Com uma vitória por 2-1, o Sporting garantiu esta quinta-feira, em Alvalade, uma posição de vantagem na discussão das meias-finais da Taça de Portugal a duas mãos, uma contenda que irá proseguir no próximo dia 3 de Abril, no Estádio da Luz, altura em que será definido entre estas duas equipas um dos finalistas para a prova raínha do futebol português. Ao intervalo da eliminatória é o Sporting que está em vantagem, tangencial, por 2-1, mas nada está decidido depois deste jogo marcado por alguma superioridade leonina, golos anulados, polémica quanto baste sempre presente no dérbi eterno, e exibições de grande nível de elementos como Morita e Gyokeres no Sporting, ou ainda Di Maria e António Silva no Benfica.

Num jogo em que o Sporting esteve francamente melhor, nomeadamente no primeiro tempo, dado “de avanço” por um Benfica que demorou a encontrar-se, muito por culpa das opções uma vez mais falhadas do seu treinador Roger Schmidt, que apostou no tão falado “ataque móvel” sem ponta-de-lança, entregando o ataque a Rafa ladeado por Di Maria e David Neres, a equipa leonina, a jogar em Alvalade, venceu por 2-1, chegou ao intervalo a vencer depois de um primeiro golo de Pedro Gonçalves logo aos 9' minutos, chegou mesmo a fazer o 2-0 no arranque do segundo tempo por Gyokeres, que deixou completamente batido o central argentino Otamendi, ao minuto 58' e só depois disso acabou por permitir que o Benfica se reorganizasse e equilibrasse a contenda.

À partida para este jogo, Roger Schmidt apostou no mesmo onze que garantiu a vitória tranquila sobre o Portimonense, jogando com Trubin entre os postes, a defesa formada por Bah, António Silva, Otamendi e Aursnes, ainda João Mário João Neves e Kokçu no meio-campo, sobrando para a linha ofensiva um trio sem ponta-de-lança, com Rafa ao meio, Di Maria pelo lado direito e David Neres pelo lado esquerdo. Do outro lado, o Sporting apresentou uma equipa com Franco Israel como guarda-redes, cumprindo afinal o que havia sido garantido pelo técnico Ruben Amorim, ele que escalou depois Diomande, Coates e Eduardo Quaresma para o eixo da defesa, ainda Geny Catamo, Hjulmand, Morita e Matheus Reis, aparecendo mais adiantados Edwards, Gyökeres e Pote.

Depois do primeiro tempo “dado de avanço” por Roger Schmidt, ao intervalo o Benfica começou a mexer, fazendo entrar Morato por troca com Bah, obrigando Aursnes a passar para a lateral direita. Ainda assim, foi o Sporting quem fez o segundo golo, no tal lance em que Otamendi foi “vulgarizado” por Gyokeres. Ora, a perder por 2-0, Schmidt terá percebido finalmente os erros das suas apostas iniciais, motivo pelo qual chamou Tengsted para jogo retirando David Neres. Rafa passou a jogar mais recuado, deixando de ser ele a referência no ataque, e tudo isso aliado à capacidade ímpar de Di Maria permitiu que o Benfica se reerguesse.

À passagem do minuto 69', Angel Di Maria armou um cruzamento milimétrico a partir do corredor esquerdo para as costas da defesa leonina onde apareceu Aursnes, o tal médio que passou neste jogo a jogar a lateral direito, por vezes mesmo a extremo, respondendo a preceito a fazer um golo indefensável para Franco Israel.

Depois, ao minuto 71', quando o Sporting ainda procurava reagir do golo do Benfica, eis que Di Maria, de novo, aparece em zona frontal à baliza do Sporting para encher o pé e rematar ao poste mais distante do guarda-redes leonino, enviando a bola pela segunda vez para o fundo das redes num lance em que o guardião do Sporting estava batido sem capacidade de resposta. O Benfica ainda festejou o que seria o golo do empate, mas o VAR Fábio Melo chamou o árbitro Fábio Veríssimo a rever o lance, isto porque entre o momento do remate do argentino e a entrada da bola na baliza do Sporting o avançado do Benfica Tengsted ficou entre a bola e o guarda-redes, impedindo, no entendimento do ábitro, que Franco Israel visse a trajectória da bola, motivo pelo qual o golo de Di Maria acabou invalidado.

Em dois minutos, o Benfica tinha causado um calafrio em Alvalade, os adeptos leoninos passaram da euforia, que lhes permitiu mesmo brindar a equipa do Benfica com alguns olés a um momento de passividade, na reação ao golo de Di Maria, e a festa só regressou em pleno às bancadas onde estiveram 45.393 espectadores quando Fábio Veríssimo anuíu à indicação do VAR e invalidou o que seria o empate a duas bolas.

O Sporting procurou reagir, Nuno Santos, que entretanto foi chamado ao jogo, ainda fez um golo soberbo com um remate em arco que só não deu o 3-2 porque houve um fora-de-jogo anterior ao remate do lateral leonino, acabando o Benfica por dominar a partida até ao apito final mas de forma inconsequente, terminando o jogo com a vitória dos leões por 2-1, um resultado que ainda assim deixa tudo em aberto para o jogo da segunda mão a disputar apenas no próximo dia 3 de Abril no Estádio da Luz.

O Sporting terá desde já que concentrar atenções para o jogo do próximo domingo, às 18h00, em Alvalade frente ao Farense, enquanto que o Benfica terá um compromisso em teoria bem mais complicado, isto porque vem aí mais um clássico do futebol português, igualmente no domingo, às 20h30, no Estádio do Dragão, onde o FC Porto irá receber a equipa de Roger Schmidt. Qualquer um desses jogos, porém, dizem respeito ao campeonato da I Liga, pelo que a Taça de Portugal fica para já “adiada” para o arranque de Abril, com outras preocupações para todos até lá.

texto: Jorge Reis
fotos: Diogo Faria Reis e Luís Moreira Duarte
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