O Reino Unido vai deixar a União Europeia depois de 51,9% dos eleitores britânicos terem votado, no dia 23 de junho, a favor do Brexit, no respetivo referendo .
Nesse sentido, foi invocado o artigo 50 do Tratado de Lisboa, assinado na capital portuguesa em dezembro 2007 e em vigor desde dezembro de 2009, que prevê a possibilidade de qualquer estado-membro abandonar a comunidade europeia de forma voluntária e unilateral. A negociação da saída do Reino Unido da UE deverá ser concluída no prazo de dois anos.
Para já, o papel dos países britânicos no Conselho Europeu não irá sofrer alterações, mas já são bem visíveis algumas consequências naquele território, com destaque para a demissão de David Cameron do cargo de Primeiro-Ministro da Grã-Bretanha, que se deu na sequência dos resultados eleitorais mas que só será concretizada dentro de sensivelmente três meses.
“O país precisa de uma liderança refrescada. Farei tudo o que puder para manter o navio durante as próximas semanas ou meses, mas não acho correto ser o capitão responsável por levar o país ao seu próximo destino”, referiu o político britânico, líder do Partido Conservador.
Além disso, a libra esterlina entrou em desvalorização, como já seria expectável, atingindo o valor mais baixo em mais de trinta anos. Espera-se que exista um aumento das taxas de juro e dos custos de mão de obra, causados pela inflação, o que poderá levar a um período de instabilidade económica e financeira no Reino Unido.
texto: Gonçalo Santos
