O Sporting conseguiu esta quinta-feira um empate na Polónia, no terreno do Rakow Czestochowa, por 1-1, em jogo da terceira jornada do grupo D da Liga Europa, numa partida em que foi obrigado a alinhar com apenas 10 elementos desde o minuto 8', após a expulsão de Gyokeres, e em que esteve ainda assim à vista o triunfo leonino. Coates, aos 14 minutos, ainda colocou o Sporting na frente do marcador, na melhor resposta a um pontapé de canto de Pedro Gonçalves, uma vantagem que se manteve para a equipa de Alvalade até perto do fim.

Porém, ao minuto 81' o conjunto polaco conseguiu mesmo fazer o golo do empate e o Sporting acabou o jogo debaixo de enorme pressão, imposta por uma equipa polaca que ficou claro ser inferior em termos de qualidade, mas que em face das circunstâncias, com os leões a perderem o seu homem forte do ataque logo no arranque do jogo e a jogarem com 10, acreditou o Rakow que seria possível pontuar pela primeira vez na Liga Europa, e até mesmo ganhar, algo por que se esforçou ainda que sem alcançar essa glória. Num jogo condicionado por uma falta escusada de Gyokeres a meio-campo quando havia ainda tanto por jogar e um claro favoritismo para confirmar, os leões acabaram por sofrer e não foram além de um empate frente ao adversário claramente ao seu alcance num jogo em que os leões tinham tudo para vencer sem contestação.

Sobre a história do jogo, quando aos sete minutos o avançado Viktor Gyokeres entrou por trás sobre Arsénic, junto à linha de meio-campo, estava longe de imaginar que aquela entrada iria ser determinante no desenrolar do jogo, isto porque o avançado sueco não conseguiu tocar na bola, carregou de forma perigosa o central da turma polaca, e o VAR chamou a atenção do árbitro, o grego Anastasios Papapetrou, que depois de ter exibido um cartão amarelo mudou a sua decisão e expulsou o número 9 da turma leonina, reduzindo o conjunto do Sporting a 10 elementos.

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Arsénic também teve que sair, lesionado, dando o seu lugar ao brasileiro Jean Carlos, e quando se esperava que as dificuldades aumentassem para o Sporting, eis que à passagem do minuto 14, na sequência de um pontapé de canto, Pedro Gonçalves fez o cruzamento e Coates saltou sem oposição na grande-área da baliza dos polacos para cabecear para um golo aparentemente tão fácil quanto eficaz.

Em resumo, o Sporting começou a partida com uma má notícia, pela expulsão de Gyokeres, de algum modo “compensada” com o golo apontado por Coates, que determinou que o conjunto polaco tivesse que jogar mais balanceado para o ataque, permitindo espaços para que o Sporting procurasse lançar ataques em velocidade para as costas da defesa do Rakow Czestochowa.

Com este cenário, o Sporting, que entrou neste jogo com algum favoritismo, mesmo em desvantagem numérica conseguiu manter a coesão na equipa, com Marcus Edwards a surgir como o homem mais veloz na busca dos espaços permitidos pela defesa do Rakow.

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Com Pedro Gonçalves lá na frente, Rúben Amorim escalou uma formação em que Morita e Hujlmand surgiram como os donos do meio-campo, com Esgaio e Matheus Reis nos corredores laterais, e a habitual linha de três centrais formada por Diomande, Coates e Gonçalo Inácio à frente do guarda-redes Franco Israel. Este, aliás, acabou por ser a principal surpresa na equipa do Sporting, isto porque relegou para o banco de suplentes o experiente Adám.

Do outro lado, o técnico do Rakow Czestochowa apresentou uma equipa com um esquema táctico muito idêntico ao do Sporting, com o guarda-redes Kovacevic, os centrais Racovitan, Arsenic e Rundic, ainda quatro elementos na linha média – Tudor, Kochergin, Berggren e Plavsic –, aparecendo lá na frente Cebula, Crnac e Yeboah. Com estas pedras no terreno, e em vantagem numérica, poderia ser a turma polaca a dominar o jogo, mas esse domínio acabou por ser consentido, isto porque o Sporting, mesmo com um elemento a menos sobre o relvado, sou dar a iniciativa do jogo ao adversário mas sempre na espreita de alguma oportunidade para a transição em velocidade sobre o meio-campo do conjunto polaco.

À passagem da meia-hora a equipa do Rakow conseguiu finalmente uma oportunidade com algum perigo para a baliza de Franco Israel, com Rundic a rematar em zona frontal à baliza do Sporting, valendo aos leões a deficiente finalização da turma polaca. Ficava ainda assim o aviso para o Sporting que não poderia facilitar, não apenas porque com menos um elemento o jogo desde logo prometia ser complicado, mas também porque com as oportunidades a aparecerem para a equipa da casa, esta ia ganhando confiança, precisando o Sporting de conseguir um segundo golo que desse outra tranquilidade. E a verdade é que a oportunidade para isso até apareceu, ao minuto 37', num lance em que Pedro Gonçalves tentou um chapéu ao guarda-redes Kovacevic, mas o gesto técnico do jogador leonino não foi o melhor e falhou o possível segundo golo para os leões.

O Sporting terminou assim o primeiro tempo em vantagem no marcador pela diferença mínima, com a sua equipa concentrada na zona frontal à sua baliza, fechando os caminhos para o reduto à guarda de Franco Israel, aqui e ali com Edwards ou Pedro Gonçalves a serem solicitados em velocidade, isto perante um Rakow que foi procurando o golo do empate mas sem êxito, quer pela falta de eficácia na construção, quer pelo melhor trabalho defensivo do conjunto verde-e-branco, no qual o guarda-redes Franco Israel, a bem da verdade, nunca foi obrigado a trabalho de grande apuro nos primeiros 45 minutos.

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O segundo tempo começou praticamente com uma enorme oportunidade de golo para o Rakow, com Jean Carlos a falhar um golo que parecia evidente num lance em que o jogador brasileiro foi incapaz de finalizar quando teve a bola sobre a linha de golo e só tinha que encostar, acabando por permitir que o esférico saísse pela linha de fundo. Foi um enorme susto para o Sporting qe acabou por “responder” numa saída em transição, com Pedro Gonçalves a procurar finalizar com um pontapé da bola ao segundo poste que não levou a melhor direção. Ficava ainda assim claro que o jogo estava em aberto e tudo poderia acontecer no que ao marcador dizia respeito.

Ao minuto 60', Ruben Amorim determinou a entrada de Paulinho e Geny Catamo, para as saídas de Marcus Edwards e Pedro Gonçalves, procurando refrescar a linha mais adiantada da turma leonina e com isso manter em sentido a equipa do Rakow. O treinador do Sporting conferia assim mais velocidade à sua equipa mas também maior capacidade de choque, isto porque Paulinho dava uma consistência diferente daquela que Pedro Gonçalves estava a conseguir, ao mesmo tempo que Geny Catamo, fresco, tinha a oportunidade aparecer no jogo com uma velocidade que Edwards já não tinha neste segundo tempo depois de uma primeira parte em que teve que fazer todas as despesas do jogo ofensivo leonino. Paulinho passou a jogar sozinho na frente de ataque, naturalmente sujeito a um desgaste maior, mas com a equipa do Sporting a poder jogar com o marcador já que era o Rakow a quem competiam as despesas ofensivas da partida.

Sobre o minuto 75', Cebula e Yeboah saíram para as entradas de Piasecki e Nowak, mas o Rakow, ainda que com mais posse de bola, continuava sem eficácia nos últimos trinta metros, face a um Sporting que defendia com acerto e procurava sempre que possível solicitar a corrida de Paulinho ou de Geny Catamo, com Hjulmand e Morita a revelarem-se determinantes na forma como a turma leonina foi controlando o meio-campo. Só que três minutos depois das mudanças o Rakow chegou mesmo ao golo do empate, por Piasecki, um dos elementos que entrara na partida pouco antes.

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Passava o Sporting a ter que agentar a turma contrária, num jogo em que alinhava com menos um elemento, passando a ter pela frente um jogo mais complicado, algo que não se advinhava até ao momento do golo do empate por parte do Rakow. Ao minuto 81' o Rakow ainda fez um segundo golo, mas havia um jogador deslocado, em fora de jogo, pelo que o lance foi anulado pela equipa de arbitragem.

Por esta altura o Sporting passave por momentos de aperto, com os jogadores do conuunto polaco a acreditarem na possibilidade de uma primeira vitória da sua equipa na Liga Europa, perante um adversário leonino que, com um elemento a menos, surgia particularmente desgastado e sem capacidade para muito mais. Curiosamente, Ruben Amorim, que até esta altura do jogo fizera apenas duas alterações na sua equipa, continuava sem proceder a outras alterações numa equipa claramente em défice físico perante um adversário que procurava concluir a cambalhot no marcador.

Amorim resolveu finalmente mexer de novo na sua equipa, apostando agora em Nuno Santos e Daniel Bragança, para as saídas de Morita e Hjulmand, refrescando agora a linha média do conjunto leonino quando o tempo se aproximava do final, isto numa altura em que o árbitro dava mais quatro minutos de compensação. O Sporting terminava o jogo em claro sofrimento, sem capacidade de chegar até à baliza contrária e a ter que tapar todos os caminhos para as redes à guarda de Franco Israel, consciente afinal de que um empate era positivo num jogo em que jogou desde o minuto 8' com menos um elemento, após a expulsão do influente Viktor Gyokeres. Acabou assim por ser, com uma equipa em inferioridade numérica, e depois de estar a vencer durante grande parte do jogo, que o Sporting terminou a partida na Polónia, com um empate (1-1) frente a um Rakow Czestochowa que voltará a jogar com os leões na próxima jornada da fase de grupos da Liga Europa, no próximo dia 9 de Novembro em Alvalade.

José Andrade
fotos: ©Sporting
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