, no interior da composição ferroviária, terá puxado o travão de emergência em face das condições em que os passageiros circulavam, em sobrelotação, havendo mesmo quam se sentisse mal nas carruagens. Depois de imobilizado o comboio, e porque prosseguiam as más condições para os passageiros dentro das carruagens, nomeadamente sem ventilação capaz, houve quem abrisse as portas do comboio levando os passageiros a sair das carruagens para, a pé, caminhando sobre a linha férrea, chegarem assim à estação mais próxima, acção que obrigou mesmo a que agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) chamados ao local criassem um corredor para que essa movimentação dos passageiros fosse feita em segurança, tendo sido interrompida a circulação de comboios naquela linha nos dois sentidos.

Nas redes sociais foram vários os relatos de passageiros que davam conta da inexistência de condições para os passageiros da CP fazerem o percurso dentro das carruagens, mas também fora destas a pé pela linha férrea, havendo relatos que apontaram para a existência de crianças, idosos e até mesmo algumas grávidas que terão saído por portas a mais de metro do solo depois do comboio ter ficado imobilizado.

Em comunicado entretanto distribuído pela Comunicação Social e citado pela SIC, a Comboios de Portugal veio entretanto dar conta que já terá sido aberto uma averiguação interna relativa aos acontecimentos com o comboio sobrelotado na linha de Sintra, deixando por isso um pedido de desculpas aos passageiros. De acordo com este comunicado, o comboio em causa circulava com um atraso de 45 minutos, tendo um dos passageiros accionado o sinal de alarme que imobilizou o comboio.

De acordo com o comunicado da CP, “enquanto o revisor seguia os procedimentos de segurança e se deslocava para a carruagem onde o sinal de alarme havia sido acionado, alguns passageiros abriram as portas das carruagens e saíram para a linha”. Acrescenta a CP que tendo em conta a segurança dos passageiros, foi permitido o acesso dos passageiros para o passeio contíguo à linha férrea “onde ficaram em segurança, fora da área onde é proibida a circulação de peões.”

Para esta situação terá contribuído o período de greve iniciada na passada segunda-feira na CP que, segundo a própria empresa, deverá provocar "fortes perturbações" até quinta-feira. Também devido a esta greve, a CP suprimiu esta quarta-feira, entre as 00:00 e as 18:00, 746 comboios de um total de 985 programados, permitindo ainda assim a circulação de 239 comboios para assim serem cumpridos os serviços mínimos estabelecidos.

Restará referir que se desconhece a possível identificação do passageiro que accionou a travagem de emergência e muito menos se o mesmo será alvo de alguma sanção, isto porque o accionar da travagem de emrgência é objecto de coima se esse acto não for justificado. Por outro lado, e nomeadamente na linha de Sintra onde a circulação de comboios em sobrelotação é uma situação recorrente, corremos o risco de que este tipo de situações se venham a repetir nos comboios da CP.

Jorge Reis/LusoNotícias
Pin It